O Bernardo devia ter uns 13 anos, então foi lá por 2004. Fomos ao Beira-Rio ver um jogo e subimos pela arquibancada superior até bem próximos do local onde ficava a chaminé da Churrascaria Saci, esta fechada desde os anos 80.
Quando sentamos, veio um rapaz muito educado me alertar que o setor era ocupado pelo Pessoal da Chaminé.
Eu perguntei se podíamos ficar ali e ele disse que sim, claro, desde que eu não me importasse com o fato de que eles fumariam maconha durante toda a partida. Ele garantiu que era só isso, que de resto estaríamos no local mais seguro, no menos agressivo de todo o estádio.
Fiquei um pouco na dúvida, falei com o Dado e resolvemos ficar. Ninguém nos incomodou, mas eles simplesmente ficavam em pé, muitos de costas para o campo, falando de tudo um pouco. Lembro que fizemos uns três gols e que, nestes momentos, participávamos dos abraços e das comemorações deles.
Depois, eles voltavam ao papo, que os interessava muito mais do que o jogo.
Onde andarão esses caras nestes tempos de gentrificação dos estádios e de posturas bolsonaristas? Ignoro, mas quando os estádios reabrirem para o público, irei até o local da ex-chaminé conferir se ela ainda existe. Ou será que a reforma do estádio sumiu com a chaminé e seu Pessoal?
até hoje cheiro de maconha prensada me remete à popular do inter <3
🙂
Fala MIlton.
Descobri seu Blog hoje e gostei bastante. Achei muito legal esse ponte com o pqp Bach. Boa música e livros. Afinal, nesses tempos da mulambada reinante, a cultura é cada vez mais necessária. Sou carioca, vascaíno e quando for a POA darei uma passada na sua livraria.
Grande abraço
Leo Pires.
ps. tenho horror ao palhaço do planalto. o bozo.