Bela ciaccona! Eu não conhecia o Merula, mas irei atrás de algo mais. Você conhece mais algumas obras dele, Milton? Mas é isso que dá gostar de música barroca. Vou estar com 80 anos e ainda não vou ter ouvido nem um milésimo desta! Grande abraço!
Na planície,
agora existe
um perfume…
Teu nome,
Bem-Vinda!
Meu presente
é a presença
tua!
Pois preciso
precisamente
de ti!
Porque
quando
te amo
canta
a castanheira
ao bem-te-vi!
II.SAGRADO DA VIDA
Houve
antes…
Existe
agora…
Haverá
depois…
Então meu Amor,
por favor, aviva-te!
Pois o sagrado da Vida:
é o tempo que nos habita!
III.CASTANHEIRAS DO CÉU
Na rua das castanheiras,
namoro o Amor que mora.
Lá… eu rio,
crio, choro
e devoro-te!
Quando o Amor nos beija,
enfeita, Alguém, com véus
as Castanheiras… do Céu!
IV. SEMENTES
O que será de mim
quando um raio de sol
pentear os teus cabelos
e o amarelo revelar o teu olhar,
que nunca vira antes, tão belo?
O que será de mim
quando porventura
o teu sorriso passar
qual mar que leva
um bardo à vela
grávido
à fundura
do amor
bendito?
Ai, de mim!…
O que farei,
Bem-Vinda,
quando fores
as flores
da perdida
esperança
em mim?
Amor,
quando
da despedida,
sejamos somente
sementes da Vida…
V. ESTELARES
As lágrimas…
são encontros
com os mares
para os quais
retornaremos…
Estelares!
PS-
Milton, este post eu havia reservado para o próximo “Porque Hoje é Sábado”. Porém, aproveitando a dinâmica dos comentários… Publico agora porque dedico “O ANTÍLOPE ENAMORADO” à Música do Glberto Agostinho tão menino, tão longe e tão perto da NOSSA GENTE…
(Gilberto,
você poderia ser meu filho…)
Um grande Abraço!
Belo clipe de música barroca. Deveriam passar coisas como essa em canais de tevê comercial (só a execução musical, sem a introdução), pois é uma peça curta, divertida e estimulante, podendo abrir muitos ouvidos e cabeças para esse patrimônio inesgotável da criação humana que é a música, expressão imprescindível de uma linguagem que, ao menos me parece, mais “natural” em nós que as próprias palavras, porque essas últimas se póe a “controlar” os sentimentos, enquanto a música os “expressa”. Como tal, a música não tem história: é contemporânea enquanto é tocada, e se esvai depois da última nota, deixando um legado indelével em nossas imaginações.
Sobre a alegria dos músicos: vi, há muito, aqui no rio mesmo, um concerto de Jordi Savall, interpretando, com seu grupo numeroso (inclui a bela esposa cantora, acho que soprano), repertório dos séculos XII ao Século XVIII. Depois de um belo espetáculo, o grupo voltou para o bis e, depois, para novo bis, em seguida mais um, e, por último outro com duas músicas de uma vez. Por que? Ah, no primeiro bis, sem a empáfia de empre, o público resolveu cantar e dançar junto; foi uma festa que se estendeu, para alegria ainda maior dos músicos, a tocar completamente desinibidos, acompanhados de um público que, afinal, compreendeu a sisudez não como educação, mas ausência de compreensão do repertório, composto, na maioria, por músicas dançantes, de salão mesmo. Concertos assim ajudam a recuperar audiências, e lembremos: à época de Mozart, por exemplo, essa coisa de público em silêncio, sentadinho e contrito, não existia. Mas os bocós da “etiqueta” venceram, enquanto a música perdeu seu público, para a satisfação de parte dele, feliz por não mais partilhar seus refinados prazeres com tão turbulenta audiência…
Permite-me, Milton.
Claudia, a música é lindíssima…
É. E a alegria dos músicos dá um colorido especial à coisa, né?
Bela ciaccona! Eu não conhecia o Merula, mas irei atrás de algo mais. Você conhece mais algumas obras dele, Milton? Mas é isso que dá gostar de música barroca. Vou estar com 80 anos e ainda não vou ter ouvido nem um milésimo desta! Grande abraço!
Eu conheço mais o nome de Merula do que a obra. Tenho alguma coisa em vinil.
Mas o pessoal do Giardino é muito divertido. Eu acho.
O ANTÍLOPE ENAMORADO
by Ramiro Conceição
I.CASTANHEIRA
Na planície,
agora existe
um perfume…
Teu nome,
Bem-Vinda!
Meu presente
é a presença
tua!
Pois preciso
precisamente
de ti!
Porque
quando
te amo
canta
a castanheira
ao bem-te-vi!
II.SAGRADO DA VIDA
Houve
antes…
Existe
agora…
Haverá
depois…
Então meu Amor,
por favor, aviva-te!
Pois o sagrado da Vida:
é o tempo que nos habita!
III.CASTANHEIRAS DO CÉU
Na rua das castanheiras,
namoro o Amor que mora.
Lá… eu rio,
crio, choro
e devoro-te!
Quando o Amor nos beija,
enfeita, Alguém, com véus
as Castanheiras… do Céu!
IV. SEMENTES
O que será de mim
quando um raio de sol
pentear os teus cabelos
e o amarelo revelar o teu olhar,
que nunca vira antes, tão belo?
O que será de mim
quando porventura
o teu sorriso passar
qual mar que leva
um bardo à vela
grávido
à fundura
do amor
bendito?
Ai, de mim!…
O que farei,
Bem-Vinda,
quando fores
as flores
da perdida
esperança
em mim?
Amor,
quando
da despedida,
sejamos somente
sementes da Vida…
V. ESTELARES
As lágrimas…
são encontros
com os mares
para os quais
retornaremos…
Estelares!
PS-
Milton, este post eu havia reservado para o próximo “Porque Hoje é Sábado”. Porém, aproveitando a dinâmica dos comentários… Publico agora porque dedico “O ANTÍLOPE ENAMORADO” à Música do Glberto Agostinho tão menino, tão longe e tão perto da NOSSA GENTE…
(Gilberto,
você poderia ser meu filho…)
Um grande Abraço!
Eu tb adoro o Gilberto, Ramiro. Sinto nele um sujeito amigo.
Maravilhoso!!!!
Sim, Flávia. O que me encanta é a alegria e a a total despretensão destes caras que tocam os sisudos clássicos…
Belo clipe de música barroca. Deveriam passar coisas como essa em canais de tevê comercial (só a execução musical, sem a introdução), pois é uma peça curta, divertida e estimulante, podendo abrir muitos ouvidos e cabeças para esse patrimônio inesgotável da criação humana que é a música, expressão imprescindível de uma linguagem que, ao menos me parece, mais “natural” em nós que as próprias palavras, porque essas últimas se póe a “controlar” os sentimentos, enquanto a música os “expressa”. Como tal, a música não tem história: é contemporânea enquanto é tocada, e se esvai depois da última nota, deixando um legado indelével em nossas imaginações.
Disseste tudo, Marcos. E há outras coisas muito legais por aí.
Sobre a alegria dos músicos: vi, há muito, aqui no rio mesmo, um concerto de Jordi Savall, interpretando, com seu grupo numeroso (inclui a bela esposa cantora, acho que soprano), repertório dos séculos XII ao Século XVIII. Depois de um belo espetáculo, o grupo voltou para o bis e, depois, para novo bis, em seguida mais um, e, por último outro com duas músicas de uma vez. Por que? Ah, no primeiro bis, sem a empáfia de empre, o público resolveu cantar e dançar junto; foi uma festa que se estendeu, para alegria ainda maior dos músicos, a tocar completamente desinibidos, acompanhados de um público que, afinal, compreendeu a sisudez não como educação, mas ausência de compreensão do repertório, composto, na maioria, por músicas dançantes, de salão mesmo. Concertos assim ajudam a recuperar audiências, e lembremos: à época de Mozart, por exemplo, essa coisa de público em silêncio, sentadinho e contrito, não existia. Mas os bocós da “etiqueta” venceram, enquanto a música perdeu seu público, para a satisfação de parte dele, feliz por não mais partilhar seus refinados prazeres com tão turbulenta audiência…