Atrás do balcão da Bamboletras (LXVI)

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A Livraria Bamboletras está dentro de uma igreja com vitrais e estou ouvindo música sacra de Heinrich Schütz. Apesar das opiniões deste que vos escreve, o ambiente é pra lá de religioso.

Chega um menino meio tímido que se identifica como filho do poeta Marco de Menezes.

Ele estranha um pouco o ambiente, me olha meio desconfiado, creio eu. Então me diz que veio trazer exemplares do último livro de seu pai, “Como estou dirigindo”. Olho a camiseta dele e vejo um dos brasões da torcida Inter Antifascista:

— Nossa que camiseta linda! — eu digo com admiração.

Ele parece desanuviar, incrédulo pelo fato daquele pastor, ou do “Pai Milton da Bambô” ter gostado de uma camiseta com a imagem da foice e do martelo.

— Acha mesmo? — ele pergunta sorridente.

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1 comment / Add your comment below

  1. Por isso, temo visitar a Bamboletras; imaginem eu passar lá e, no dia seguinte, o Milton contar no blog: “ontem chegou um sujeito que entrou normalmente, cumprimentou normalmente a atendente, escolheu normalmente um livro, pagou-o e saiu normalmente. Não contou nenhuma história interessante, não causou nenhuma situação cômica… simplesmente saiu; que estranho! Deprimente…”
    Por isso, costumava comprar pelo site; pena que acabou! Voltará um dia?

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