Que saudade de quando tudo era mais simples, quando foi que mudou?
Frase que minha filha usa para descrever a si mesma no Orkut.
Foram quase quatro anos de espera. Começou numa manhã gelada de setembro de 2004, era antes das 7 da manhã e eu ia levá-la para o colégio; foi a primeira vez que disse aquilo que repetiria nos anos seguintes com todas as variações possíveis. Pai, quero morar contigo. Fiquei surpreso. Afinal, eu e minha segunda mulher morávamos num nada atraente apartamento de dois quartos onde não cabiam nem nossos prováveis dois mil livros. Além disso, sabia que minha ex, apesar de tratar-me como um cão, era boa mãe. A única justificava da Bárbara era sua vontade. Mas, meus amigos, que vontade! Nos primeiros dias, eu lhe respondia que ela devia ficar com sua mãe; afinal, lá havia pátio, cachorro, espaço, quarto individual, tudo o que eu não podia lhe dar naquele momento. Mas ela repetia que nada disso interessava. Expliquei-lhe que eu passava o dia trabalhando, que sua vida comigo não seria um enorme fim-de-semana. Ela respondia que já tinha pensado nisto e tudo bem. Propus-lhe seis meses para que refletisse melhor; se ela mantivesse sua decisão, eu falaria com a mãe dela. Confesso que enrolei um pouco mais, foram nove meses sem maiores comentários. Então ela voltou à carga com uma insistência multiplicada por nove. Tanto fez que fui falar um tanto desajeitadamente com a mãe.
Depois de alguma hesitação, ela lhe negou a permissão. Enquanto isso, eu e a Claudia fazíamos planos e contraíamos empréstimos para construir uma casa. Com ou sem minha filha, precisávamos de mais espaço. Então, houve dois fatos: um interno e outro externo. O fato interno é que concluí o óbvio: se não fizesse tudo para obter a guarda de minha filha, ela se magoaria para sempre. Imaginei-me pedindo o mesmo a meu pai, imaginei o ressentimento irremovível que teria se ele não agisse. Contei o fato para uma amiga psicóloga, ela me respondeu que os filhos deveriam sempre ficar com a mãe, a não ser que esta abusasse deles. Fiquei tão furibundo com esta opinião que rompi com ela. Uma psicóloga deveria saber que pães como eu (pãe é uma mistura de pai e mãe) transformam-se em feras quando vêem alguém afastar injustificadamente sua cria, mesmo que teoricamente. Entendi que deveria ir à Justiça. Abri processo em julho de 2006.
O homem, que havia se equipado com muitas coisas para a viagem, emprega tudo, por mais valioso que seja, para subornar o porteiro. Com efeito, este aceita tudo, mas sempre dizendo:
– Eu só aceito para você não julgar que deixou de fazer alguma coisa.
A Justiça não serve para quase nada e, com sorte, só teria a guarda de minha filha quando ela completasse vinte e oito anos. Eu só aceito para você não julgar que deixou de fazer alguma coisa. No início deste ano, após ser massacrado por mais pedidos e perguntas de minha filha, após encher o saco de minha advogada, a qual solicitou inúmeras vezes pressa ao juiz sob os mais diversos argumentos, após pagar R$ 2.000,00 por duas sessões para que um perito psiquiatra garantisse que eu não era louco e nem para neurótico servia, vi ser nomeado um assistente social e um psicólogo para avaliarem os pais e a já adolescente. Tudo bem, é necessário, mas a lentidão de tudo isso…
Ele faz muitas tentativas para ser admitido e cansa o porteiro com os seus pedidos. Às vezes o porteiro submete o homem a pequenos interrogatórios, pergunta-lhe a respeito de sua terra natal e de muitas outras coisas, mas são perguntas indiferentes, como as que os grandes senhores fazem, e para concluir repete-lhe sempre que ainda não pode deixá-lo entrar.
Não desejava mais incomodação e estresse; pedi, como último recurso, que minha advogada falasse com os advogados da outra parte a fim de evitar mais tensão. Queria um acordo.
Hoje, minha atual mulher mandou este e-mail para um pequeno grupo de amigos:
Caríssimos amigos,
entre sexta-feira e segunda, o Milton e eu vivemos talvez os dias mais desgastantes de nossas vidas.
Foram muitos e-mails enviados, muitos telefonemas e uma enormidade de angústia.
Na segunda pela manhã, depois de uma noite em claro – simplesmente não conseguimos dormir -, estávamos destruídos.
O Milton estava no limite e a desesperança se instalava enquanto estávamos sentados no escritório, mudos, às vezes nos olhando meio perdidos.
Eu mexia mecanicamente nos bilhetes soltos sobre a mesa dele e, de repente, deparei-me com um incrível bilhetinho.
Um lado do quadrado de papel estava inteiramente pintado com caneta esferográfica preta e no outro lia-se o seguinte:
Nunca perca a determinação.
Artista e escritora: Bárbara (filha).Então, o Milton me olhou, sorriu e contou que ela tinha feito aquilo num dia em que esperava a hora de ir para a equitação. Ela tinha explicado que aquilo era uma obra de arte que expressava a determinação que precisaria ter. A justificativa para a “pintura” residia no fato de que era exigida muita persistência para cobrir inteiramente um lado do papel, sem deixar nenhum espacinho em branco.
Ontem à tarde, parece que fechamos um acordo sobre a guarda da Babi. O termo, escrito por nossa querida advogada Rúbia Poletto, já foi revisado por todos. O Milton e a Rúbia já assinaram e remeteram aos advogados dela para que seja assinada. Será uma guarda compartilhada, mas ela vai morar conosco.
Se nada novo acontecer acho que a “determinação” da Babi venceu! Eu, que coadjuvo a história e há quatro anos torço por um final feliz, só queria compartilhar isso com os amigos.
Beijos a todos.
O porteiro percebe que o homem já está no fim e para ainda alcançar sua audição em declínio ele berra:
– Aqui ninguém mais podia ser admitido, pois esta entrada estava destinada só a você. Agora eu vou embora e fecho-a.
Bárbara e Maria Callas (a nariguda de cabelos pretos)
Obs.: Os parágrafos apenas grifados são ou da Bárbara ou de Diante da Lei, de Franz Kafka.
Milton,
Li o seu texto com muita emoção. Revivi momentos passados há cerca de vinte e cinco anos, ou mais, já nem sei direito. MInha mulher tem um filho, o Mario, hoje com 31 anos, que por sinal, casou-se na semana passada. Um dia já brigamos pela guarda dele e perdemos. Também compramos apartamento, com toda infra-estrutura necessária para uma criança, somos casados perante a lei, sempre fomos bem estruturados. O juiz manteve a guarda com o pai, alegando que se minha mulher tinha dado a guarda para o pai em uma época, não poderia tê-la de volta. Assim é a justiça, nem sempre justa. A guarda tinha sido dada pois o pai exigira. Só ficaria com o filho se assim fosse. Minha mulher, então com vinte anos, precisando trabalhar, não tinha como sustentar o menino. Fez o que achou melhor para a criança. O pai estava voltando para a casa da mãe, com empregada e todas as mordomias possíveis. Mais tarde, quando casou comigo, e pode tentar ter o filho de volta, viu a oportunidade de ser mãe em tempo integral negada. Note-se que na época o pai não trabalhava, estava desempregado, como ainda está. Sempre fico revoltado quando lembro desse fato. Trouxe traumas para a família que carregamos até hoje. Um juizinho de merda decidiu nosso futuro. O caso de vocês é diferente. Houve justiça. Dê um beijo carinhoso na filhota. Essa luta foi antes de tudo vitória dela.
Grande abraço
Milton,
que bom este final feliz!
Durante a leitura cheguei a temer pelo pior!
Mas com a maestria e competencia literária, chego emocionado ao fim do texto , querendo cumprimentar sua filha ARTISTA, e sua atual esposa e companheira dessa luta!
A pergunta que fica é , por que todo esse tempo ?, todo esse trabalho?, todo esse sofrimento? se uma guarda compartilhada poderia ter dado à Barbara quatro anos de alegrias.
Parabéns a todos, e saibam que dessa história não me esquecerei.
Forte abraço.
Juntos. E, agora, num novo castelo!
Wow, na época quando me confessaste a determinação da Bárbara, pelo MSN, te disse que o vivido junto com afeto e amor é bom até num casebre, mas agora, melhor ainda.
Félicitations, mon ami.
Fico feliz por vocês.
Amitiés,
Beto.
Milton, atravessamos um momento crítico que exige muita determinação de nossa família.
Acho maravilhoso que tenha conseguido um bom acordo, os advogados dizem que até um mau acordo é preferível a uma boa briga na justiça.
Uma de minhas filhas, com o apoio do avô materno, decidiu morar comigo, mas não é o caso a ser contado aqui.
Parabéns para todos, sobretudo para Bárbara, que tive o privilégio de conhecer, com jeitinho dócil, mas coragem de mamar em onça, um exemplo para toda a família.
Milton, estou vibrando! Cheguei em casa cansado de um dia inteiro de trabalho mas esta boa notícia do amigo me contagiou e já garantiu-me algumas lágrimas e bons sorrisos!
Saiba que estou verdadeiramente feliz com o fato, principalmente porque sei – ou pelo menos entendo – alguns dos motivos que fizeram a Bárbara escolher ficar com você e estes motivos certamente farão desta menina uma artista MAIS ARTISTA AINDA!
Que história bela e feliz!
Milton, você já ouviu dizer que o mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos? E que belos reflexos vocês todos estão vendo hoje. Você sabe que também me separei no quinto ano do casamento e que perdi a convivência com minha filha, à época com quatro anos. Minha história foi um pouco diferente, não tive como obter a guarda por motivos óbvios (para a justiça, claro!), embora os meus motivos fossem claros e ano após ano sempre crescentes. Hoje há um histórico bem triste deste fato, mas Gaby já o superou. O importante foi ter sempre estado ao lado, embora enfrentando pedaços tristes e difíceis com reflexos intermináveis em minha vida pessoal. Por tudo é que entendo sua alegria e só me resta juntar-me a essa emoção tão merecida. Parabéns pela luta vencida, extensivo à sua Claudia, companheira de sempre. À Bárbara toda minha admiração. É, certamente, a filha que todo pai gostaria de ter. Abração tchê!
Milton,
francamente, estou muito emocionada e não sei mesmo o que dizer… o que aliás, para mim, é a única coisa que se pode fazer diante do grandioso, do maravilhoso, do sublime. É um belíssimo e intenso momento de vida que partilhas conosco e só posso dizer: Obrigada.
E dizer, com todo o sentimento, que isso marca, sublinha, uma história vitoriosa de amor, de superação onde o pai merece a filha, a filha merece o pai, e ambos merecem essa mulher valente, corajosa, companheira, solidária e amorosa que é a Claudia.
Um beijo em ambas e um outro beijo que sele a alegria e o orgulho de ser amiga de alguém tão especial.
“¡Qué fuerte! “¡Qué fuerte!
Meg
Querido Milton,
Parabéns! que vitória! E que FANTÁSTICA inspiração é essa sua filha!
Saudades
Stella
Good for you! E a Bárbara já está numa idade em que ela tem todo direito de decidir com quem prefere morar.
bjs
Milton, estou aqui com as lágrimas insistindo em cair, imaginando o que foi esse tempo, essa luta kafkiana pela Bárbara, o que deve ter custado a vocês. Me pergunto o porquê de uma mulher impor à filha tanto sofrimento. Não consigo entender também essa resistência diante de um pedido tão insistente da própria filha, o que aconteceu na cabeça dela, mas não compete à gente mais que o espanto diante do fato.
Agora acho que é preciso enfim aproveitar o fim da tensão, e grande parte desse resultado, me parece, se deve também à sensibilidade e ao amor que a Claudia dedica a vocês. Então, tudo que se pode desejar agora é que sejam muito felizes. Vocês merecem com toda certeza. E obrigada por partilhar esse momento com a gente.
Um grande, grande e carinhoso beijo.
Mílton, meu amigo, que imensa alegria você partilha conosco! Ainda estou sob o efeito que seu relato me causou e quero que sinta o meu abraço sincero por esta felicidade que você acaba de conquistar, com a afetuosa participação da Cláudia e o denodo e determinação da pequena Bárbara. Agora é viver plenamente toda essa situação, sorver a delícia que é o desabrochar de uma escritora e artista e sentirem-se realizados os três. Felicidades,muitas felicidades.
Diante do trágico da vida ( no sentido filosófico) quase sempre cabe o silêncio. Sim, o silêncio respeitoso com que li com olhos e coração o texto que você escreveu. Conheço você, conheço a Cláudia, conheço a Bárbara. Um conhecimento tão pequeno mas que me proporcionou vislumbrar quão deliciosamente humanos vocês são. É preciso, sim, ser determinado! Enfim, meu caro, agradeço-lhe pela felicidade que sinto ao saber de um final feliz. Ou do começo? Melhor: da ‘travessia’ que continua. Abração.
Querido Milton,
que lindo. As crianças sempre nos fazem melhores, e sempre ensinam para a gente coisas fundamentais. É muito lindo esse bilhete, é muito lindo ele ser encontrado nesse momento, é muito lindo o seu post. Obrigado pela coragem e transparência e generosidade de dividi-lo conosco.
Um beijo grande, na família inteira,
Lua.
Stare decisis.
o/
E um grande beijo pra Bárbara.
Li seu texto com os olhos marejados. Eu e o Társis passamos por oito angustiantes meses até o juiz decidir que a Sophia deveria ficar conosco.
Sinceramente, não consigo me imaginar passando por nem mais um dia daquele desgaste, portanto, pra mim, você, a Cláudia e a Babi, principalmente esta última, pela pouca idade e incrível sabedoria, são verdadeiros heróis.
Em meio às muitas dúvidas que passavam pela cabeça do Tarciso durante aqueles meses estava a possibilidade da Sophia se esquecer dele ou do que haviam passado até então.
E eu sempre, sempre retrucava com um “confie no amor que você deu à sua filha”.
Não dá pra confiar em justiça, não dá pra confiar no bom senso das pessoas, não dá pra confiar em nada. Pode parecer simplista ou deveras romântico, mas, o amor venceu as barreiras.
No nosso caso e no seu. Love makes the world go round e não há amor maior do que o dos pais pelos filhos.
Parabéns! Mande beijos para a linda da Bárbara que espero conhecer em breve!
Valentina também está feliz : )
Parabéns, Milton. A você e a toda família.
Parabéns! Me emocionou o relato. Muitas felicidades pra família toda.
Milton, ainda estou com os olhos cheios de lágrimas depois de ler o post. Acompanhei meio de longe toda a luta de vocês para fazer a Bárbara feliz e parece que agora o sonho começa a se tornar realidade. Eu fico MUITO feliz por vocês todos.
Algumas recomendações extras:
1. NUNCA deixa a Bárbara fazer chapinha/escova….
2. E a festa ? Quando vai ser ?
Um grande abraço prá todos os Ribeiros !!!
Caríssimo,
Tenho uma filha de 6 anos do primeiro casamento que, por várias vezes já demonstrou desejo de morar comigo. A própria mãe dela, com quem eu ainda mantenho uma razoável relação de amizade, já me pediu para nunca aceitar esse pedido. Sei que é impossível e ver minha filha comigo um dia é um sonho. Mas não passando por cima de ninguém. Tive um trabalho hercúleo para manter as relações agradáveis com minha ex e as mantenho até hoje. Essa foi minha vitória, assim como é minha vitória que meus dois filhos se tratem e se amem como verdadeiros irmãos. O tempo trará o que é do futuro.
Mas, como pai e como homem, não posso deixar de lhe congratular por uma história como essa. Felicidades a todos.
Como Pãe, estou MUITO feliz por ti.
Não tenho palavras para expressar o quanto teu texto me emocionou.
Só posso dizer que além de feliz estou igualmente satisfeito pelo fato de seu esforço (e o pedido da Babi) ter sido recompensado!
Tenho certeza que será bom para todos. Parabéns meu velho, torci muito por ti a da mesma forma que tu torceu por mim.
Abs!
T§
Cheers! 🙂
Parabéns!
(foi uma situação bem kafkaniana, mesmo)
Você me dá seu e-mail? Quero dizer algo somente a você.
Putz, acho que nunca respondi a este comentário…
Curtam muito essa alegria e todas as que podem ser semeadas daqui para a frente. Beijo grande a vocês!
Milton, tua filha não foi a única determinada nesta história de final feliz e justo. Certamente a tua determinação também alimentou a dela. Parabéns pra ti, pra Bárbara e pra Cláudia. Bjs e abraços muito fortes
!!!
Uma lição de vida, Milton. parabéns.
estou me separando tbem mas felizmente, tudo está de forma amigável. espero não ter obstáculos no contato com meu filho.
um grande abraço para vcs!
Milton, chovo no molhado. Parabéns pelo texto e pelo encaminhamento da questão. Li um dia desses sobre guarda compartilhada, achei uma forma madura de não privar os filhos do contato com os pais e de compartilhar todas as responsabilidades. Barbara também é o nome da minha sobrinha, que também é Babi para os íntimos.
Milton, li o texto com o coração na mão. Já explico. Eu sou Pãe. Agora, imagine o teu tormento multiplicado por 2. Isso mesmo…eu tenho duas filhas…de mães diferentes….e elas, as pequenas, já andam ensaiando prá mudarem de endereços……
Sinto, às vezes, vontade de conviver mais com minhas filhas, mas acho que a vida delas com as mães é melhor, exatamente como no teu texto: quarto individual, o cachorro, escola pertíssimo, etc…mas, em suma….vamos indo….
Acredito que a guarda compartilhada seja a melhor solução, pois os períodos iguais com pai e mãe, favorecem as bases psicológicas( e não sómente estas) que pavimentarão as suas estradas.
Paz, Milton!
Quero, em algumas simples palavras, testemunhar a força, coragem e determinação não só da Babi, de quem sou fã desde que conheci, mas também desse pai e dessa mãedrasta (como a Cláudia refere), que nunca desistiram da causa a que se propuseram. E, totalmente mergulhados no seu anseio de conviverem unidos na casa que juntos prepararam para ser, melhor, continuar sendo, um lar primoroso para todos, têm finalmente a oportunidade de compartilharem esse amor declarado…único.
Continuem assim, firmes…outras fases virão.
Que os momentos de paz…e conseqüentemente de alegria…se multipliquem.
Abração (tipo quebra-costela)
Que menina determinada! Que orgulho Milton! Agradeça aos céus pela existência de uma jóia tão preciosa! Sei como é todo esse entrave jurídico pela minha profissão e por ter passado por algo parecido. No caso tenho a guarda do meu enteado, diga-se de passagem pai e mãe são vivos. Deu certo! Sempre dá quando queremos de verdade! Beijus
Milton, parabéns! Tocante sua história e de sua menina. Que belo tapa essa menina me deu. Agradeço a você e a ela, estava mesmo precisando disso.
Milton, não resisti e visitei a página da sua filha no orkut. Só fotos fofas e adoráveis… Belíssima crônica. 🙂
Caro Milton
Vc tem toda razão, eu generalizei quando disse “Uma vida inteira descentralizada de si, cuidando dos outros…” me referindo às mulheres. Também existem homens assim. Mas, infelizmente, vc há de concordar comigo, ainda são a minoria.
E alguns deles vão aprendendo pela pressão das circunstâncias. Vide meu ex, com quem minha filha mais velha, de 15 anos, mora atualmente. Ela tem uma deficiência grave e durante anos e anos quem cuidou sozinha dela fui eu (enquanto ele “brincava de boneca” nos fins de semana). Fora todo o resto que não vou detalhar aqui.
E se minha outra filha de 14 anos quiser morar com o pai (já perguntei a ela, que por enquanto não quer), mesmo com o meu coração partido (como foi com a primeira, de quem sinto falta todos os dias), vou permitir. Porque penso nelas em primeiro lugar 🙂
Mas fique tranqüilo, não se sinta agredido, se vc faz por merecer, está bem na fita 😉
Eu só li este texto hoje, vindo do post sobre o falecimento da Batalha. A morte da Batalha, sua derrota na luta contra a idade e a doença, me fez saber a história da outra batalha, a que foi vencida por vocês três – pai, madrasta e filha. Também tenho filhos do primeiro casamento, duas filhas hoje adolescentes, e não pude deixar de me emocionar com este relato. Parabéns!
Eu sei bem como tu te sentiste.
Aliás, sei não. Pois, no meu caso houve um terror inicial só para me atazanar.
Pois a mãe da Bárbara lutou pela filha, mesmo contra vontade dela, mostrou ser mãe, logo, o teu sofrimento foi maior.
Já aquela pessoa que conhecemos bem, abandonou o filho facilitando a minha vida.
Abração.
Entendo.