Tem um amigo meu, artista plástico, gay — e, sei lá por que, mas quando o gay nasce engraçado é sempre MUITO ENGRAÇADO –, que gosta de fazer a crítica das postagens (fotos) dos escritores e concertistas gaúchos. E dos seus colegas artistas, claro. Basta que a pessoa publique nas redes e lá vem ele. Nelas, ele usa um nome aleatório do tipo João Silva, pois diz que “essa gente é muito rancorosa”. Mas não sei quem poderia exercer seu profundo e minucioso rancor se ele jamais comenta e ainda usa nome falso.
O fato é que ele me liga quase todos os dias para fazer novos comentários, os quais chegam a um nível de detalhamento que eu jamais alcançaria. Ultimamente, ele manda os links para as imagens antes de ligar. Meu telefone apita várias vezes e depois ele liga, perguntando se eu já cliquei. Nunca dá tempo. Já lhe disse que seria melhor ele fazer um concurso para a PF, pois também faz delações.
Por exemplo, dia desses, entregou um escritor que fez uma referência — não nominal — a mim em uma crônica de um site obscuro. E uma referência totalmente equivocada, segundo ele, que também tinha lido o livro em questão. Mas o principal é a critica que ele faz às “indumentárias” (termo dele) e à decoração das “moradias dos artistas”. Olha essa roupa! Miraste a estampa do tapete que não combina com a parede? Olha o que tem em cima da cama! Atrás do gato! Não, do lado esquerdo!
Eu tenho ataques de riso com meu José Simão particular. Hoje, ele estava especial e falsamente (acho) sagaz, fazendo a análise psíquica das cores de algumas roupas. E tudo isso para um daltônico como eu! E não pensem que os homens estão livres, pelo contrário! Sou um privilegiado por receber estas análises que mereceriam divulgação, não fosse “o fraco que alguns têm por processos”.
Ele me mandou esta foto. Disse que era “fidedigna”.
