A defesa masca coca e o The Strongest faz 3 x 1 na estreia do Inter na Lib 2015 (veja os gols)

A defesa masca coca e o The Strongest faz 3 x 1 na estreia do Inter na Lib 2015 (veja os gols)

Neste momento em que escrevo, o Inter já está de volta à Porto Alegre. A logística de ida e volta até La Paz foi perfeita. Se o time tivesse lembrado de marcar o The Strongest, principalmente naqueles primeiros minutos, tudo teria saído às mil maravilhas. Diego Aguirre colocou seu time em campo para fazer o que segue:

— MARCAR a partir da sua intermediária,
— ter a posse de bola,
— deixar a correria para o adversário e
— apostar em contra-ataques.

Só que todo o plano foi abortado pelo fato do primeiro item não ter sido, digamos, contemplado.

É claro que é difícil analisar um time que joga na altitude da capital boliviana e que estava preparado para o fiasco desde o anúncio da presença do The Strongest em sua chave. O presidente Píffero lamentou-se tanto que parecia que os caras eram o Real Madrid. Nossos jogadores estavam há uma semana respirando mal. Lá em La Paz, houve problemas reais. Anderson sentiu-se mal, por exemplo. Mas, a partir de agora, vou tentar mostrar que o pior foi a falta de marcação em função do excesso de zelo com a altitude.

Começamos bem o jogo: aos 4 minutos, Nilmar recebeu de D`Alessandro, partiu em velocidade para cima da defesa boliviana, deixou dois marcadores para trás e ficou cara a cara com o goleiro Vaca, mas concluiu mal.

Algumas luzes e uma explusão injustificada
Algumas luzes e uma expulsão injustificada

Depois, o que se viu foi a liberdade total dos pupilos de Evo Morales em nosso campo. Nossa defesa ficava mascando coca. O primeiro gol foi uma piada. Aos 10 minutos, o centroavante Ramallo recebeu na área, fez o pivô para Cristaldo, livre, enfiar uma bomba, Alisson conseguiu impedir o gol, mas no rebote, havia mais um jogador abandonado pela marcação, Chumacero. 1 a 0. Aos 14, Pablo Escobar recebeu na boca da área — não se sabe onde estavam os três volantes de Aguirre — chutou e deu uma rosca, só que a rosca acabou nos pés de Ramallo, novamente livre, na cara de Alisson, 2 a 0.

Então Anderson sentiu-se mal e saiu. Já no banco, a TV mostrava ele e Paulão usando máscaras de oxigênio. Aliás, Paulão deveria ficar sempre assim em todos os jogos — no banco, com uma máscara de oxigênio. Vitinho entrou melhor e nós conseguimos levar o jogo em 2 a 0 até o final do primeiro tempo.

No intervalo, Aguirre trabalhou bem. O Inter dedicou-se a marcar e poderia ter empatado ou até virado o jogo em 15 minutos. Aos 2, Nilton cabeceou um escanteio cobrado pela direita e um zagueiro do Strongest abriu os braços, tocando na bola com a mão. Pênalti. D’Alessandro foi lá e fez, chutando no seu canto preferido, só que alto. 2 a 1.

Com o gol, começamos a criar chances em sequência. Aos 7, Nilmar arrancou em velocidade pela direita e cruzou para Fabrício na frente do gol, só que este, apertado pela marcação, não conseguiu concluir. Três minutos depois, D’Alessandro cobrou escanteio e Alan Costa mandou bala com a testa, Vaca fez boa defesa. Aos 23, Vitinho quase empatou. Sasha fez o cruzamento e o ex-botafoguense se antecipou à defesa. A bola explodiu no travessão.

Escrevo tudo isso para mostrar como poderíamos ter saído de La Paz com um bom resultado e que nossos problemas são também de estratégia e obediência tática. Outra coisa: jogadores de primeira linha decidem. Nilmar foi brilhante na primeira situação de gol da partida, mas deu um chutinho. O que há?

No final, um espetacular lançamento de Pablo Escobar encontrou Chumacero na cara de Alisson. Foi um belo gol dos bolivianos. Mas bem no finalzinho, para piorar nossa vida, Nilmar resolveu solar um zagueiro e acabou expulso. Não entendi, Nilmar nunca foi de disso.

Bem, agora o Inter tem que pensar sobre seus erros e sobre o próximo adversário. Temos que ganhar em casa para não comprometer toda a Lib 2015. Esperemos um bom trabalho de Aguirre e que o Píffero cale a boca.

P.S. — Temos um goleiraço, não?

http://youtu.be/Y94yiP0mHWQ

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