Ontem, li perfis de candidatos à prefeitura num notório jornal de Porto Alegre.
Consistiam em tentativas comoventes de jornalismo literário.
O candidato tal trabalha muito, mas não descuida da família,
(tudo em parágrafos soltinhos, como talharim bem preparado)
outro gosta de música, outro deixa seu filho a 400 Km, mas à distância de um Whatsapp,
outro gosta de animais domésticos, outro de sexo oral.
E tem muito dinheiro no banco.
Nada de projetos, só bondades. Como as pessoas são chatas quando tão boas!
Eu peço aos céus ateus que me livrem da absoluta correção política,
dos Reinos de Bons Sentimentos e dos maus textos dos outros,
deixando-me só, com minhas porcarias e pensamentos incompletos.