Minha ida de hoje à padaria

Como quase sempre faço, fui hoje pela manhã à Padaria Pasquali. Cheguei lá às 7h22 (olhei no celular). Para minha surpresa, já estava lá o grupo de gremistas irredutíveis. E estavam aos berros:

— A coloradagem está quieta, só pensando na Libertadores, mas se a gente perder para o Novo Hamburgo, eles vêm pra cima de nós com tudo.

Entrei soridente, claro, aquilo me SABIA como uma sinfonia de Haydn. Cumprimentei-os.

— E então! Vocês estão com medo do Noia?

— Medo nada, Milton ficou louco?

— Vocês sabem aquele médico do PTB, o Eliseu Santos?

— “O seu médico”…

— Esse mesmo. Foi assassinado um dia depois de prestar depoimento na Polícia Federal sobre desvios na Secretaria da Saúde.

— Queima de arquivo.

— É. E Houve um terremoto Kleist-like no Chile.

— O quê?

— Houve um terremoto no Chile. 8,8 na escala Richter. 64 mortos até agora.

— Credo, que noite!

— E vocês aqui se cagando pro Noia!

— Milton, vai pegar o teu leitinho e o pão.

Fui mesmo.

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