Descobrimos há poucos dias o Estômago Café ali na subida da Miguel Tostes. O local é ótimo, a comida e os petiscos veganos são sensacionais, mas tem mais. Sobre as mesas estão os livros de um grande leitor. No caso de uma grande leitora, a proprietária Júlia Fraguas. Não são livros de literatura comum, mas excelentes livros que foram lidos e anotados. Os livros anotados são coisas vivas, digo eu, um contumaz riscador e sublinhador deles, além de dialogador com autores ausentes, muitas vezes mortos.
Como sabemos, todo apaixonado por livros gosta de que falem bem de literatura, de que lhe elogiem os hábitos e a estranha forma de vida que o faz carregar livros para perto de si, como se fossem objetos transicionais. (Sabe aquele paninho, bichinho de pelúcia ou qualquer objeto que sirva de apoio emocional para a criança na infância? Pois é, o nome daquilo é objeto transicional e é fundamental porque tem a função simbólica de produzir conforto, segurança e sensação prazerosa). O que está escrito entre os parênteses acima parece a definição de livro para algumas pessoas…
Pois bem, estava aguardando uma pessoa lá no Estômago e comecei a fotografar alguns trechos presumivelmente sublinhados pela Júlia. O resultado está aí embaixo.
Síndrome de Dom Quixote, Milton!
Vou assistir Don Giovanni no teatro hoje, lembrei de quando você postou aquela gravação do René Jacobs lá no P.Q.P. Foi uma das poucas óperas que você elogiou, heheehe.
Que maravilha esta observação do T. S. Eliot: a literatura só existe para tornar os leitores mais felizes, ou melhor suportar a vida. Bem simples, despojado, e muito verdadeiro.