“Dá muito mais emoção, audiência e equilíbrio técnico ao campeonato”, disse de forma inacreditável o novo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr.
Equilíbrio técnico? Ele deve estar brincando, não? Pois, obviamente, o modelo mais simples e consagrado mundialmente, o de pontos corridos com jogos lá e cá, é o mais equilibrado e justo. Além do mais, já há vários torneios mata-mata em nossas vidas: a Libertadores, a Sul-Americana, a Copa do Brasil e até os famigerados Regionais.
Segundo Bolzan, a luta pelas “vaguinhas” na Libertadores e na Sul-Americana é a única coisa interessante nos pontos corridos. Ele esquece simplesmente das duas pontas: a do campeão e a do rebaixamento. Esquece também dos clubes que ficarão fora dos play-offs, obrigados anteciparem as férias em um mês, chorando a falta de renda e o prejuízo com as folhas de pagamento a vencer sem o time jogar. E mais, acho uma piada o Cruzeiro colocar em risco um Brasileiro após permanecer por meses na primeira colocação.
Na minha opinião, mata-mata é coisa para a TV, é para o telespectador, para aquele torcedor que só aparece na hora da final, o torcedor de ocasião. Quem acompanha os pontos corridos — aqui e na Europa — sabe que cada jogo, desde o início, é uma final. Mas, sei, é complicado explicar isso para quem não gosta muito de futebol. Ademais, esquecem que no mata-mata um time pode também disparar e ficar jogando na banguela, só esperando e escolhendo o melhor cruzamento. Pois o mata-mata torna meramente classificatórios os jogos de ida e volta .
E quem compraria um campeonato inteiro na TV se só um mês interessa?
Ora, Dr. Romildo, vai fazer time e não encha o saco.