Buenos Aires Hora Diez

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Escrito rapidamente em um cyber no dia 18 de setembro de 2007.

O tempo está ruim. Sempre nublado ou chuvoso. Já o câmbio está melhor e o real compramos 1 peso por R$ 0,75. Os preços estão muito bons para nós, mas o que me impressiona sao os preços dos livros, das refeições e dos táxis. Ainda nao pegamos nenhum metrô, pois há um enorme número de táxis a valor tão baixo que são disputados tanto por turistas quanto por portenhos.

A comida não é mais a mesma e é inteligente seguir as sugestões dos bonaerenses; eles sempre têm uma indicaçao matadora fora do circuito turístico. Há filas nestes locais, mas vale a pena ficar nelas. Eles gostam de comer e, apesar de decadência, tratam-se bem, por supuesto.

Dizem que a cidade está muito melhor que há dois anos. Isto é natural, considerando-se a crise. Porém, minha memória vem de mais longe, vem de minha última visita, feita há dezessete anos. Sob esta perspectiva, a cidade decaiu. Mas continua com indicadores culturais extraordinários: muitas livrarias, belos museus restaurados e — o que mais me surpreende — boa música em TODOS os lugares. A gente desce para tomar café ao som de Charlie Parker, entra numa loja com Piazzolla, e a música brasileira que ouvimos em todos os lugares é aquela que prova nossa riqueza, contrariamente àquela que nossas rádios e TVs apresentam, diariamente, 24 h. Sinto-me como se estivesse em casa.

O Idelber me pergunta sobre os livros que comprei. Ora, é que ele me mandou uma lista de dez livros imperdíveis. Comprei todos, Idelber; sou um cara obediente. E mais alguns, como uma tradução de Max Frisch e muitos livros da Taschen, como a obra completa de Van Gogh, uma coletânea imensa de Picasso e algo dos impressionistas. São incrivelmente pesados e baratos. Imagine que a obra completa de Van Gogh — livro novo e com a qualidade habitual da Taschen — custou 55 pesos (por volta de R$ 42,00).

Volto outra hora. Fui!

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