Eram umas 18h quando Eveline entrou correndo buscar um livro. O livro era Ellis Island, de Georges Perec. Ellis Island é uma ilha no porto de Nova Iorque, um símbolo da imigração para os Estados Unidos. Por lá chegaram mais de 12 milhões de imigrantes, inclusive a família Trump.
Mas o que interessa foi o diálogo que tivemos. Eu perguntei a Eveline:
— Quem era o joyceano, o teu pai ou a tua mãe?
— Não entendi. Por que joyceano?
— Porque teu nome é o título de um conto de Dublinenses de James Joyce e nunca tinha conhecido alguém com este nome.
— Não brinca! Tem um conto de Joyce chamado Eveline?
Fui até a estante e puxei o Dublinenses. Abri o celofane e comecei a procurar o conto. Demorei a encontrar. Enquanto isso contava como era a história de sua homônima no livro. Jurava que o conto estava lá pro final. Nada disso, estava quase no início. Mostrei-o a ela, que ficou bem feliz.
— Tu não vai acreditar. Eu estou dando o Ellis Island pra minha filha porque ela se chama Ellis e todo mundo diz que é por causa da Elis Regina e eu quero mostrar a ela — que agora está ficando maiorzinha — que o nome Ellis existe.
Olhei surpreso para ela, que completou:
— Mas agora acabo de descobrir algo que diz respeito ao meu nome!
Falei um pouco sobre o Dublinenses e, pô, ela levou dois livros fantásticos para casa. Ela saiu dizendo:
— Que coisa incrível. Eu não acredito…

This blog post feels warm and personal, like a chat with a friend who loves books. The excitement about discovering something new related to a name is charming and makes me smile. Its a delightful reminder of the joy found in literature and shared moments.