Estudar (e amar) faz bem

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Um ganho secundário do Almoço Clio Musical é a necessidade de estudar. Mesmo que não seja necessária uma dedicação exaustiva, pesquisar, estudar e escrever sempre me animam muito. Ontem, cheguei meio mal-humorado em casa, com aquela sensação ruim de atraso em coisas que precisam de tempo para serem desenvolvidas. Era o final da tarde e ainda dei mil voltas procrastinatórias. Depois, pensei que se começasse apenas a me organizar para o trabalho, ele se encaminharia naturalmente. Claro, a coisa engrenou e comecei a me sentir cada vez melhor e melhor, chegando quase a algum início de euforia. E tudo ficou (bem) encaminhado. Escrevi bastante sobre o tema A Sinfonia, Parte I: das Origens ao Classicismo.

Então, perto das das 22h, fui buscar a Elena no ensaio da Ospa. Para este bobo apaixonado é sempre uma alegria vê-la e revê-la, mesmo que o intervalo seja de segundos. Fiquei esperando por ela e dei risada com um colega seu de Ospa que me disse que “havia abutres rondando meu avião”. Tá bom. Eu e ela voltamos abraçados, caminhando naquela velocidade que fica entre o medo de ser assaltado e a elegância. Jantamos e pensei no tempo que dura a alegria de fazer um trabalho intelectual, mesmo que este não seja uma loucura de complicado e se este pode ser catalisado por outros fatos da vida diária. E concluí que devo repetir e repetir, ainda que sem o incentivo do Almoço Clio. Ou correr pela rua, pois ambas são atividades que me fazem retornar a um melhor equilíbrio.

Hoje pela manhã, dei uma reajustada na alegria. Caminhei até o trabalho com a 9ª de Mahler nos fones. Sim, é uma tragédia, mas o contato com uma uma realização daquelas sempre me deixa feliz. Ao meio-dia, após um almoço rápido, usei a meia-hora restante dando-me novo empurrão lendo De Amor e Trevas, de Amós Oz, na Biblioteca Pública. É muita sorte trabalhar na mesma quadra que a BPE. A gente ganha mal mas tem sorte.

Acho que tenho que dar um jeitinho de tornar mais frequentes esses estímulos que me deixam feliz. Todos eles. Afinal, estou por fazer 60 anos e é, digamos, minha reta final.

Joseph Haydn: o herói desta edição do Almoço Clio Musical.
Joseph Haydn: o herói desta edição do Almoço Clio Musical.

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