Uma infância pagã

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Lembrei disso agora.

Um dia, faz quase 30 anos, fui buscar meu filho Bernardo Jardim Ribeiro no Maternal e ele me contou que sua professora estava falando em deus e em como ele mora no céu, essas coisas.

— Sabe, pai, eu não quis deixar ela triste, mas quase disse pra ela que já andei de avião e que não tem ninguém lá.

Não preciso dizer que ele era um pagãozinho. Nem batizado foi, óbvio.

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