Abdico de toda a criatividade (como se eu tivesse alguma): ahahahahahahah.
Mas a comparação não é exata: Sofia tinha melhores atributos e aposentou-se com mais dignidade que FHC.
Poderia colocar Caetano no lugar do efeagá, também.
Não tenho mato e nem cachorro. Sou uma coisa, uma ameba gigante, uma gosma pensante, à deriva, sobre a cadeira da sala de estar…
– Amor, tá tudo bem?
É minha mulher, diante de mim, tentando contato.
– Tá… Tá tudo bem… Só estou a pensar…
– Amor, você parece estranho.
Tal qual uma estalactite, começo a fluir da cadeira para o chão da sala…
– Amor, é algum poema pós-moderno?
– Não…
– Mas você está tão quieto…
Em movimentos de taturana, fluo anisotropicamente em direção à lavanderia do apartamento…
– Amor, você vai consertar o vazamento?
– Não… Vou dar uma olhadela nas roupas do varal…
De repente, começo a compreender a práxis marxista e também a curvatura do espaço-tempo de Einstein: sou atraído, com toda a teoria e prática, e de maneira inexorável, ao ralo adjacente à máquina de lavar. Tento gritar… mas cheguei ao impossível!
– Amor, as roupas estão secas?
No buraco negro, estou a sonhar… na décima dimensão…
…o lucro dos Bancos também!
Mas como disse o nosso sábio salvador da pátria, nessa época em que jesus se coliga com judas, eu me calo e rio com a platéia.
hahahahahahahahahahahahha!
Abdico de toda a criatividade (como se eu tivesse alguma): ahahahahahahah.
Mas a comparação não é exata: Sofia tinha melhores atributos e aposentou-se com mais dignidade que FHC.
Poderia colocar Caetano no lugar do efeagá, também.
Claro, Victor, também pensei nisso. Entre as duas, sou Sophia desde que o samba é samba.
Boa.
Ou deveria dizer “boas”?
Olhando os peitos das estrelas…
A TATURANA
by Ramiro Conceição
Não tenho mato e nem cachorro. Sou uma coisa, uma ameba gigante, uma gosma pensante, à deriva, sobre a cadeira da sala de estar…
– Amor, tá tudo bem?
É minha mulher, diante de mim, tentando contato.
– Tá… Tá tudo bem… Só estou a pensar…
– Amor, você parece estranho.
Tal qual uma estalactite, começo a fluir da cadeira para o chão da sala…
– Amor, é algum poema pós-moderno?
– Não…
– Mas você está tão quieto…
Em movimentos de taturana, fluo anisotropicamente em direção à lavanderia do apartamento…
– Amor, você vai consertar o vazamento?
– Não… Vou dar uma olhadela nas roupas do varal…
De repente, começo a compreender a práxis marxista e também a curvatura do espaço-tempo de Einstein: sou atraído, com toda a teoria e prática, e de maneira inexorável, ao ralo adjacente à máquina de lavar. Tento gritar… mas cheguei ao impossível!
– Amor, as roupas estão secas?
No buraco negro, estou a sonhar… na décima dimensão…
PS: meu primeiro conto-poema.