A marcenaria de Cantando na Chuva

A marcenaria de Cantando na Chuva

Deixo aqui no blog um registro do melhor momento do dia de ontem. A edição especial de O Divã e a Tela, dedicada aos 50 anos do livro de Enéas de Souza, Trajetórias do Cinema Moderno, foi uma bela lição de cinema. Enéas e seu parceiro Robson Pereira receberam a visita de Ivonete Pinto e o trio deu um show de informações, contextualizações e interpretações acerca de Cantando na Chuva, um filme que eu, assim como muita gente da plateia, considerava menor.

A escolha de Cantando em uma comemoração dessas ficou inteiramente justificada. Não vou me alongar procurando repetir as falas do trio — o fato é que saí de lá muito feliz e com alguns centímetros a mais. Da altura de Cyd Charisse de salto alto, por assim dizer, já que temos os mesmos 1,71m.

O filme foi girado na mão de cada um dos palestrantes de forma a que o víssemos sob várias e novas perspectivas. Dizem que isso é cultura. Só me resta agradecer à generosidade de gente que faz isso há dez anos sem ganhar nada que não sejam as nossas caras e palavras de admiração.

Eneás e Robson -- ficou faltando a Ivonete | Filipe Castilhos / Sul21
Eneás e Robson — ficou faltando a Ivonete | Filipe Castilhos/Sul21

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Porque hoje é sábado, Cyd Charisse (ou as pernas)

Post publicado em 21 de junho de 2008. As fotos tinham sumido na passagem do blog.

Um amigo pediu um Sábado Trash com Deborah Secco, mas confesso que me assustei com o resultado…

Então, fiquei com a monumental Cyd Charisse (1922-2008), falecida esta semana.

Nunca vi um filme com ela. Nem Cantando na Chuva vi.

Sou hostil ao gênero “Musical”; acho que só gostei de West Side Story e… Dançando no Escuro é mesmo um musical?

Fico imaginando se, num momento de extrema alegria, reagisse saracoteando com um louco.

Imagino-me dançando no nascimento de um filho, dentro da maternidade, com a criança nas mãos sendo perseguido pela pediatra, que também dançaria.

Ou após a primeira relação sexual, saltando aliviado sobre o sofá da sala, dando voltas na TV, pegando quadros, trocando seus lugares na parede.

Dançaria na frente do Palácio Piratini, junto aos brigadianos, pedindo a queda da tia Yeda.

Bom, chega. Meu pai era um admirador — como todos –, das pernas perfeitas da deusa Cyd. Falava muito nelas.

Cyd chegou a fazer um seguro de cinco milhões de dólares para suas pernas (é um recorde, está no Guiness Book).

Seu verdadeiro nome é Tula Ellice Finklea e acho que foi uma boa fazer a troca.

Foi casada por 60 anos com o cantor Tony Martin. O que é que deu errado com eles?

Ela dizia que Gene Kelly era mais criativo, mas que Fred Astaire era melhor dançarino.

Ela devia saber; afinal, dançar era com ela.

Para mim, ficam suas pernas, verdadeiramente loooooooooooooongas e deslumbrantes.

No fechamento desta edição, descobrimos que ela recebeu de Bush o National Medal of Arts and Humanities Award.

Viram? Sempre desconfiei desses dançarinos…

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