Fernanda Torres e as “velhas”

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A brilhante atuação de Fernanda Torres como embaixadora de nossa melhor cultura deve ser saudada. Num mundo ideal, Fernanda seria clonada para atuar em filmes e como embaixadora ao mesmo tempo. Mas, para ela ficar igualzinha, a Fernanda 2 precisaria de pais e ambiente iguais, então esqueçam minha ficção, ela fracassou. A Fernanda original cresceu sem o sertanejo universitário e os bolsonaristas. Bem, talvez aí se encontre uma boa ficção. Uma Fernanda nova e apenas boba!

Mas o assunto é sério — tem mais uma coisa sobre Fernandinha. Ontem, vi-a chegar no palco do Festival de Santa Bárbara toda de preto e sentar. Repentina e estudadamente, o vestido abriu e ela cruzou as pernas. Foi lindo de ver aquela fenda. Teve graça, estilo e sensualidade. O minimalismo tem classe, penso eu com meus botões e chinelos de dedo. Estou neste mundo há 67 anos e sei que, antigamente, mulheres de 59 anos, não se permitiam a isso, eram consideradas umas velhas e deviam se comportar de acordo com as normas da decência e da menopausa.

Era uma bobagem, né? Observo mulheres há mais de 50 anos e as adoro. Por exemplo, como são belas aquelas velhas atrizes inglesas que vão ganhando idade naturalmente, com o talento e a inteligência se derramando pelos olhos! Vanessa Redgrave, Judi Dench, Helen Mirren, Maggie Smith… Elas capturam nossos olhos.

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1 comment / Add your comment below

  1. Por que ter no texto esse viés ideológico? Não há necessidade. Estava indo bem e de repente, de graça e sem graça: “A Fernanda original cresceu sem o sertanejo universitário e os bolsonaristas.”

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