O ano de 2010 será uma coisa

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O ano de 2010 será prenhe de absurdos. Já estou me preparando, ao menos do ponto de vista psicológico. Ontem, por exemplo, recebi um comentário épico, bastante educado, de alguém que discorda politicamente de mim e que mostra-se tão preocupado em desenterrar fatos dos últimos anos (anos Lula, bem entendido), tão conscio em tentar balançar cada convicção minha, que talvez sirva de prévia do que será 2010. Eu poderia fazer uma pesquisa sobre os anos FHC — não pensem que eu lembro — e entraríamos numa discussão infindável e inútil para ambos, pois permaneceríamos com as mesmas opiniões anteriores. Informo que não estou nem estarei preparado para bate-bocas. Acompanho a política de longe, aproveito-me do que me afeta para, desde meu bunker, fazer uso de minha pistola d`água lotada de comentários ácidos. Espero não ser processado, pois tenho especial talento para ofender na jugular. Mas será isso mesmo: darei uns tirinhos e ficarei rindo sem discutir. Só discuto literatura, música — assuntos onde me sinto mais seguro — e coisas pessoais.

Porém, ah, porém… 2010 será um ano político e de Copa do Mundo. Sei que iniciará com uma questão gaúcha: a incrível tentativa da desgovernadora Yeda Crusius de extinguir a TVE e a FM Cultura através do simples fato de não comprar o prédio alugado onde hoje as emissoras estão instaladas. Mônica Leal está envolvida, ora se não! Como isto tem o poder de prejudicar qualquer pretensão reeleitoral do Yedão, devo entrar com tudo. Aliás, já deveria ter entrado há alguns meses. E, mais: já adianto a meus sete leitores que votarei ou nos candidatos do PT ou mais à esquerda — considerando-se que este partido ainda jogue menos à esquerda que Ronaldinho e mais do que Messi. E informo que este blog não é um jornal destes que fingem imparcialidade. O blog é descaradamente parcial, tanto quanto a Veja, só que pelo outro lado. Talvez esteja na hora de desenterrar algumas histórias de Reinaldo de Azevedo na Bravo! Coisa divertida pacas… Ou não? Não, né? Nunca leio o Rei nem vou a seu blog. Deixa pra lá.

O que acho é que esta eleição será uma tentativa de desesperada da imprensa em desqualificar o bom governo federal — que acabará reeleito — e uma nova tentativa de vencer os políticos e a ignorância do interior, tão temerosa que o um governo estadual de esquerda venha comer suas mulheres e filhas.

Já disse mil vezes que no Brasil temos o sério problema do voto obrigatório. Limpem a maioria silenciosa e veremos no que dá. Tirem esse pessoal que ouve dupla sertaneja, Roberto Carlos, que vê só Record e SBT e a coisa ficaria muito melhor. Tenho um amigo radical de esquerda que, um pouco (só um pouco) jocosamente, defende a tese de manter o voto obrigatório, mas fazendo antes três perguntas-surpresa ao eleitor antes de votar. Se o cara não acertasse duas, voltaria direto para casa.

Exemplos de perguntas:

1. Lula sucedeu a qual presidente?
a. Getúlio Vargas
b. Fernando Henrique Cardoso
c. William Bonner

2. A queda do muro faz-lhe lembrar o quê?
a. De seu vizinho
b. Do Pink Floyd
c. Do fim do bloco comunista

3. A expressão “pra variar, acabou em pizza” é utilizada para significar:
a. Que não deu em nada
b. Que os políticos se empanturram de carboidratos em Brasília
c. O amor que o brasileiro tem pelos rodízios

4. Fernando Henrique Cardoso nunca…
a. engravidou repórteres e outras mulheres durante seu casamento
b. gostou de titulos acadêmicos
c. gostou de ser contestado, ainda mais por estrelas

5. José Serra é parecido…
a. com Tarcísio Meira
b. com José Mayer
c. com uma tartaruguinha

Não seria uma boa? Resolveria dois baitas problemas — o do voto dos analfabetos funcionais e dos viajantes em maionese — e seria educativo.

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16 comments / Add your comment below

  1. Realmente, Milton, o ano de 2010 será “a coisa!”. É claro que toda imprensa é parcial (todos somos parciais, somos banhados por ideologias de mil matizes), mas dá vergonha ler os ‘jornalões’ e ‘revistas que nos mandam ver’ com parcialidade tal que tratam os leitores como se bestas fôssemos. Escondem fatos, omitem, surrupiam dandos, inventam lorotas, distorcem, tudo em nome de interesses próprios e fazem propaganda enganosa sobre sua honestidade, veracidade, fidelidade aos fatos.
    Por uma educação melhor.

  2. Para tornarmos motoristas temos que fazer um teste escrito e em seguida um teste prático. Aprovado, recebemos um documento que nos permite dirigir legalmente um´carro.
    Sugiro que os eleitores brasileiros também tenham uma habilitação que os autorize a votar nos futuros dirigentes da nação.
    Só não vale dar bolsa familia p/ quem for aprovado…

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