Do site m.nn.by
Tradução livre de Milton Ribeiro com a ajuda de Elena Romanov
No dia 10 de dezembro, Svetlana Aleksievich irá receber o Prêmio Nobel das mãos do rei da Suécia. Neste sábado (5), no Aeroporto Nacional de Minsk, a escritora bielorrussa recebeu jornalistas, parentes e amigos. Questionada sobre como se preparara para a viagem, Svetlana disse que começou a se arrumar às 2 da madrugada. Disse que atrasou-se muito escrevendo o texto de suas duas palestras — uma como ganhadora do Prêmio Nobel, outra sobre seus livros. Na última, ela falará também sobre a Bielorrússia de hoje e sua situação pessoal no país.
Ao lado da filha, da neta e de amigos, Aleksievich disse que sua vida enlouqueceu após a premiação. Ela comentou a informação de que a TV bielorrussa não irá transmitir a cerimônia de premiação. “Seria estranho se fosse” — disse Aleksievich. “Tal decisão apenas referenda a baixa qualidade humana de nosso presidente”.
“Não creio que estejam me ignorando por nossas diferenças políticas. O mais provável é ciúme. Ele é único. Mas onde estão hoje Stalin e Brezhnev, que eram ainda maiores?” — disse a escritora.
Ela disse que o governo ficou mais agressivo em relação a ela após o anúncio do prêmio, mas ela nota também que agora há um grande interesse por suas obras, boa parte dele disseminado pela internet. “Meus leitores estão fazendo a mais esplêndida das divulgações. Agradeço-lhes diariamente”.
“Sou uma pessoa controversa em meu país, apesar de ter colocado a Bielorrússia no mapa. Imaginem que até recebi passagens na classe executiva nesta viagem para Estocolmo!” — disse Aleksievich rindo muito.
Em Estocolmo, ela será recebida pelo ex-embaixador da Suécia na Bielorrússia, Stefan Eriksson. A viagem, a cerimônia de gala e os banquetes serão acompanhados por 14 amigos pessoais da escritora, todos convidados por ela.
O prêmio tem o valor de 8 milhões de coroas suecas, ou cerca de 970 mil dólares.