No Brasil, 80% dos internautas têm perfil no Facebook. O enorme alcance da empresa de Mark Zuckerberg faz com que ela seja fundamental para os meios de comunicação. Estes colocam em nossas timelines suas notícias e textos. Ou colocavam, pois o Face está interferindo severamente nesta distribuição de links. E não adianta tentar evitar ou enganar o gigante. Ele vê claramente as nossas ações em seu aplicativo e nos manipula feito marionetes. Quem produz conteúdo e quer vê-lo lido tem que entender o que o monstro deseja.
Há algumas semanas, a presença dos meios de comunicação na rede social diminuiu muito. Caiu o alcance das notícias que os veículos publicam em suas páginas. Tal queda coincide, obviamente, com a mudança no algoritmo de distribuição.
Agora o Facebook não quer mais funcionar como um distribuidor de links — quem faria isso é o twitter. Distribuir links manda os usuários para fora do Face e agora ele quer manter os usuários o máximo de tempo possível dentro do aplicativo.
O funcionamento geral do Facebook é bastante simples. De um lado, existe a pilha de postagens criada por você (pessoa física ou veículo), de outro você tem uma pilha de amigos (ou curtidores, no caso de fan pages). Então, o Facebook mostra as postagens na chamada “Página inicial” dos amigos ou curtidores, mas não para todos. Ele mostra apenas para aquelas pessoas com as quais você mais se relaciona ou para seus parentes. É ele quem decide para quantos vai mostrar a postagem. É ele quem decide se a sua postagem ficará incógnita ou se fará sucesso. Claro, se o veículo pagar pela distribuição, o algoritmo lhe devolverá um sorriso e entregará o conteúdo para um maior número de seguidores.
Mas agora o Facebook não quer apenas isso, ele quer que o tráfego de seus usuários permaneça dentro da rede social. Ou seja, ele não quer mais os links. E coloca os meios de comunicação diante de um dilema inédito: para melhorar a distribuição de seu conteúdo, eles precisam publicá-lo na página do Facebook.
Não adianta tentar enganar o Face. Rindo, ele vê os jornais inventarem estratégias para melhorar a distribuição de notícias… Zuckerberg deve achar graça de tais estratégias, pois é ele quem decide, põe e dispõe.
Por outro lado, o Facebook sabe da importância dos veículos de comunicação. Diversos estudos, como o da consultora digital Parsely, indicam que o tempo dedicado a ler ou assistir notícias é maior que o de outros conteúdos. Além disso, os leitores de notícias, em busca de atualizações, consultam a rede mais frequentemente. São usuários importantes para as redes sociais.
Para tanto, o Facebook criou uma ferramenta para que as pessoas leiam as notícias e vejam os vídeos SEMPRE DENTRO DO FACEBOOK, sem sair dele. É o Instant Articles. Dentro dele, há um editor mais completo para que o veículo possa manter sua identidade. Publicando no IA, o Facebook remunerará o veículo conforme o número de leituras.
O que houve? Ora, o Facebook colaborou com os veículos de comunicação, seduziu-os habilmente e neste momento em que todos estavam felizes e instalados confortavelmente, quer cobrar pelo conforto. Era de se esperar.
Google
O Google já fazia o mesmo de outra forma. Cobrava dos produtores de conteúdo para que aparecessem nas primeiras páginas das pesquisa. Outro fato importante é que a ferramenta privilegia o produtores originais de textos. Os meros copiadores de notícias produzidas por outros veículos vão perdendo e perdendo posições nas pesquisas, caindo no ranking. O Ctrl-C Ctrl-V não é aprovado pela ferramenta. O “vou repicar esta notícia porque achei importante” pode ser um belo tiro no pé.
Com isso, quem se prejudica são os sites que produzem conteúdo E copiam notícias, penso eu…
Twitter
Até o twitter já tem um algoritmo que escolhe as notícias que mais possam interessar ao usuário da plataforma.
Conclusão óbvia
Claro, que este texto é apenas uma introdução a um assunto vastíssimo, mas a conclusão não cairá muito longe do “Não existe almoço grátis”. Ou seja, é impossível conseguir algo sem dar nada em troca. O termo “almoço grátis” faz referência a uma prática comum entre bares americanos do século XIX, que ofereciam refeições a custo zero. Mas apenas para os clientes que consumissem bebidas.
Ih, rapaz, mais de novas políticas do Facebook aqui.
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