Do livre falar e do chegar a lugar nenhum

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Os grandes jornais brasileiros têm venda notavelmente decrescente — perdi o site que demonstrava cabalmente o fato, mas há comprovações medianamente aceitáveis aqui. Enquanto isso, prosperam os jornais destinados às classes C e D. Acho que podemos considerar que a internet começa a fazer baixas. Eu sou um consumidor médio de notícias e acho que sou exemplo claro disso. Exceção feita ao jornal de literatura Rascunho, não vejo outra publicação à qual cobiçasse receber em casa ou comprar. E sou um leitor compulsivo. Não obstante os fatos estatísticos, a maioria das pessoas continuam pensando na Folha, no Estadão e no Globo, por exemplo, como jornais muito influentes. OK, talvez eles influenciem aos leitores das classes A e B  das zonas urbanas de Rio e São Paulo, mas e o resto? Eles simplesmente não existem fora das regiões-sedes. Sua presença no interior do país é rarefeita e sua capacidade de mudar uma eleição nacional é risível. Porém, a gente fala muito neles. Muito! Talvez nosso silêncio fosse mais adequado.

(O mesmo vale para o RS a “nossa” Zero Hora.)

É claro que todos estes órgãos têm seu equivalente na rede, mas — e volto a tirar os outros por mim — prefiro a página de esportes do Terra, as tabelas do Infobola, o Impedimento,  o Todoprosa e leio sobre política num, modéstia à parte, bem-montado mix de blogs e sites constantes no meu Google Reader. Este sim, o Google Reader, é meu jornal. E não pensem que só inscrevo publicações e colunistas de mesma coloração política.

Em faixa contrária, o Instituto Millenium reuniu em São Paulo os representantes da mídia jornalão-style e a conclusão foi… bem, sou obrigado a rir novamente. Ignorando a ameaça da rede e sem conseguir refletir sobre o fato de todos serem exatamente iguais, tais órgãos realizaram uma reunião pública, chegando à patética conclusão de que Dilma Rousseff, o PT e Lula são stalinistas e contrários à liberdade de expressão. Pior: se Dilma ganhar a eleição, vamos retornar às brumas da ditadura. É notável e vale a pena dar risadas aqui.

O absolutamente lastimável Arnaldo Jabor — ex-cineasta que escolheu vagar e ser influente na Rede Globo — , que costuma ser tão admirado pela classe média spammer, fez uma das declarações mais paranóicas:

“O que está na cabeça de quem pode assumir em definitivo o poder no país é um patrimonialismo de Estado. Lula, com seu temperamento conciliador, teve o mérito real de manter os bolcheviques e jacobinos fora do poder. Mas conheço a cabeça de comunistas, fui do PC, e isso não muda, é feito pedra. O perigo é que a cabeça deste novo patrimonialismo de estado acha que a sociedade não merece confiança. Se sentem realmente superiores a nós, donos de uma linha justa, com direito de dominar e corrigir a sociedade segundo seus direitos ideológicos”, afirma o cineasta e comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor. “Minha preocupação é que se o próximo governo for da Dilma, será uma infiltração infinitas de formigas neste país. Quem vai mandar no país é o Zé Dirceu e o Vaccarezza. A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, alerta Jabor.

Tudo isso é dito desconhecendo a liberdade que a Veja teve e tem, que a Folha Ditabranda teve e tem, a liberdade do Estadão para ofender os blogs e toda a mídia eletrônica, etc. Jabor quer assumir o papel de Regina “eu tenho medo” Duarte 2002, porém, olha, com aquela cara de louco vai ser difícil que o levem à sério. Em textos efetivamente brilhantes, Tchékhov e Thomas Mann demonstraram que a forma clássica de decadência é fazer de conta que nada está acontecendo, que o mundo não gira e que há, ainda, hordas de guerrilheiros prontos para voltarem ao Araguaia.

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25 comments / Add your comment below

  1. Seguindo a fila de heróis da mídia de seu texto, uso o bordão de mais um outro para dizer que “tiro o chapéu” para esse teu post, no mínimo, muito bem escrito. Antes de prosseguir, elevemos o nível das citações: “oposição é verdadeira amizade” (Blake).

    Por isso, meu caro amigo, concordo com você sobre o grande potencial de divulgador de notícias e formador de opinião que é as missivas diárias dos blogs, mas discordo quanto a ver o definhamento dos jornais e revistas com um olhar tão festivo. Há cinco anos, publiquei num jornal de literatura o artigo com o seguinte título: “Revista Veja, a melhor revista do Brasil”. Claro que seguiram cartas e difamações as mil, principalmente desta classe assustadora de leitores que perderam para sempre a capacidade interpretativa das nuances do texto, não sabendo reconhecer ironias, sarcasmos, xingamentos envernizados e elogios tortos.

    O que eu disse neste artigo é o que sustento ainda hoje: a pior revista nacional, elitista no pior nível, obtusa e mafiosa, não tem quem lhe rivalize. Uma das conclusões de forçoso viés otimista, é que a Veja tem capital suficiente para reportagens internacionais, e arrebanhamento de profissionais com um nível educacional elevado (falemos mal do Diabo, mas não lhe recusemos sua antiga experiência das potentades celestes), que escrevem bem, como Isabela Boscov e Pompeu de Toledo (e só!). Na Folha podemos pegar mais alguns proficientes afiados no idioma, assim como em outras publicações. Estou no horário de trabalho, e a obrigação me chama, por isso: os blogs oferecem uma visão pessoal do amador, geralmente este sendo uma pessoa de pouca leitura e pouca lucidez política (não sendo o seu caso, deixo CLARO!). Os blogs, com raríssimas excessões, são afáveis ou apaixonadas conversas de boteco entre amigos inteligentes. A questão da censura, mantenho-me suspenso quanto a um posicionamento mais direto. Sempre achei que distopias como as de Orwel e Bradbury padecem de ingenuidade. Não esta sendo pela imposição ou pela violência que a escrita inteligente e os livros valiosos estão sendo reprimidos, mas pela emaciação do receptor, tornando-o alienado e emburrecido. Como diz Eliot, o fim vem não com um estrondo, mas com um suspiro. Mandaram me chamar, eu estou aqui quequihá!

    Abraço.

    1. Na verdade, não creio que os blogs possam substituir inteiramente os jornalões — até porque não produzem notícias –, mas podem reinterpretá-los e acho ou desejo que venham outros órgãos, comprometidos com outras tendências, que possam tomar o espaço da mesmice.

      Sobre Boscov e Pompeu, concordo, mas é só.

  2. Milton,

    A crescente queda nas vendas de mídia impressa principalmente dos jornais é um fenômeno mundial e não apenas nacional.
    Centenas de jornais são fechados mensalmente mundo afora e os que estão sobrevivendo estão perdendo leitores vertiginosamente.Os grandes como New York Times acreditam que possam sobreviver utilizando seu conteúdo intelectual em mídias virtuais
    Não é um problema de posicionamento político do jornal mas do crescimento das novas formas de comunicações. O New York Times claramente democrata anuncia seu posicionamento político em vésperas de eleições e nem por isso em governos republicanos eles perdem mais eleitores do que em governos democratas.
    Por outro lado…,o ex-ombudsman da Folha já disse diversas vezes que um jornal aumenta suas vendagens quando coloca manchetes de noticias criticas ou escândalos de corrupção dos governos em exercício.
    Não tenha duvida que se o Serra ganhar a eleição p/ presidente seu governo será bombardeado diariamente pois eles vão querer arrebanhar os leitores do PT que eles perderam no governo Lula.
    Não seja ingênuo, os Frias são antes de tudo empresários, e muito bem sucedidos (eles atropelaram o Estadão na década de 90).
    Veja é uma revista de variedades e futilidades p/ a classe media do Sudeste (que rejeita e possui ojeriza pelo Lula) e que claramente vai também por esta lógica empresarial de atender o desejo de seus leitores como forma de alavancar financeiramente seu negócio.(Ninguém que ganha bolsa família vai comprar a Veja, vai?).

    Abraços,

    1. Milton,
      não uso a palavra combater, mas a Folha opôs-se diariamente ao FHC, muitas vezes com até com grosseria (“Cony: prefiro votar no Hilter que nele”). Tanto é que ela era acusada de petista pela grande maioria dos governistas de então.
      Concordo com o Bendito, mas acho que esta questão até é benéfica. Foi o Millôr que disse que imprensa é de oposição, o resto é amrazém de secos e molhados. Pô, como todo o poder que políticos e, sobretudo governos têm, precisamos de alguém que bata sempre.
      Também acho, quer ver o Serra malhado, deixa ele ser presidente.
      Branco

  3. A grande mídia é fundamental no Brasil de hoje, até mesmo porque a oposição ao governo Lula é realmente incompetente e sonolenta, até mesmo porque, como disse o Marcos Rolim outro dia, a qualidade dos políticos vem caindo ano após ano. E por que isso? Porque existe no Brasil o financiamento privado de campanha que o PT descobriu e não quer mudar a lei, porque lhe convém. Se não fosse a grande mídia, o povo brasileiro não ficaria sabendo dos escândalos dos tesoureiros. Se não fosse a grande mídia, o que seria dos mensalões que ocorrem no Brasil? Foi através da grande mídia que o povo do RS ficou sabendo das besteiras que o Busatto disse ao Feijó, que se´conseguiu ouvir as conversas telefônicas das picaretagens do DETRAN-RS. A grande mídia estampou na capa dos grandes jornais o presidente do Detran algemado entrando num camburão. A grande mídia pode ter zilhões de criticas, mas ela não pode ser calada e muito menos por projetos obscuros e perigosos chamado “controle social da mídia”. A sociedade brasileira tem de dizer um rotundo não para qualquer tipo de controle da mídia. O controle se faz pelo Judiciário.

  4. O que passa, meu prezado Milton, é que a mídia oligárquica opera como partido político da burguesia. Mobiliza, organiza, denuncia, passa palavras de ordem aos demais pequenos e médios órgãos regionais e municipais. Funciona como o intelectual orgânico, referido por Gramsci. Como os partidos tradicionais só funcionam como cartório para registro eleitoral e o mínimo controle da Justiça, a midiona substitui-os na tarefa de propor políticas, fazer oposição, dar a linha do discurso, e eventualmente propor ações administrativas, arregimentar apoios, construir consentimentos ou interdições. Um só exemplo: a RBS monta lentamente a justificação para a venda de um próprio do estado, um terreno valioso (avaliado em cerca de 200 milhões de reais) da ex-Febem. Favorecidos: o setor imobiliário de Porto Alegre, inclusive uma subsidiária do grupo RBS, a Maiojama, reconhecida incorporadora de imóveis da cidade.

    Assim, jornal não é só para ser lido e depois enrolar peixe, mas para fazer política – legal e ilegal -, conquistar poder e sobretudo, business.

    Abç.

    CF

  5. Peraí, estamos ligando qualidade jornalística a um padrão “correto” de posicionamento político? Quer dizer que, por exemplo assim, se o Itaú tivesse um jornal institucional distribuído para seus clientes, no qual na certa seria um mural de loas ao atual governo como retribuição ao que este tem lhe proporcionado em facilidades para aquisição dos exorbitantes lucros dos últimos anos, ESTE seria um jornal de qualidade? Ou um semanário hipotético da Bovespa, onde não se leria outra coisa senão históricos primorosos sobre a gestão privatizadora do grande FHC, e o quanto esta herança estaria bem guardada pelo Serra, ESTE seria um informativo a ser abominado? Não seriam ambos partidários de causas contrárias, cada uma delas tão deploráveis em suas medidas unicamente centradas em interesses de alguns beneficiados e contra a maioria da população?

    A Dilma vai ganhar, e minha indisposição contra o Lula e o PT já foi esfriada. O que tenho eu a ver com isso, afinal de contas? Tenho meu emprego, minha família, minha casa salvaguardada contra as forças externas.Não vou mandar mais ninguém para a puta que pariu por causa disso, e , quando eu incorrer a falar sobre “política brasileira” (e sei o que isto significa), como cometo agora, que me chamem de otário que eu mereço. Mas essa atitude de vincular qualidade jornalística a gosto partidário é, no mínimo, colaboradora dessa falta de qualidade que o post tão bem anuncia.

    A Carta Capital que tem o Ahmadinejad na capa, vamos analisar a qualidade da matéria, eu a li. De forma bem convincente, com muitíssimos inteligentes argumentos, o articulista (que nome apropriado!), nos dá o painel de uma nação esclarecida dentro dos limites fechados do islã, com uma repressão menor às mulheres (e deixa-se isto bem claro), uma visão criteriosa e internamente coerente contra a política imperialista dos EUA (condenando o apoio deste país ao xá antes da revolução) ; e, sobretudo, o país de maior potencial econômico do Oriente Médio; tudo isto para justificar a aproximação que o Brasil fez com esse líder carismático. Assim, o Mino, que já disse ter o Lula um Q.I. bem acima da média, faz sua lição de bom jornalismo por reforçar os alicerces de seu herói.

    Nesta última Veja (tá bom, tá bom, eu a li! Mas, por mais que se queira evitar, a maioria dos blogueiros da OPS a leem e a citam frequentemente, confiram no Impromptu e em uma das matérias sobre evolucionismo do Milton, onde ele transcreve um texto do Petry), o Mainardi (puta que pariu, vou ter que me colocar de molho pelo menos em alguns livros do Dan Brown para me livrar de urucubaca, depois disto aqui) escreveu talvez o sua pior obra, um anúncio de perigo ao partido contrário por Serra já estar na parada_ cuide-se Filistéia!

    Isto é jornalismo? Um ensaísta poderoso como Gore Vidal diz, com todas as linhas, que o assassino terrorista de Okhlahoma Thimoty Mc Veigh é um ser humano superior, isso antes do país apaziguar o trauma. É criticado pela maioria, recebe ameaças de morte, é defendido por outros. Mas acaba! Os argumentos acabam, o ódio acaba, e Vidal volta a ser o romancista mediano e lúcido polemista de antes, respeitado intelectualmente. Aqui, a Folha imprime um posicionamento inédito sobre a ditadura militar, e é achacada para sempre, quer-se fechá-la e, quem sabe, esquartejar seus jornalistas em praça pública?

    A avaliação da perenidade das mídias de informação, creio eu, deveria ser feita de maneiras mais sérias, na linha “a televisão não acabou com o rádio”.

    1. Grande Charlle,
      “Aqui, a Folha imprime um posicionamento inédito sobre a ditadura militar, e é achacada para sempre, quer-se fechá-la e, quem sabe, esquartejar seus jornalistas em praça pública?”
      Será que isto não se chama intolerância? E vou colocar uma questão: ela não singra nos BLOGS?
      Houve um episódio que considero emblemático, creio que no ano passado. A Veja fez uma reportagem acusando a Yeda (RS) de sei lá o quê e o sindicato dos professores daqui (CPERS), notório em suas acusações à revista, saiu em passeata pedindo impeachment erguendo-a descaradamente. Ela foi boa neste dia….
      Branco

      1. Caro Branco, não é de hoje que nós dois temos um posicionamento similar em relação a um ceticismo adequado para tratar das idiossincrasias deste país. O maior mal é o da intolerância, e concordo que a vemos com frequência nos blogs_ que não são pagos, tem livre acesso e o blogueiro só percebe o poder que possui nas mãos quando recebe a notificação de estar sendo acusado por calúnia ou difamação. O jornalismo brasileiro me deixou chocado ao ver seus sindicatos e conselhos aceitarem placidamente a lei que desobriga o curso de jornalismo para se exercer a profissão. Meu primeiro curso foi o de jornalismo, que abandonei no segundo ano justo por, desde a adolescência, ter tido a elevada intuição do futuro inglório da classe. Confeccionar o inimigo e erigir a festa tradicional de sua malhação só mostra o quanto somos impotentes.

    2. “Aprendo” todo dia com o Charlles.
      Mas e o Marcos Nunes? Falta…

      O Cristóvão Feil aprofundou um ponto importante, me parece. Onde tem poder tem mosca.

      1. Recebi um e-mail da esposa do Marcos Nunes, Arbo. Ele está sob tratamento de desintoxicação da bile, seguindo com rigor as prescrições de seu personal-guru-oriental de se imergir por três horas diárias em solução de camomila com sumo de pituitária de coala; submeter-se à terapia de exercícios de como sorrir, assistindo aos filmes do Buster Keaton, e forçando-se a perceber a riqueza das harmonias jazzísticas_ além de seu amado Kenny G_ ouvindo um pen-drive de 40 Gb estufado desta música. A Rachel disse que ela vai voltar tão doce quanto uma jujuba!

  6. Caro Milton,
    Acompanho vc aquí no blog diariamente; sim, todo santo dia.
    Considero-me uma pessoa medianamente informada. Sou nordestino, alagoano, de Delmiro Gouveia (sertão do Estado), já fui (passado) assinante de todas essas revistas nacionais que ainda circulam. Acompanho todo noticiário de TV e sou viciado em internet. Tenho 60 anos, e já lí, aproximadamente, uns 300 livros de todo tipo de literatura (dos clássicos aos populares). Nunca, jamais, lí o globo, estadão, folha, zero hora, etc., e tenho perfeita compreensão do que se passa em nosso país. Concordo com vc: esses jornais escrevem apenas para bossais iguais a eles que moram no eixo rio-são paulo. No nordeste 99% da população jamais tomou conhecimento da existencia de tais jornais ou revistas. A mim não preocupa o que esses “bostéticos” pensam.

  7. Milton, (desculpe a falta de acentos, ainda nao aprendi a lidar com este teclado, se e que algum dia vou aprender) eu diria que este e um dos melhores textos que voce ja postou, e isso por varios pequenos detalhes:

    1) O conceito de classe media spammer nao poderia ser mais apropriado. Mereceria um estudo aprofundado a profusao de e-mails politico-apocalipticos que tenho recebido de alguns meses para ca, mandados por gente que ate ontem parecia, embora conservadora, razoavelmente sensata. E a demonstracao cabal de que o ajustamento a uma certa forma de vida (tambem conhecido pelo eufemismo “os interesses”) fala sempre muito mais alto do que a razao, o que explica por que os dados e argumentos foram substituidos por insultos e demais adjetivos. Pois bem, aqueles que deveriam ser os depositarios da nossa consciencia e formacao cultural se revelaram exatamente isso: spammers delirantes e neuroticos.

    2) Voce tem roda razao ao afirmar que os jornais de “peso nacional” so sao nacionais na cabeca de quem os imprime. Jamais houve jornais de influencia nacional no Brasil, a excecao, talvez, do saudoso JB. Nao vale falar em Ultima Hora e Diarios Associados, cujos veiculos, embora cobrissem grande parte do territorio, nunca foram unificados como nacionais. Eram um seccionamento de regionalismos. So a televisao foi efetivamente nacional no Brasil. Alias, continua sendo.

    3) O seminario do Instituto Millenium, alem de ridiculo, e mais uma demonstracao insofismavel de como esta flutuando no vacuo o discurso de quem se pretende conservador no Brasil hoje em dia (eles se assumem como a voz do conservadorismo, mas isso e bem discutivel – nao aqui, claro). Se as maiores redes de comunicacao do pais se juntam para dizer sandices sobre bolchevismo e atentados a liberdade de imprensa, que raio de censura e essa? So lembrando que a sobrevivencia de todos esses grupos de midia e profundamente dependente da publicidade estatal. Profundamente, e nao e de hoje.

    4) O papel de Regina Duarte do ano esta sendo disputado a tapa. Muita, muita gente quer se prestar a esse ridiculo… Nao aprenderam com o que aconteceu a original, que oito anos depois continua sendo piada.

    Pequenos adendos: Jabor voltou a filmar, portanto, e um ex-ex-…

    O crescimento dos jornais destinados as classes C e D merece ser mais explorado. Ao mesmo tempo em que representa o acesso dessas classes ao mercado, tambem implica um aumento de alcance sobre essas novas populacoes de quem imprime a noticia. Nao se esqueca de que o Extra, por exemplo, pertence a Globo. Detalhe auspicioso e interessante: nao so o tom e a linguagem sao diferentes, mas tambem os julgamentos politicos. Isso e muito significativo.

    Significativo principalmente porque, de fato, como dizem alguns comentaristas ai acima, a questao economica, “agradar o publico”, conta muito. Mas de que maneira? Ora, as publicacoes destinadas as classes mais abastadas, estranhamente, parecem nao esperar de seu leitorado uma formacao cultural e intelectual maior do que as destinadas as classes menos abastadas. So muda o espectro de opiniao, nao o rigor da analise. Isso, sim, diz muito a respeito do rico brasileiro.

    E assim por diante…

  8. Olá Milton,

    Penso que a Veja não assusta mais. Seus leitores são os mesmos que aplaudem os comentários do Jabour. Cineasta ? Acho que tenho mais horas de VHS do que ele de película. Pelo menos não preciso explicar meus vídeos caseiros aos expectadores. Além do mais e a geração Y e Z se informa de outras maneiras. E não é lendo a Veja nem ZH.

    Fernando

    PS: Notei que agora existem banners e links para comerciais de xampús e sites de venda em teu blog. Será a audiência ? Estás levando algum ?

    1. Não conhecia este blog, Arbo, mas o cara realmente escreve bem. Também não aprecio o Rubens, apesar de ter lido alguns contos apenas_ todos de uma violência extremada e, a mim pareceu, sem propósito além da mera gratuidade. Mas o texto do silva segue a linha já clássica de tirar o tapete de sob uma sumidade, para isso não se importando com o uso infiel da verdade para fins de convencimento. Só um conto do Rubens me impressionou, um que trata de uma seção de jornalistas de uma revista feminina onde os redatores são machos imapreensíveis. Muito engraçado!

  9. Uma vez que todos nós temos que almoçar e, talvez, jantar, ninguém aguenta mais o recessismo do novo Partido Fascista Brasileiro, que é a aglutinação PSDB-DEM.

  10. Milton,

    Não entendi aquele trocadilho de “Ditabranda”. Poderia explicar-me?

    Quanto ao jornal, o único que leio é o da minha FREGUESIA. Dignidade, hombridade. Cachorros perdidos, senhoras de 80 anos fazendo aniversário, QUERELAS IMPORTANTÍSSIMAS sobre obras na praça, anúncios dos novos casais formados e notícias sobre árvores que caíram por causa da chuva.

  11. INTELLIGENTIA
    by Ramiro Conceição

    Diante desta nossa dita “intelligentia” – este grupelho de viúvos e viúvas da miséria -, resta apenas a constatação de que o único ato de grandeza é gargalhar na cara desta velha elite não humana.
    O ser humano é o único mamífero que pode rir dos seus “quase-semelhantes”. Assim, sem qualquer dúvida histórica, sem qualquer compaixão ideológica, pau neles!

  12. Te queria decir que tu post me parece bastante bueno, felicidades, aun estoy visitando por aqui por azares del destino, tuve un poco de suerte porque estoy buscando articulos como los tuyos y al fin lo logre encontrar, estoy pensando en acontecer mas seguido por tu sitio. Saludos desde Mexico

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