O Soldado do Efetivo Variável Adriano está perdidamente apaixonado pela 2º tenente Camila. Com as mãos, fez uma bexiguinha ficar com o formato de um coração e cantou para ela “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos, nas dependências do quartel. Ela ficou constrangida, claro. Acho que o moço se deu mal. Não sei se vai adiantar dizer que sente o perfume da moça até quando faz faxina. Bem, torço para que o julgador dê-lhe pena leve — talvez uma medalha por bravura — e o mande estudar português. Porque sua defesa… Bem, ali ele ESTRAPOLA MESMO! Leiam abaixo.
Essa história me lembra outra, acontecida aqui na minha cidade, Jaguarão , na época da ditadura militar, fim dos anos 60. O recruta apaixonou-se pela filha do sargento, o qual até fez gosto pela relação, pois a menina era depressiva e o namoro melhorou muito o humor da rapariga. Começou até a dar algumas regalias ao nosso recruta, como folgas no fim de semana para poder levar a menina às brincadeiras dançantes no clube central. Mas acontece que o recruta também, além da galanteria, atrevia-se a ter algumas ideias liberais para a época. Num debate promovido por aquelas sociedades de pais e mestres e transmitido pela rádio da cidade, discutiu-se entre outras coisas importantíssimas, a questão do uso pelos jovens do cabelo comprido , a roupa desleixada. Em certo momento, , pelo mestre mais respeitado, surgiu a pergunta crucial da noite: “Alguém aqui apoia o amor livre?” O único a levantar-se na plateia foi o nosso valoroso recruta dizendo sim! Pois bem , temos aqui presente o fulano de tal que apoia essa libertinagem, disse o professor. O sargento é claro, ouvia tudo atentamente pelo rádio.
No dia seguinte, diante da tropa reunida, o sargento tomou sua providencia. Soldado 71, um passo a frente! Então você declarou que apoia o amor livre! Então você acha que eu posso bater na porta de sua casa e comer sua irmã, seu irmão , sua mãe e está tudo bem? A partir de hoje, uma semana de cadeia e 30 dias de limpeza nas latrinas!
Hoje quando vejo essas lutas pelas liberdades sexuais, não posso deixar de pensar nesse recruta, o primeiro mártir jaguarense na luta pelo amor livre.
Sen-sa-cio-nal !!!
amar as vezes é uma merda, mas compensa até mesmo o cheiro (que linda história).
Não existe amor em PM.
larga esse amor e vai ler uma gramática, soldado…