Instruções para votar — é simples assim:

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Não votar em:

— quem mistura religião com política;
— quem parece ou é pastor;
— quem é conservador ou de direita (não me digam que direita e esquerda não existem mais, por favor);
— quem criminaliza sistematicamente os movimentos sociais (MST, povos indígenas, etc.);
— quem é criacionista;
— quem é homofóbico;
— quem é sexista;
— quem, gratuitamente, fala mal da América Latina;
— quem usa a frase “meu antecessor ou quem está lá não fez nada”, pois fizeram sim.

Agora é só procurar…

Escrito com ajuda das tuitadas de Fabiane Lima e Maria Frô.

FM acrescenta:

— quem acha que governar é abrir estradas e fazer usinas;
— quem falsifica documentos acadêmicos;
— quem troca de partido prá se manter nos cargos;
— quem não entende o que é sustentabilidade;
— quem não consegue conciliar desenvolvimento (ou “crescimento”) com educação, ciência e cultura.

Quando pensamos sem a sombra das bandeiras, cresce a lista, e voltamos aos trágicos, entre Sófocles e Nietzsche.

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17 comments / Add your comment below

  1. Acrescente-se:
    – quem acha que governar é abrir estradas e fazer usinas;
    – quem falsifica documentos acadêmicos;
    – quem troca de partido prá se manter nos cargos;
    – quem não entende o que é sustentabilidade;
    – quem não consegue conciliar desenvolvimento (ou “crescimento”) com educação, ciência e cultura.

    Quando pensamos sem a sombra das bandeiras, cresce a lista, e voltamos aos trágicos, entre Sófocles e Nietzsche.

  2. Problema 1: embora exista direita e esquerda, qual candidato à mão para a presidência, por exemplo, é de direita ou de esquerda?

    Problema 2: podemos aumentar o critério negativo ad nauseam e abarcar, assim, todos os perfis possíveis, isso para não falar naqueles que, religiosos, não votam em ateus, ou que, evangélicos, só votam em pastores, ou pragmáticos (a maioria, não?), que votam em qualquer um, desde que sejam agraciados vantagens imediatas e palpáveis.

    Donde se vê que esquerda e direita podem existir, mas bandidos versus mocinhos não.

    1. Todos os três principais candidatos: Dilma, Serra e Marina são de esquerda.
      A melhor definição sobre direita e esquerda foi dada por um cabra no meu depósito:

      A direita é apenas um fantasma na mente da esquerda, que fala em “direita raivosa”, em “elite direitista”, em “mídia golpista” e por aí vai. Mas não existe como tal. Pode ver. Cadê o movimento unificado de direitistas? Cadê sua ideologia? Se até os blogueiros “de direita” vivem brigando entre si! Como bem observou o leitor Woland, no Brasil, nenhum partido se assume como “direita.” Até o DEM se considera Democrata, isto é, se vêem como espelho do partido mais esquerdista dos EUA. Serra e Lula, os principais candidatos presidenciais, são ambos de esquerda, mais ou menos assumida.

      Mas não é só no Brasil, é em todo o mundo, a direita não existe mesmo. Nunca existiu. O que existem são indivíduos, que pensam de modo muito diferente entre si, e cuja única característica em comum é simplesmente querer ser deixados em paz. Não querem participar das revoluções da esquerda. Não querem transformar o mundo. Não querem pagar impostos para sustentar metade do planeta. Não querem participar de radicais experimentos sociais e sexuais. Por isso, apóiam em maior ou menor medida um Estado reduzido e têm algumas causas em comum entre si. Mas divergem na questão do aborto, da política externa, dos direitos individuais, etc etc etc.

      1. Poema-critério

        O critério é este
        O critério é este e aquele
        O critério é este e aquele e aqueloutro
        O critério é este e aquele e aqueloutro e muitos outros
        O critério é este e aquele e aqueloutro e muitos outros, logo não é critério
        Não é critério para um mas pode ser para outro
        Não é critério para um mas pode ser para outro e mais outro
        Não é critério para um mas pode ser para outro e mais outro e muitos outros
        Logo

      2. Eu acho que o Le Pen é de direita, não sei. Talvez o Maluf, o Bush quem sabe.

        O “x” da questão é a auto-intitulada “esquerda”. Por exemplo, um ex-presidente da UNE, comunista de carteirinha… líder da bancada da motosserra! Outro, perseguido pela ditadura e nosso pensionista, homem da esquerda… e amigaço do peito do Sarney e que tais!

        O revolucionário que falta no BR é aquele que assuma que precisamos investir maciçamente em educação, ciência e cultura por 30 anos.

  3. Eu acrescentaria: quem mistura MÍDIA (rádio ou televisão) com política.

    Abraço!!

    os: a partir deste ´critério, não teríamos que aguentar Ana Amélia Lemos, Sérgio Zambiazi, o “Homem do Tempo”, além de vários radialistas aqui da minha cidade (Santa Maria).

    1. Problema: votar em Serra não é mudar, mas retroceder ainda para mais longe.

      Marina seria mudar? Só se for para mais perto da continuidade, sem ser a continuidade de perto.

      Bela frase do Eça, mas ele não conhecia o Brasil.

      1. O governo FHC implantou no Brasil o modelo de estado regulador, nos moldes da comunidade européia e dos EUA. Desestatiza-se mediante concessão e autorização certos serviços públicos que podem ser melhor realizados pela iniciativa privada, mas com controle e fiscalização do poder público que tem o dever de regulamentar, mediante Agências reguladoras, autarquias especiais e autônomas. Diversas agências foram criadas nos anos 90 para esse fim e que deveriam ser compostas por técnicos especializados em cada área. O governo Lula seguiu exatamente esse mesmo modelo, tendo criado inclusive uma agência a ANAC. E mais, o governo Lula também criou a lei da parceria público privada e a própria Dilma já disse que, se eleita, vai instituir a meritocracia no serviço público. Isso tudo faz parte do mesmo tipo de política que iniciou no governo FHC. Pergunta-se esse modelo de estado regulador — implementado na Europa e nos EUA — é um retrocesso? É evidente que não, porque o estado, por si só, não tem as mínimas condições de atender por si só as exigências de cidadania e de mercado do povo brasileiro. É necessária sim a participação efetiva da iniciativa privada –que também tem sua função social — para ajudar o estado a gerar emprego e renda. Serra tem muito mais condições – porque menos atrelado ao atraso corporativista que não está interessado em mudanças – do que Dilma. Muito embora continua achando que entre Serra e Dilma a diferença ideológica e de gestão é muito pequena.

        1. Quá, quá, quá!

          Para você, trechinho de uma letra duma música do Lamartine Babo:

          Rasguei a minha fantasia
          O meu palhaço
          Cheio de laço e balão
          Rasguei a minha fantasia
          Guardei os guizos no meu coração

      2. Comentário de moleque indigesto do Lamartine:

        Esse moleque
        Sabe ser bom
        Faz o “footing”
        Lá no Leblon
        Bebe, joga, fuma “Yolanda”
        Toca trombone na banda

        Esse moleque
        É de encomenda
        Já foi vaqueiro
        Numa fazenda
        Pega, pega, como ninguém
        Aquelas vacas de cem…

        Esse moleque
        É bom rapaz
        Tem um defeito
        Come demais
        Come, come, não deixa resto
        Ó que moleque indigesto!

  4. Milton,
    votarás em Branco?
    Branco

    PS.: Olha se eu fosse petista votaria mesmo em branco para evitar que a DR destrua de vez o partido e Lula o transforme no PMDB.

    Olha, para mim direta e esquerda separam-se apenas no enfoque ético das questões (não estou dizendo que existem éticos num e noutros não, é uma questão epistêmica).
    A direita baseia-se no imperativo categórico em termos de atuação moral, enquanto a esquerda no pragmatismo.
    Como exemplos clássicos de um e de outro, temos o seguinte.
    É imperativo não mentir, por exemplo, e pronto. Já o pragmatismo avalia quantos beneficiados teriam e quantos prejudicados e asolução melhor seria a que mais atendesse à demanda geral.
    Os dois possuem virtudes e defeitos e nem sempre são praticados tão divisoriamente.
    Por que o Nacional Solicialismo era de direita, por que era imperativo seguir o Fuhrer. O Stalinismo visama o bem comum ao fim da história.Viu?

    Abraços diletantes, mas não vote no Branco. Ele não é candidato

    Branco

  5. Concordo com o C.E.Maia,
    todos os candidados possuem viés, origem e formação esquerdistas. A menos é a Marina, pois possui posições morais mais associadas à direita(religião, aborto, criacionismo, etc.). Essa de dizer que são opiniões pessoais não faz sentido pois o presidente é quem escolhe os juízes do supremo, que irão decidir estas questões. Naturalmente que alguém contra descriminação do aborto não vai escolher um pro-choice, seria um contra-senso.
    O Serra foi crítico da política economica do FHC enquanto pode, sempre foi mais “desenvolvimentista” e “intervencionista”. Aliás, por coerência, ele é o único que mudaria as políticas econômicas de FHC e LULA (dada serem as mesmas), embora não muito. Aliás, ele foi o autor da maior ação intervencionista e nacionalista dos últimos anos: os genéricos.
    (detalhe, pessoal do Itamaraty considera esta a maior vitória brasileira em termos de relações exteriores na história e quem era o negociador do Serra: o atual ministro Celso Amorim- ironia?)
    Abraço
    Branco

  6. Não é que não existam esquerda ou direita.
    É que elas nunca estão onde deveriam estar.

    Assim é a Roda da Fortuna da política brasileira:

    O PT de Socialista transmutou-se em Social Democrata.
    O PSDB originalmente Social Democrata, revelou-se Neoliberal.
    O PFL de Neoliberal passou a Neofacista.
    Fechando o círculo, o ex-presidente da Fiesp incorporou-se no Partido Socialista…
    Socialimo de Resultados, provavelmente.

    Roda, roda, roda e avisa: está na hora do comercial.
    Alou Alou Terezinha!

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