Também amor, penso

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Elogio (da inteireza)

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

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9 comments / Add your comment below

  1. Elegia (pela metade)

    Quando ele me deixou não foi a dela
    mas a minha máscara que caiu, disforme
    Quando olhei para a imagem refletida nela
    vi meu rosto inexpressivo e uniforme
    Quando senti medo do tempo que me restaria
    lembrei-me do medo de que um dia ela me deixasse
    Quando me calei entre o desespero e a euforia
    esperei ainda que a voz dela algo me falasse
    Quando, por fim, quedei-me diante do perigo
    ela, fatal, sorriu com aquele encanto etéreo
    e desde então não sei mais por onde sigo
    e desde então a observo com meu olhar funéreo
    deserto em mágoas, lamento em névoas pardas

      1. Não, não, não, não!
        Isso foi um ato falho
        com saudade dum catralho!

        Ps: Milton, sempre desconfiei que o Marcos fosse um daqueles entendidos da gema. E tal qual diria o sábio bispo Macedo: “contra fatos não há argumentos!”.

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