Eu li bastante da primeira metade da obra de Rubem Fonseca. Conheci-o adolescente quando houve a censura ao ótimo Feliz Ano Novo. A censura era uma boa propaganda na época.
Acho que conheço quase tudo de sua obra até Agosto ou Bufo & Spallanzani ou Vastos Pensamentos, não sei qual foi o último. Achei que sua literatura, antes sinceramente noir, estava decaindo.
Gostava de sua habilidade para inserir a maldade em seus textos. Ela estava sempre rondando.
Creio de Feliz Ano Novo, Lúcia McCartney, O Cobrador e A Grande Arte ficarão.
Era um mineiro muito carioca que recebeu seis Jabutis e era um sujeito conservador, apoiador do golpe de 64 e homofóbico, mas isso não chegava a transparecer com clareza em sua obra, que é o que interessa.
Ontem, ele morreu à beira dos 95 anos.