O último dia em Praga foi melancólico como todas as despedidas de lugares onde fomos um pouco mais felizes. Indico a hospedagem no excelente Hotel Waldstein e também tudo o que fizemos, talvez à exceção do Museu de Artes Decorativas.
No último dia, atravessamos a Ponte Carlos vindos do lado do Castelo de Praga e fomos para a direita, onde ainda não tínhamos ido. Enfrentando o maior frio, logo demos de cara com o Edifício Dançante que, se não chega a ser lindo, é muito curioso. Caminhamos mais e mais e voltamos — como era o esperado — à Praça da Cidade Velha. Ali, a Babi comeu um crepe de Nutella e encontramos um restaurante chamado Brasileiro nas redondezas. Entramos só para olhar. Putz, um garçom empunhava um espeto com uma carne seca de mesa em mesa, a música era forró e o feijão não podia ser mais mineiro. Sincretismo total, mas tudo bem brasileiro, sem goulash. Os caras ficaram encantados por sermos do país, enquanto a gente tentava fugir de lá. A comida tinha cara de ser muito boa e bem feita, mas a gente sai do Brasil para ter outras experiências, não para mais do mesmo.
Depois, conhecemos mais dois museus. Um é o Klementinum, com sua velha universidade e observatório astronômico onde trabalharam Galileu, Tycho Brahe, Kepler e Copérnico. De lá de cima, temos a vista mais espetacular da cidade. Tinha razão a guia do Museu (no Klementinum todas as visitas são guiadas). Depois, fomos ao Museu de Arte Decorativa. Foi a única decepção de Praga. O museu é pequeno e só deixaria o amigo Marcos Abreu feliz: há uma excepcional coleção de relógios antigos.
Depois, neve e neve. Acho lindo, tão lindo que uma senhora de uma loja nos perguntou se não havia MESMO neve no Brasil. Nossa resposta fez-lhe dizer: “É, eu achava que não, mas é inacreditável mesmo assim”.
Ao cair da tarde, o fim da pequena temporada tcheca. Aeroporto e retorno a Londres, onde passaremos mais 9 dias. Chegamos não em Heathrow, mas no aeroporto de Gatwick, a 45 quilômetros ao sul de Londres — um enorme e funcional aeroporto, desses que a gente olha e fica pensando sobre o Brasil. De lá, pegamos um Gatwick Express (trem, 20 pounds para cada um) até a cidade, na Victoria Station, mas na chegada, às 0h45, desta vez pegamos os metrôs fechados e morremos com um táxi.