Curriculum Vitae

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Nasci em 19 de agosto de 1957, às 4h20 da madrugada de uma segunda-feira. Uma vez, meu pai me mostrou o jornal daquele dia. Temperatura mínima de 4 graus… Talvez isso tenha feito que eu passasse a amar o frio de Porto Alegre e a odiar sua canícula no verão. Família normal, infância ótima, estudos durante toda a vida estudantil em colégio e universidade públicas, vida sem grandes sofrimentos — apesar da constante insatisfação — e um lindo casal de filhos que não forçam a relação, tornando tudo simples. E, como este texto é uma apresentação, deixo-vos abaixo meu currículo:

1. Nasci com estrabismo divergente. Primeiro as pessoas me chamavam de caolho, depois de “quatro-olho”. Quando completei 5 anos, minha mãe resolveu acabar com aquilo e me botou para fazer uma cirurgia. Deu certo e hoje meus olhos estão em paralelo. Sou normal. A operação foi realizada em 1962… Dá medo só de pensar.

2. Normal? Bem, sou daltônico e quem me passou esta “característica genética” foi minha mãe, coitada. A culpa não é dela, mas se você abrir um livro de genética, verá que é dela, sim.

3. Como já escrevi acima, fiz dois filhos aos quais amo incondicionalmente. Critico-os bastante, mas não pensem que isto altera a primeira frase.

4. Nunca aprendi a dançar. Mas reconheço que esta é uma grave limitação e sempre incentivei meus filhos a se moverem ao som de música. Às vezes tento dançar em casa, mas sou muito ruim.

5. Detesto balé.

6. Tinha anotados todos os livros que li desde a adolescência. Comecei em 1971 e só parei em 2013. Sei quantos livros e páginas que li, ano por ano… Sempre controlo… Os recordes negativos aconteceram nos anos dos nascimentos de meus filhos, é óbvio.

7. Também anoto os filmes que vejo. Comecei muito depois (1989?) e já estou lá pelos 1200. Parei de fazer isso em 2010.

8. Tenho 1200 discos de vinil e uns 3000 CDs. Quase só de eruditos.

9. Gosto das pessoas que contam histórias. Já passei noites ouvindo alguém falar. Não esqueço de nada. Aliás, às vezes sou a memória dos outros, para o bem e para o mal.

10. Os amigos gostam de me confidenciar coisas, apesar de eu me achar um tremendo fofoqueiro.

11. Nunca contei isto para ninguém: quando meu filho Bernardo tinha uns três ou quatro anos, fomos caminhando na direção do mar sobre uma plataforma de pesca. Ele — que não sabia nadar — falou que não devia ser fundo onde estávamos e atirou-se na água. Claro que era fundíssimo e atirei-me atrás dele. Mergulhei alguns metros e, sem ver nada, bati com meu braço no corpo dele, conseguindo agarrar sua perna um segundo depois. Pura sorte. A perna dele acoplou-se à minha mão, entendem? Emergi e fiquei agarrado a ele numa coluna da plataforma, presa da maior taquicardia da minha vida. Sei que eu fazia cara de choro sem chorar. Quando nos acalmamos (não muito), voltei nadando com um braço só para a praia. Dias depois, matriculei-o numa escola de natação.

12. Sou capaz de correr 5 Km em 30 minutos, mesmo meio fora de forma.

13. Quando me separei pela primeira vez, minha depressão fez com que eu dissesse que trocaria 100% de amigos. Fiz isso. Quando saí da depressão, só mantive as amizades obtidas profissionalmente. Depois reatei com quase todos os velhos amigos. Também abri mão de tudo o que possuía. Me elogiavam por ser despojado, modesto, estoico, desprendido. Um trouxa, enfim. Na segunda separação, a depressão durou menos de uma semana.

14. Sou bom de cama. E de cadeira. Posso dormir a qualquer momento e em qualquer lugar. Se um filme está chato e meus amigos querem ficar na sessão, durmo. Em viagens de avião e de ônibus, posso dormir full-time sem problemas. Um companheiraço. Como é que vocês acham que suportei ver duas vezes O Senhor dos Anéis com meus filhos? Mesmo assim, posso contar o filme. (Há dez minutos de história, dez horas de efeitos especiais e dez minutos de finalização…)

15. Quando criança, fui o recordista em quebrar as janelas dos vizinhos com boladas. Jogava futebol só umas 4 horas por dia.

16. Minha foto foi publicada no maior jornal de Porto Alegre quando tinha 8 anos de idade sob a manchete “Meninos em Perigo”. A reportagem era sobre os meninos que jogavam futebol nas calçadas e no canteiro da Av. João Pessoa, em Porto Alegre. Nunca me destaquei pelo talento, mas era um esforçado operário com lugar garantido no time.

17. Tive patinete, joguei futebol com tênis Kichute, bebi Emulsão de Scott, Biotônico Fontoura e sinto saudades da Grapette. Quando fui à Búzios, em 2000, tomei Grapette, normal e light. A-do-rei!

18. Sempre odiei gatos. Quando pequeno, pegava-os e atirava-os no riacho que tinha perto de casa. Ia para cima da ponte e caploft! Era lindo de ver. Sinto que os gatos sabem disso e são poucos os que não se afastam de mim. Isso até conhecer o excelente Vassily, o gato de Elena Romanov.

19. Amo os cães. Gosto de dar banho e de passear com eles.

20. Sou sócio e torcedor do Internacional de Porto Alegre. Muito secundariamente, torço também pelo Benfica, pela Roma e pelo Liverpool. E fim. Em comum: são times que normalmente jogam com as cores vermelho e branco.

21. Sempre tirei boas notas, mas fui um péssimo aluno. Para mim, a escola sempre teve a finalidade de facilitar contatos sociais. Depois, tinha que me matar estudando em casa. É um estilo.

22. Posso ouvir música por mais de oito horas sem interrupção. Mas mudo de Bach para Charlie Mingus e daí para Shostakovitch, Rolling Stones ou Chico Buarque num tapa. Meu Who`s next é muito particular.

23. Aproximadamente 100 livros que estão em minha biblioteca foram roubados entre meus 17 e 25 anos. Não tinha muita grana para comprar tudo o que desejava, mas tinha ética! Só roubava de grandes lojas. Nunca surrupiei nada dos pequenos livreiros, com os quais, aliás, sempre fiz duradouras amizades. Nunca me pegaram, estudava minuciosamente cada caso.

24. Assisti Chico Buarque cantar a 2 metros de mim, durante um show na Reitoria da UFRGS. Décadas depois, em Parati, jantamos a uns 3 metros de distância.

25. Li Ana Kariênina em 4 dias. Da metade para o fim, estava zonzo mas simplesmente não podia parar.

26. Tenho inúmeros amigos que me perguntam sobre os livros que deveriam ler ou que filmes deveriam ver. Aconselho-os cuidadosamente dentro de meus pobres conhecimentos, por que não?

27. Tenho absoluta convicção de que sei escolher CDs e livros muito bem. É claro que minha cedeteca, discoteca e biblioteca é de primeiríssima linha, penso eu. Alguns concordam.

28. O melhor presente que posso receber é um livro bem escolhido, só que agora, como sou proprietário da melhor livraria de Porto Alegre, só ganho álcool.

29. Consigo encostar a ponta da minha língua na ponta do meu nariz.

30. Minha primeira relação sexual aconteceu tarde, pouco antes de completar 18 anos e após muito treinamento.

31. Adoro ir a estádios de futebol.

32. Ando muito de transporte coletivo. Ao carro, prefiro o ônibus e a lotação. Observo as pessoas. Cada rosto carrega uma história diferente. Poderia escrever todos os dias contando as histórias lidas nos coletivos.

33. Não tenho contato com meu melhor amigo de infância — João Batista Carneiro Borges — mas gostaria de conviver com ele. Meu melhor amigo durante a adolescência — Flávio Leite Miranda — simplesmente sumiu. Não há registros dele em lugar nenhum. Talvez tenha ido para a Lituânia.

34. Tenho planos para quando ganhar a Megasena, mas NUNCA aposto.

35. Sempre fui muito sociável. Não sei a quantas festas e jantares fui, mas o número é certamente espantoso.

36. Não tenho um apartamento que possa chamar de meu. Aliás, também não tenho uma carreira, tenho apenas uma vida.

37. Gostaria de ter viajado e de viajar mais.

38. Não tenho o menor interesse em morar em outro lugar que não seja Porto Alegre, apesar de não me ufanar de nossa vidinha periférica.

39. Durante grande parte de minha vida preparei-me para ser escritor, um escritor de muitos livros publicados. Nada disso aconteceu e, na verdade, nunca tentei publicar nenhum. Está tudo no micro ou por aí.

40. Em março de 2008, minha filha Bárbara veio morar comigo após o maior estresse coletivo que vivi. Ela merece o nome que tem. Hoje, mora com o namorido.

41. Em 2009, fui processado por Leticia Wierzchowski. Motivo: crítica a respeito de um livro seu. Meus amigos costumam me cumprimentar pelo fato, mas a crítica era infeliz e eu até mereci o processo. Entramos em acordo.

42. Na primeira década do século XXI, perdi meu salário e fui a zero — sem metáforas ou com, pois na verdade fiquei muito negativo — por não aceitar pagar propina para membros do PP gaúcho. Não me arrependo. Durmo muito bem.

43. Cortei minha barba aproximadamente dez vezes em minha vida, uma vez por engano. Fui aparar a coisa sem aquele protetor no barbeador elétrico.

44. Em 2011, fui processado por Mônica Leal. Motivo: crítica sarcástica a respeito de suas políticas. Meus amigos costumam me parabenizar pelo fato. Aceito. É uma espécie de galardão.

45. O item 39 não é de todo verdadeiro. Afinal, publicaram cinco de meus contos em antologias.

46. Em 2010, fui trabalhar no Sul21. Gostei de lá. Havia dignidade. Há ainda.

47. Em 31 de agosto de 2013, comecei a namorar a violinista bielorrussa Elena Romanov. Estou ainda apaixonado. Tirei a Megasena.

48. Digo-lhes que Elena é certamente a pessoa mais importante com quem cruzei. Fico fantasiando em como poderia tê-la encontrado antes, mas a realidade impede. Jamais iria à Bielorrússia declarar amor a uma desconhecida. Em que língua o faria se ela não falava inglês?

49. Um dos caras mais truculentos e direitosos do RS, o pseudojornalista Políbio Braga, me chamou de Jornalista do Eixo do Mal em seu blog. Fiquei orgulhoso.

50. Em março de 2018, adquiri a Livraria Bamboletras. Não tinha dinheiro para tanto, mas a dona e fundadora me facilitou a compra com um longo parcelamento. Disse que queria vender a Bambô para alguém que amasse os livros — eu! — e a mantivesse — putz, dá um trabalhão e é nervoso, considerando a crise moral-financeira. Mas estamos vivos!

51. Ultimamente, algumas pessoas acham que eu sou super afinado, que noto quando as coisas estão erradas, mesmo que ligeiramente, e que devo ter ouvido absoluto. Trata-se de uma característica totalmente inútil em quem não é músico.

52. Pouca gente sabe que sou formado em TI (Tecnologia da Informação) e que desisti dela após o episódio contado no item 42. Em 1986, eu e mais três mosqueteiros pioneiros desenvolvemos o primeiro sistema de Automação Comercial do Brasil.

Foto 1: Bernardo Ribeiro

Foto 2: Santiago Ortiz Monsalve

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58 comments / Add your comment below

  1. Meu marido e eu demos umas boas risadas com sua auto-biografia. Você é quase da idade da minha irmã. Quem gosta de música clássica aqui é meu filho. Gosto de rock e MPB. temos um doberman e uma gatinha branca. Gosto demais de r ao Maraca. Ih, tem muita coisa. Um dia você vem aqui, ponho a gata em um hotel e rolamos no papo.

  2. Tua biografia é ótima. Cotidiana, bem escrita….

    Talvez eu tenha gostado porque, mesmo com a diferença de idade (tenho 21), existem muitas coisas parecidas nas coisas que tu viveu a algum tempo, e as que eu vivo hoje!

    Um abraço!!!!

  3. Olá Milton, descobri seu blog no Outras Palavras, gostei muito de tua entrevista. Bastante interessante seus posts de literatura e de música. Esse curriculum é muito bacana. Poderia fazer um post com alguma imagem de alguma parte de suas anotações? Tenho essa vontade de anotar também mas sou muito caótico e perco tudo. Talvez você possa dar uma ideia de como fazer. De qualquer forma, é muito interessante uma trajetória tão longa de leitura. Para quem está começando, como eu, é sempre uma referência e uma admiração. Parabéns 😉

  4. Milton, topei com o seu blog quando usava o “guga” para procurar informações sobre a tradução do Caetano Galindo para o Ulysses de Joyce. Gostei e cliquei neste “curriculum vitae”. Engraçadíssimo. Obrigada por partilhar tantas histórias pessoais,
    Você me faz sentir saudades de Porto Alegre. Nasci aí mas vivo no Rio há alguns anos. (35, na verdade…)
    A propósito do Ulysses, acho que vou encarar, quando estiver disponível. É agora ou nunca. Já li “Dublinenses” e o “Retrato do artista quando jovem”. Só não vou de “Finnegans Wake”, aí já seria demais.
    Um abraço.

  5. Milton, meu caro (permita-me)!
    Senti falta de saber qual a sua profissão – vi que perdeu o emprego, que ficou no zero, que voltou a trabalhar e ficaria satisfeito com a informação e mais alguns detalhes. Principalmente, indicações literárias. Uma coisa é fato: lerei “Ana Karênina” por sua causa. E esclareça para nós, mortais: não gostou da trilogia do “Senhor dos Anéis” enquanto filme ou leu também as obras e não apreciou? esmiuçarei (que palavra) melhor o seu blog, mas devo dizer: interessantíssimo – parabéns pela auto-crítica e sinceridade!

      1. Caríssimo Milton;
        Eis que digito meu nome no oráculo e vejo novamente o comentário que fiz em seu blog. Li novamente algumas de suas “confidências” por assim dizer.
        Disse acima que leria Ana Karênina por sua causa e de fato o farei. Tanto é verdade que comprei a Obra esse ano, em um Sebo de SP(obra em 2 Volumes – Tradução de João Gaspar Simões), meses atrás, junto com Crime e Castigo e alguns outros.
        Ainda não estou preparado para a Leitura, confesso. Mas sou um aficionado por inícios de livros e devo dizer: Ana Karênina tem o melhor início de todos: “Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira”.
        Grandioso! forte abraço.

  6. Ao ler o item 46, fiquei feliz. Afinal de contas um dos livros que publicou um conto seu foi o Blog de Papel, projeto que idealizei e coordenei. Mas acho surpreeendente sua informação e vou te dizer uma coisa, meu caro: Idiotas os editores que não enxergam seu trabalho.

  7. 43. Na primeira década do século XXI, perdi meu salário e fui a zero — sem metáforas ou com, pois na verdade fiquei muito negativo e desempregado — por não aceitar pagar propina para membros do PP gaúcho. Não me arrependo. Durmo bem pra caralho.

    45. Em 2011, fui processado por Mônica Leal. Motivo: crítica sarcástica a respeito de suas políticas. Meus amigos costumam me parabenizar pelo fato.
    ____________________
    Foram suficientes para ganhar mais um fã – eu. Abraço.

  8. Fico feliz em saber que temos características semelhantes: ávido leitor, daltonismo e uma filha chamada Bárbara que da mesma forma faz jus ao nome. Um abraço.

  9. Nao sei como acabei encontrando este teu blog…ah, I googled Bez Batti, e google me levou a um texto lindo teu. E pronto, aqui me encontro…devorando teu blog por horas.
    Saudades dessa intelectualidade Porto Alegrense. Um abrc,o…raquel

  10. Caí aqui por um texto de Dickens, o nome nao me parecia estranho e, então, cliquei no currículo. Reconheço a estilística da escrita e sei qual é o outro blog, um só de música. Disse isso pra me gabar também, mas pra perceberes que há uma genialidade em ti, a qual deve ser respeitada. Entretanto, essa narrativa 46 atos fez-me tomar ânimo para algumas coisas, sou novo mas sinto minha alma já guardada. É bom ouvir experiências das pessoas sem lição alguma, aprendemos. Obrigado pelas seções e por esta sessão de terapia.

  11. Adorei teu currículo, principalmente por reconhecer semelhanças, sobretudo nos itens 40 e 46. Ocorreu exatamente o mesmo comigo. Mas sobre o currículo, normalmente as pessoas se limitam às experiências acadêmicas e profissionais. Tu foste mais abrangente e falaste sobre coisas ainda mais importantes, como as janelas dos vizinhos quebradas pelas boladas. Ah… também me identifiquei com o item 9.

  12. Oi Moço!

    Acompanho de longe suas postagens no facebook e, sabe-se lá por qual motivo, decidi passar por aqui. Coisa gostosa ler esse post, sô! Devo ler outros e comentar também, apesar de sempre achar que nenhum autor lê essas postagens, rs.

    Bem, “té mais”!

  13. Amigo,
    Tu és um grande cara.
    Pena que a vida nos colocou um para cada lado, mas o importante é que a amizade continua.
    Tu não eras tão perna de pau assim. Tá certo que eu levava o time da fundação nas costas, mas tu eras melhor que muitos que lá tinham, aliás, de todos escapava eu, tu e mais um. O resto quebrava a bola.
    Lembras do negrão Manuel? Tamanho, jeito, estilo, porte de jogador e não sabia chutar uma laranja kkkk..
    Bons tempos aquele em que perdíamos 9 jogos em 10, mas ríamos bastante.
    Grande abraço.

  14. Bom dia,
    Em meio a peças processuais e outras bugigangas do mundo jurídico, lembrei-me da obra Irmãos Karamazov. Ao buscar no Google indicativos da melhor tradução o acaso me conduziu ao seu blog. Li seu curriculum e preciso agradecer por você ter tornado a manhã de hoje muito agradável e enriquecedora. Vou passar a ler os outros tópicos! Um abraço.

  15. Milton,

    Por um acaso de idas e vindas de páginas e mais páginas na internet cai aqui, não sei como, não saberia mais o caminho, mas tenho a certeza de que eu sei chegar ate seu endereço eletrônico.

    Sou bibliotecário de formação, fiquei encantado com seus textos e reflexões de uma vida onde sempre somos castigados, seja ela por amores ou reflexões não compreendidas, afinal, nosso pensamento vaga por entranhas sem terem obstáculos e barreiras, não temos culpa…

    Divaguei né..mas tudo bem, minha intenção aqui é lhe parabenizar por seus pensamentos e opiniões, gostei muito, Forte Abraços….

  16. “Consigo encostar a ponta da minha língua na ponta do meu nariz.”
    Ou és narigudo ou linguarudo.
    Ou os dois?
    A polêmica é a alma da resposta.

  17. Roubar livros de grandes lojas… dependendo do livro e da loja, até passa. Ser processado pela Mônica Leal? É uma espécie de condecoração. Perder o emprego por não entrar em um esquema do PP? Ganhaste minha admiração permanente. Agora… os pecados confessos no nº 18 não têm perdão! A conversão que Vassily promoveu foi tardia, Milton. Vais reencarnar como rato e morando no porão do Museu Dvořák, em Praga! 🙂

  18. Olá,
    Achei seu blog casualmente,porque estava procurando o porque de passar a mão em uma das estátuas da Ponte Carlos em Praga.Emocionante cidade,com suas torres douradas desenhando o horizonte,maravilhoso relógio astronômico,e quão prazeros foi conhecer o Alfons Mucha Museum,onde se encontram todos os seus originais.Ele foi um dos maiores artistas da Art Nouveau, estilo este que sou apreciadora e apaixonada.
    Com suas fotografias,consegui me reportar até Praga,e isto sempre vale quase como uma viagem.
    Muito obrigada.

  19. OKEYOKEY ESTA HISTÓRIA QUE, CHAMAREI NO (ESCURINHO DO CINEMA É PARA OS QUE ERA M ADORADORES DE FILMES DE AÇÃO, COMO RAMBO, EXTERMINADOR DO FUTURO, INDIANA JONES E MUITOS OUTROS, ESTES FILMES TODOS ERAM PASSADOS NOS MAIORES CINEMAS DESTE PORTO ALEGRE, POIS EU, FUI UM DOS LANTERNINHAS ( VAGALUME) E DEPOIS FUI GERÊNTE ESTE CINEMA ERA CHAMADO DE CACIQUE O MAIOR DA RUA DA PRAIA EMPREZA REX;S/A, SALAS LOTADAS, E FILAS ENORMES, EU, NO ESCURINHO DO CINEMAS E MINHA LANTERNA MAGICA, OLHAVA TUDO E QUE, DEVIA E O QUE NÃO DEVIA, E,OS CASAIS APAIXONADOS ESTAVAM ALI SENTADOS COLADINHOS QUE,PARECIAM UM SÓ, AS VEZES SEM QUERER EU, APONTAVA A LANTERNINHA ENTRE ÊLES E SEM QUERER, QUERENDO, VI AQUILO NA MÃO E MÃO NA QUILO, MAS. ALI NO ESCURINHO ÊLES NEM DAVAM BOLA E, MANDAVAM EU APAGAR MINHA LANTERNA, ISTO ÉRA APENAS UM AQUECIMENTO,O MELHOR VIRIA DEPOIS AO APAGAR TOTAL AS LUZES, MAS A FESTA MESMO ERAM NOS BANHEIROS DO CIENEMA, MAS, ISTO FICA PARA A PROXIMA HISTÓRIA, OBRIGADO A DIREÇÃO E ATÉ LA VISTA BABYS, Lauro Trindade…

  20. Bom, gostaria de saber um pouco sua formação, para referenciá-lo em minha pesquisa sobre literatura, isto é,se for possível. Um abraço!

    1. Olha, sou jornalista da área cultural. Trabalhei anos como crítico de literatura, música e cinema, mas não tenho uma formação regular. Apenas sou um leitor voraz desde a adolescência. Lá se vão quase 50 anos…

      1. OI cara, sou dos que (ainda) se comunicam por e-mail (antes se diria, dos que escrevem cartas – passei por esta fase também). Tentando encontrar teu e-mail acabei por topar com tua (excelente, divertida,etc.) auto-biografia. Te conheci numa reunião do clube do livro de Canela (moro em Gramado há 3 anos)e depois deixei uns livros meus em consignação lá na Bamboletras. Estava querendo saber como andam suas vendas e combinar a possibilidade de fazer um lançamento dos “inéditos” (que fazem parte do que chamo uma “desova literária”) lá na frente da Bamboletras , conforme conversamos quando estive lá para deixar os livros.
        Como sou um péssimo marqueteiro de mim mesmo e não frequento as redes sociais (cada vez que entro no face acabo de mau humor por ver o que publicam meus amigos e parentes fundamentalistas de direita – prometi a minha mulher que em nome da harmonia doméstica não retaliaria, o que me causa uma azia danada) acabei contratando uma assessora de marketing local para ver se consigo pelo menos uma meia duzia de leitores para meus livros e assim decida se continuo escrevendo ou desisto de vez nesta encarnação (força de expressão – não sou espírita).
        Estive outras vezes na livraria, pois sempre que posso em minha escassas idas a POA vou ver um filminho lá no Guion, coisa que não consigo pela ausência de cinemas que passem filmes que estão sendo lançados nessa Gramado, terra do Festival e carente de cinemas. Mas não consegui te encontrar por lá.
        Gostaria de lançar os livros aí em frente da tua livraria em meados de outubro, para não coincidir com a Feira do livro de POA. Em que dia da semana pensas que seria mais propício?
        Em tempo: apesar da diferença de idade (não espalha, mas neste ano completei 80, com cabeça de 40 e corpo de…bem, uns conservados 80 mesmo) gostaria de te incluir em minha rede de amigos extra-face. Não são tantos, mas leais e com afinidades como gostar de literatura e música erudita. Ah! a propósito, sou gremista, neto de um dos fundadores do Grêmio, coisa que só vim a saber aos 15 anos, tendo meu avô falecido quando eu tinha 3. A forma como soube é uma história pitoresca que te conto algum dia. Como vês, tinha forte inclinação masoquista para ser gremista no tempo do rolo compressor.Mas sou da torcida “compartilhada”, pois minha mulher é de família colorada e, divertidas gozações a parte, isso nunca foi motivo de discórdia na família. Aliás, me orgulho de sendo gaúchos e tidos como “brigões” termos dados esse exemplo de civilidade ao Brasil e ao mundo com as torcidas mistas nos estádios.
        Aguardo contato. Um abração do
        Osorio

  21. Oi Milton,
    Seria possivel trocar informacões com vocé?
    Quero dizer podemos trocar e-mails?
    Estou escrevendo um livro sobre Brasil em dinamarques. As pessoas q moram aqui na Dinamarca não tem muito conhecimento sobre Brasil, por isso quero dar mais informacão sobre Brasil, um pais importante e com um povo bonito e legal. Morei em Porto Alegre em 1992-1993.
    Seu blog é muito muito interessante para uma pessoa que muitas saudades do Brasil!
    Esperso que podamos trocar ideias e informacão sobre Porto Alegre e Brasil em geral, tché!?
    Um abracão e admiracão da Dinamarca!

  22. QUE DESCOBERTA INTERESSANTE AO PROCURAR SABER QUEM ERA O NOVO MINISTRO DA EDUCAÇÃO E SEU XARÁ… CERTAMENTE SE4RIA BEM CONSTUTIVO PARA O SISTEMA EDUCACIONAL SE FOSSES TU O ESCOLHIDO.
    AMEI!!!

  23. Olá Milton! Por incrível que pareça cheguei até aqui por coincidência…estava escrevendo uma poesia sobre o oitavo pecado capital e acabei chegando em seu blog. Sou gaúcho de Viamão, e amo Porto Alegre, inclusive atualmente moro nela. Adorei a sua biografia, e até me vi ali dentro dela em algumas situações que narraste da sua vida. Tenho este sonho de escrever um livro…tenho até uns rascunhos para ele, mas estou mais próximo mesmo de conseguir terminar dois livros de poesias, pois sinceramente, mesmo amando escrever, eu ainda me acho incompleto para escrever um livro com narrativas, roteiros e tudo mais…enfim, quem sabe um dia eu chego lá. Por ora queria compartilhar da minha admiração pelos seus escritos que por aqui achei. Ah! só uma coisa que sinceramente não gostei…kkk do seu time do coração….brincadeirinha. Mas fazer o que né…somos seres imperfeitos.

  24. Boa noite Milton , li sua matéria sobre o bar Alaska , gostaria de saber se o senhor é filho do Alfredo Ribeiro?

  25. É com grande prazer que leio sua autobiografia bem humorada e primorosa. Anotei algumas construções, como o detalhismo na descrição da chegada ao mundo. “Ao carro, prefiro o ônibus…” é outro trecho que salta aos olhos, pelo primor.
    Cheguei ao seu blog pelas mãos da Folha de São Paulo, enquanto lia a coluna do obituário. Bernardina da Silveira Pinheiro, a referência brasileira na tradução de James Joyce. Eu, que ainda almejo conhecer as obras desse romancista irlandês, persigo a jornada da literatura plural.
    Outra motivação para ter chegado a este destino foi a curiosidade premente sobre os cabedais culturais do atual Ministro da Educação. Qual não fora a minha surpresa em constatar que se tratava de outra personalidade. Por um instante, cheguei a acalentar a possibilidade que a sua pessoa estivesse ministro e não o atual… como um dos colegas aqui havia aventado!

  26. Eu devia escrever algo.
    Certamente seria bom.
    Sua autobiografia é boa.
    Eu cheguei aqui por causa dum texto apresentando um álbum de Kersinho Mineiro.
    Talvez a gente fosse amigo. Ou só bons colegas. Admiro tanto Chico Buarque.
    Pensando bem: tu matava gatos. A possibilidade de sermos amigos se perdeu.
    Oxe. Eu escrevi algumas frases.
    Tu mente tão bunito, chega parece mesmo uma mentira bem narrado.
    Até.

    1. “A possibilidade de sermos amigos se perdeu”. Nããããããõooo!!!

      Nunca matei gatos e, inclusive, tenho um de 16 anos!!!!

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