Um amigo teve seu celular roubado num ônibus. Com o sistema de rastreamento, presente na maioria dos smartphones, soube que seu aparelho estava num raio de 20 metros no final da Av. Ipiranga. Sabe como ele descobriu que seu celular estava ativo na mão de outra pessoa? É que, quando entrou no Youtube, notou que havia sugestões de funk para ele ver e ouvir. Funk? Ele detesta funk. Logo concluiu que alguém estava entrando no Youtube com sua identificação.
Como este amigo é muito jovem e vê séries estrangeiras, ligou para a polícia. O policial, nem um pouco constrangido, deu-lhe um conselho: Não vá lá buscar, o cara pode estar armado e não gostar da visita! Tranquilo, o amigo perguntou se eles o buscariam. A resposta foi Nós não fazemos este serviço.
Fico me perguntando se a abordagem seria ilegal — se precisaria uma ordem judicial para autorizar o ingresso dos policiais numa residência, por exemplo — ou se a coisa está de um jeito que aos pequenos roubos a polícia não dá a mínima. Só que para um sujeito que anda de ônibus, ter o celular roubado equivale a um pequeno abalo financeiro. Já um pequeno crime cuja vítima seja um grande empresário, tanto se lhe dá. Mas não quero relativizar nada. Crime e crime e indícios deveriam ser sempre investigados não? Fico me perguntando, repito: se perder meu celular, devo considerar o fato uma fatalidade e comprar logo outro?
Ou chamo o Batman?