Quem não viu, não consegue imaginar o que jogava Elias Figueroa. Não consegue MESMO. Hoje, ele completa 72 anos. Nasceu em Valparaíso e é considerado o maior jogador chileno de todos os tempos.
Também foi eleito o melhor zagueiro da Copa de 1974. Detalhe: Beckenbauer estava presente e foi campeão daquela Copa.
Figueroa chegou ao Inter em novembro de 1971, vindo do Peñarol. Vestindo a camisa colorada, ele fez 26 gols em 336 jogos, sendo ao lado de Índio o zagueiro que mais fez gols pelo clube.
Foi hexacampeão gaúcho (71/72/73/74/75/76) e bicampeão brasileiro (1975/76). Disputou 17 clássicos Gre-Nal, tendo perdido apenas UM. Nunca foi expulso ao longo de sua carreira.
Figueroa, quando ainda atuava no Peñarol foi considerado duas vezes melhor jogador da América. No Inter, repetiu mais duas vezes o feito. Foi um dos maiores zagueiros de futebol da história. Era um monstro.
Meu pai me fez colorado, mas logo eu passei a amar o futebol muito mais do que ele. E nós, eu e o Sylvio, marido de minha irmã — fizemos com que ele voltasse aos estádios de forma tão cabal que ele assistiu à final do Brasileiro de 1975 e eu não, pois estava estudando para o vestibular. Acho que eu não precisava me punir daquela forma — passei fácil no exame, glória juvenil —, mas ele me contou que, quando Figueroa fez o gol que nos deu o título, ele se sentou com as mãos na cabeça na arquibancada do Beira-Rio, enquanto todos comemoravam. Naquele momento, ele me culpava por tê-lo tornado aquele fanático que quase morreria com cada chute de Nelinho — e defesa de Manga — nos minutos seguintes. Foi o que ele me disse quando voltou para casa.
Faz tempo, né? Mesmo antes de 1975, o Inter tinha um time muito bom. Elias Figueroa e Paulo César Carpegiani já estavam aqui desde 1971 e o time foi pouco a pouco recebendo reforços, mas foi a chegada de Lula em 74 que mudou tudo. Ele foi o cara que dizia a todos — interna e externamente — que tínhamos um tremendo time e que podíamos ser campeões brasileiros. Naquela época, éramos uns provincianos. Achávamos impossível vencer as equipes de Rio e São Paulo. Uma vez ouvi Lula afirmar: “Eu falava que seríamos campeões e o pessoal ria”. Outro grande campeão foi o técnico Rubens Minelli. Ele foi o cara viu a Holanda de 1974 e tropicalizou um pouco daquela “loucura”. Fez do jeito que dava. Nosso time corria como nenhum outro e até os atacantes marcavam! Havia outros craques, claro, como esquecer de Falcão? Mas Lula e Minelli foram os dois pioneiros.
Abaixo, os melhores lances daquele jogo sofridíssimo: