Todos nós somos levados a uma armadilha psicológica armada por nossa civilização. Nossa mãe, babá ou outra pessoa, desde a infância, nos diz que a vida é bela, que a pessoa é bela, que o bem triunfará sobre o mal, e que o lobo malvado jamais virá. E quando nos deparamos com algo nojento, nossa primeira reação é: não pode ser, houve um erro — que cometemos nós ou, melhor ainda, outra pessoa. As mães deveriam dizer aos filhos que, cinquenta por cento das vezes, um lobo cinzento furioso aparece na soleira da porta e se parece com a gente.