Um tenista genial tem uma lesão no quadril que o impede de seguir jogando competitivamente. Isto é uma notícia triste para o esporte, principalmente num país como o nosso, que dá atenção mínima a tudo que não seja futebol. É um pouco mais triste se o cara, mesmo rico e tendo ganho os maiores torneios mundiais, permanecia com o mesmo ar alegre, sorridente e amador, preocupado em ajeitar as cordas da raquete a cada saque e levando quase sempre seus erros no bom humor.
O que Gustavo Kuerten não deveria fazer é o que fez ontem, por exemplo. Após rolar e perder insistentemente em torneios de aspirantes, resolveu jogar o Brasil Open. Segunda-feira foi eliminado nas duplas e, ontem, levou um baile de Carlos Berlock, um obscuro argentino. Dois a zero. Não, Guga, em honra a sua biografia, você não deveria receber os aplausos penalizados de noite de ontem. Foi patético.
Se Guga ama o jogo a ponto de não conseguir afastar-se, deveria desistir das competições profissionais. Poderia fazer um belo jogo-exibição de despedida. Imagine um evento que reunisse outros grandes tenistas do passado recente como Alex Corretja, Magnus Norman, Patrick Rafter – por que não Sampras? – e outros, ao lado de Guga e do show-man Fernando Meligeni. Uma coisa bonita: além dos jogos, o bom humor que acompanha estes torneios e, num telão, vídeos das inúmeras vitórias de Guga. Seria uma despedida digna de um grande tenista.
Gustavo Kuerten merece ser melhor lembrado. Como o foi durante a transmissão do Aberto da Austrália no mês passado. Roger Federer estava levando – e levou – um surpreendente 3 x 0 de Novak Djokovic. O comentarista brasileiro foi consultar quando fora a última vez que Federer tinha sido derrotado desta forma inapelável e chegou a um Roland Garros de sei lá quantos anos. Ele disse meio que suspirando: o último que impôs tal placar à Federer foi Gustavo Kuerten… Houve um silêncio após o qual ouviu-se um “Que coisa!”.
É assim que ele deve ser lembrado.
P.S.- Deveriam proibir que os comentarios aos posts sejam melhores que os próprios… O que o Dr. Claudio Costa faz aqui é sacanagem…
:¬)))
Uai, uai, uai?? Que novidade é essa?? Adoro novidades!
Milton, é difícil para um profissional ser afastado de seu meio ainda jovem. Ele quer prolongar, quer sentir-se integrante do Métier 🙁 é triste!
Quem disse que ele não vai ainda fazer isto?
Eu aposto.
abraço
Milton: confesso que me deu uma tristeza danada ao assistir parte do jogo de ontem. Falei com minha esposa exatamente o que você disse aqui. Quem já testemunhou o Guga batendo Safin, Sampras e Agassi numa mesma semana não merecia assistir um joguinho chinfrim como aquele. Berlocq ?!
Porra, Guga, vai curtir a grana com gatinhas e surf. E de vez em quando bate uma bolinha com os amigos; mas deixa esse negócio de competição pra lá. É triste.
ahahahaha, Roberson.
Que loucura´são as ‘leituras’…
Por alguns segundos matutei:
“-Quem é este roberson que não me conhece, não sabe se gosto de gatinhas e surf ,que acha bato umas bolas com os amigos e que acha que a expressão ‘Eu aposto” seja algum tipo de competição.”
O que posso dizer é que se eu fosse o outro Guga, seguiria seu conselho. Abraço
Vim conhecer. Gostei. 🙂
Certo, certo.
Alguns jornais apontavam Guga como decadente, há 6, 7 meses. Sim, é verdade. Fosse ele estrangeiro – argentino, principalmente -, seria tachado como perna-de-pau.
Mas há a imprensa benevolente, corporativista.
Bem, é preciso cuidar da parentada.
Gênio?
Não sei. Borg era gênio. Agassi tb. McEnroe idem.
Gustavo era bom.
Mas é apenas uma opinião.
Valeu a visita no blog, camarada.
Helnwein é um de meus ídolos.
Abraço.
Milton,
Não tenho mais saco pra choradeira do Guga. A impressão que tenho, e posso estar sendo rigoroso demais, é que ele se cuidou menos do que deveria. Acho que as pessoas, principalmento os esportistas famosos, deveriam conhecer seus limites e saber a hora de parar. Pelé, a verdadeira magestade do esporte que tivemos, parou por cima. Se voltarmos para o tênis, o Meligeni, bem menos craque que o Guga, teve um final mais inteligente, planejado e belo. Não tenho certeza de se o Guga realmente se dedicou e quis voltar a jogar em alto nível, deu nessa coisa melancólica. Sempre ouvi dizer que ele era também muito competente como negociante e ganhava rios de dinheiro no ramo imobiliário. Talvez tenha dado prioridade pra isso e pensado que poderia voltar quando achasse melhor. Não conseguiu. Paciência! Que seja feliz, já que me parece ser um cara muito bacana.
Grande abraço
A abordagem do Lord é interessante e, penso, verdadeira.
Roger Federer era freguês de Guga. Ganhou pouquíssimas vezes do brasileiro. Só isso basta, prá se lamentar esse problema físico que o afastou do tênis.