O Bernardo sugeriu e a gente obedeceu: fomos conhecer a Gemäldegalerie. Não é um museu daqueles cansativos, é viável de ser conhecido em uma tarde sem maiores desejos de suicídio. Este museu de arte está localizado no flamante Kulturforum Potsdamer Platz, sendo um dos mais importantes do mundo por sua excelente coleção de arte europeia dos séculos XIII ao XVIII. Fica ao lado da sede da Orquestra Filarmônica de Berlim.
Como quase tudo em Berlim, é um prédio novo. Sua história é mais ou menos assim: com a reunificação da cidade em 1992, iniciou-se um debate sobre o destino de coleções de arte dispersas em locais diferentes e ainda em boa parte oculta há anos em depósitos, sem poder ser vista pelo público. Por suas dimensões, a coleção não poderia ser levada integralmente para o Museu Bode, na Ilha dos Museus, e organizou-se a elaboração de um projeto para uma nova sede.
Em 1995, foi feito um levantamento das perdas sofridas pelo acervo de arte em Berlim nas últimas décadas. Foram identificadas obras perdidas em incêndios ou em containers durante a Guerra, obras levadas para a União Soviética e nunca devolvidas, perdas avulsas anteriores a 1945 e peças simplesmente roubadas e com destino ignorado. Em 1998, mais de 3.600 obras dispersas voltaram a ser reunidas na Gemäldegalerie, prédio com cerca de 7 mil m² de área expositiva em uma seqüência de 18 salas e 41 gabinetes que perfazem uma extensão de quase 2 quilômetros. A coleção do museu original (de 1830) acabou aumentada em muito, incluindo obras de Bosch, Van Eyck, Brueghel, Dürer, Rafael, Ticiano, Caravaggio, Rubens, Vermeer e Rembrandt, além de muitos outros mestres.
Encantado com a qualidade do acervo, fui tirando fotos. Algumas delas estão abaixo.
A foto abaixo é uma piada interna minha e da Elena. Eu disse que era eu no futuro.
Saímos da Gemäldegalerie e fomos na corrida para o Museu de Instrumentos Musicais (Musikinstrumenten Museum) da Filarmônica. Bom museu e, pelo seu interesse relativo, quase sempre vazio.
Abaixo, o processo de construção de um violino.
Dizem que Bach tocou no cravo da foto seguinte. A gente se aproxima dele com cuidado. Sabe-se lá, né?
À noite, fomos na ultra chique Ópera de Berlim (Deutsche Oper Berlin) assistir a uma montagem de A Flauta Mágica, de Mozart. Não foi o ingresso mais caro pago na viagem, foi o segundo. Custou 29 euros. A montagem era realmente linda e os cantores sensacionais. Papageno e Papagena fizeram misérias, até imitaram a dança de Michael Jackson… Também notáveis as três crianças vindas do Tölzer Knabenchores, o Coro e a orquestra do Deutschen Oper Berlin, sob a direção de Daniel Cohen. Eles ainda vão se apresentar este ano. Aproveitem!
Elena ficou muito preocupada com esta garrafa de cerveja que poderia ter caído do mezanino na plateia…