Dentre os passageiros do cruzeiro, há uma bailarina. Durante a viagem, ela pratica sua arte no convés. Inspirado por ela, membros da tripulação tentam imitá-la… E o resto você vê.
Uma obra-prima que me foi repassada pela Elena Romanov e que dedico pessoalmente à Cami–nhante. A música é de um dos compositores que mais amo, Alfred Schnittke.
“A Bailarina do Barco” Direção: Lev Atamanov. 1969.
Encantador jogo de oposições. Absolutamente brilhante.
Não sei não. Será o caráter da arte tão transcendente, ou inspirador, e até sobrehumano? Será a arte capaz de transformar o mundo e, em paralelo ao mundo do trabalho, criar um universo que valorize cada indivíduo até como um artista em potencial? A arte contribui para a transformação ou só é um reflexo das relações existentes e, enquanto subversiva, tem seu alcance limitado?
Engraçado é o eco stalinista da arte como elemento de perturbação em dado momento, posto talvez só para ser superado.
Pô, Marcos, uma fé ingênua na arte, mas com o rigor da luta à beleza para todos, creio, não faz e nem fará nenhum mal a este feio tempo de pés tortos, você não acha?
É claro que a arte, sozinha, nunca transformará o mundo, porém se houver dias melhores, não os consigo imaginar sem ela.
Afinal nem só ao humano se destina a arte, mas também ao mistério do existir do que houve, do que há e do que haverá muito além de nós…
Caro amigo, somos somente aquele pálido ponto azul que já conseguimos ver através do olhar de uma de nossas libélulas metálicas que passou por perto de Netuno, lembra?
FILOSOFIA & POESIA
by Ramiro Conceição
Disse o filósofo ao poeta:
“Suas palavras precisam de ritmo
pois são incapazes de andarem sozinhas”.
Disse o poeta ao filósofo:
“Suas ideias arrastam correntes,
não têm a leveza das dançarinas”.
Marcos, você nem sabe o quanto o seu comentário me ajudou a refletir e a criar para o “Jardim dos Castanhos”… Olha só o que nasceu…
LIBÉLULA METÁLICA
by Ramiro Conceição
Nem só ao humano se destina a arte:
porém também ao mistério do existir
que houve, há e que sempre haverá.
Somos somente aquele anêmico ponto azul,
que apareceu…no olhar da libélula metálica,
que passou bem perto…do solitário Netuno.
Por isso
coisas GRANDES
são dos grandes
e coisas raras,
dos RAROS.
Por isso
a goiabeira
dá goiabas… ao bem-te-vi,
que não é dono do jardim
e nem de si.
Achei fofo fofo. Sabia que a Disney usava música clássica como trilha (e instrumentos como sons de fundo) exclusivamente pelas limitações técnicas da época? Era um charme todo especial o dos desenhos antigos…
Viu, Caminhante, que baita declaração de amor do narigudo? Quando acontecem tais coisas, fico pequenininho e, ingenuamente, feliz…