Veio um bolsomínion aqui e pediu Imbecil Coletivo, de Olavo de Carvalho. Fazer o quê? Trouxemos o livro e ligamos para o cara avisando da chegada. Ficou reservado, mas, sabem como é, escondemos preventivamente o elemento sob o balcão. Bem, passados os 7 dias regulamentares, ligamos pro cliente perguntando se ele viria buscar. Ele fez aquele nhé típico e conhecido de quem não está mais interessado. Olha, vou te contar…
Desta forma, colocamos o livro na prateleira para venda.
Um dia, entrou um fiel cliente da loja. Estava com uma enorme mochila nas costas e, ao se deparar com o volume olaviano, tomou tal susto que deu um salto para trás, derrubando duas pilhas de ótimos livros da Todavia.
Saí do balcão. Deixa comigo que eu arrumo. O cara me olhou arregalado, dizendo que tinha feito aquele movimento súbito ao ver um Olavo na Livraria Bamboletras. Pois é, o que fazer? Um cliente pediu e não veio buscar.
O mochileiro sugeriu que deixássemos o livro com a lombada para dentro, mas a emenda revelou-se péssima. Todo mundo que passava pela estante virava o livro e quase gritava de pavor.
Encalhou, gente, encalhou. Não sabemos o que fazer. Sugestões?
Sugestões:
1. Só aceitar encomenda desse nível só com pagamento adiantado. Imagina se a notícia se espalha e uma leva de bolsomínions encomenda lotes de Olavo só para prejudicar a livraria?
2. Aproveitar para pedir livros do Pondé, Constantino e Mainardi e trocar o nome da livraria para Bolsoletras.
3. Vender o livro como suporte para monitor, apoio para inclinar notebook ou calço para mesa.
4. Se tiveres um Karl Marx de bolso, corta o miolo do Olavo e guarda o Marx dentro. Daí vendes o Marx em “embalagem segura para tempos insanos”.
Não serve nem para limpar o fiofó. Melhor esconder ou colocar para a reciclagem.