Quando a Elena indica, é garantia de alta qualidade. Em outras palavras, não percam!
Johannes Brahms era mestre em incorporar e reinterpretar o passado em suas obras. Sua última sinfonia contém um dos exemplos mais sublimes disso. No quarto movimento, ele adota um tema em forma de coral — com ligeiras modificações — extraído da Cantata BWV 150, de Bach, e constrói sobre ele um conjunto de 35 variações em forma de passacaglia. São os sopros (metais e madeiras) quem apresentam o tema circunspecto e austero que dá início a uma estrutura monumental que é um ponto final da última obra sinfônica do compositor nascido em Hamburgo. Tudo isso após um terceiro movimento fofo, onde a ‘melancolia generalizada’ de Brahms não aparece.