Vermeer deixou sua casa em Delft para passar catorze dias em Haia. Lá ficaram seus filhos e as mulheres da casa. Estas escreviam para ele. Foram seis cartas de sua esposa, Catherine Bolnes, seis cartas de sua sogra, Maria Thins, e seis cartas de sua modelo, Saskia de Vries. Tratam de arranjos domésticos, das variadas atividades das crianças, de planos de casamento, acidentes domésticos, mas, acima de tudo, escrevem pedindo para ele voltar logo. Eles sentem sua falta e afeto.
Enquanto Vermeer está ausente, as mulheres defendem a casa contra as ameaças de cinco líquidos: as tintas que podem acabar ou secar, os vernizes que ameaçam as crianças, o leite que a criada insiste em derramar, o sangue da violência política e a água, tão presente no caminho de 10 Km entre Delft e Haia e que, pensam elas, podem varrê-lo.
O libreto e a montagem são de Peter Greenaway e a música de Louis Andriessen.
Se algum de meus sete leitores estiver estiver em Delft no dia 10 de julho, poderá ver o filme baseado na ópera. Basta fazer a reserva. É gratuito. Se não poderem ir, ao menos ficarão sabendo que Escrevendo para Vermeer existe!