Telma Scherer, o ciclista e as confusões da Feira do Livro

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Na última sexta-feira, entre 18 e 20 horas, enquanto fazia a performance “Não alimente o escritor“, presa a uma casinha de cachorro, a escritora e performer Telma Scherer foi enxotada da Feira com alguma truculência. Com problemas financeiros reais, muito triste — como afirma com escarrada clareza no vídeo abaixo — e não sendo absolutamente doida varrida, Telma acabou vítima da Brigada Militar. Foi levada num camburão para um posto da instituição, sob a vaga acusação de perturbar a ordem e desobedecer a ordem pública, legal, etc.

Eu já sabia do fato, mas só dei-lhe a devida importância quando, segunda-feira, vi um ciclista ser expulso da Feira do Livro com agressividade bem maior do que a utilizada contra Telma Scherer. O menino estava atrapalhando mesmo, caminhando entre as barracas empurrando sua bicicleta e até justificava algumas reclamações de quem se chocava contra a bicicleta. Merecia, no máximo, uma advertência da autoridade, pois, imaginemos, ele estava com aquele capacete meio ridículo dos ciclistas e óculos escuros, talvez viesse de longe e com pouco dinheiro para comprar alguns pockets. Era caso para um tratamento indulgente e educado. Porém o que ocorreu é que ele foi literalmente abalroado por um brigadiano que veio de longe aos gritos de “Para o lado, para o lado”. Como o menino não reagiu imediatamente — custou a ser dar conta que a gritaria era com ele — , o homem seguiu gritando e empurrou o ciclista, que antes apenas olhava com interesse os livros com sua bicicleta. Foi uma cena feia.

Ora, nós estamos numa Feira do Livro. Há estátua de Drummond e Quintana, havia escritores dando palestras sobre ficção russa e um americano falava sobre Clarice Lispector. É um espaço cultural e, goste-se ou não, aprove-se ou não, o anônimo ciclista e a escritora deprimida (com razão, com razão) que resolveu expressar-se em praça pública, devem ser tratados com a gentileza e civilidade que o evento pressupõe. É incrível que após 56 anos anos de Feira não haja um protocolo entre a Câmara Riograndense do Livro e a Brigada Militar para que seus soldados não tratem o povo da Feira como se fossem gente  armada vendendo drogas, apesar de alguns títulos que vi. É incrível que após 56 anos ainda não foi criado um espaço de arte e diálogo a poucos metros de distância da programação oficial. É uma total falta de sensilidade.

Eu tenho críticas à Feira do livro — a oferta de livros muito rotineiros a tornam uma enorme, comum e nauseante livraria média; há nela cada vez mais um perfume de quermesse; há alunos de escolas fazendo passeios bobos sem aproveitar o MARGS, o Memorial, o Erico Verissimo, a Casa de Cultura e o Santander Cultural que estão ao lado — , mas sou grande apreciador das muitas palestras e dos balaios. Como experiente frequentador de um evento que este ano teve 1,7 milhão de pessoas e recorde de vendas (411 mil exemplares vendidos numa capital média como a nossa), afirmo com segurança que tanto Telma quando meu ciclista não atrapalham em absoluto e sim dão um colorido peculiar de protesto e casualidade que deveria ser uma das qualidades da Feira do Livro.

Acho que a Brigada Militar está mais acostumada ao MST que, sem cobertura maior da imprensa, deve receber ordens e detenções sem a menor explicação… Também sou de opinião que a Câmara faz um belo trabalho que deve ser melhorado e que não tem relação com os abusos da polícia da desgovernadora. E, bem, acho que nem preciso declarar minha solidariedade à bonita Telma nem ao anônimo ciclista, né? Só não sei se eles voltarão à Feira, se acham mesmo que ela serve para a promoção da leitura e que é um “espaço cultural”.

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24 comments / Add your comment below

  1. Marcelo Da Silva Duarte escreveu no Facebook:

    Em relação ao caso do ciclista, parece-me que faltam noções básicas de urbanidade moderna tanto à BM quanto ao planejamento da feira. Bastaria criar um espaço para estacionamento de bicicletas, o que não só estimularia seu uso no centro, desafogando o tráfego, como, também, evitaria a truculência. É um absurdo que alguém que esteja perto da Feira, de bicicleta, e queira visitá-la, seja espancado por não ter onde deixá-la, o que, diga-se de passagem, é sintomático, uma vez que deixá-la em qualquer lugar seria o mesmo que a perder.

    E eu respondi:

    Exato. Acho que faltam especialistas em urbanismo para planejar essas coisinhas que acabam se mostrando fundamentais.

  2. Vi o texto “As contas”, da Telma Scherer. É triste, mas…

    Bem, as pessoas que escrevem devem saber que o mundo não tem que estar aí para seus escritos. Eu gostaria de me dedicar a escrever livros e só livros (primeiro teria que aprender a fazê-lo direito; aí é outra conversa), mas isso não depende de mim, das minhas ilusões, dos meus projetos, do talento que julgo possuir, etc. Depende de um número grande de fatores que não coordeno, que tem a ver com o QI de quem indicou, bons relacionamentos, cara de pau, transigência para ir dormir com fulanos e fulanas, um tanto de boa sorte, acaso, ter um livro que se encaixa no mercado, enfim, múltiplos fatores que sequer um editor conhece bem, tanto que, de quando em sempre, quebram a cara com apostas “certeiras”. O livro dela foi até editado pela 7 Letras aqui do Rio de Janeiro. Olha que eu sou carioca, mandei um livro pra lá e não tive nem a resposta bem educada padrão, só silêncio. Ou seja, ela não esteve tão mal assim, só não estourou, vendeu menos do que interessa ao mercado, não chegou aos leitores… De 2008 para cá, nada aconteceu, só as dívidas ganharam volume, além dos originais guardados na gaveta, rumo ao anonimato.
    Talvez ela seja uma boa escritora, talvez não. Talvez não tenha os relacionamentos certos, não tenha ido para a cama com ninguém ou só com aqueles que ela quis, o que não basta para trilhar uma carreira literária. Talvez não descenda de poloneses. Paciência. Há gente pior com destaque muito maior, até ao infinito. Isso pode amargurar se você levar muito a sério ou passar a considerar que o mundo conspira contra ti. Paranóia pura. Contingências, escolhas, oportunidades. Coisas inefáveis ou quase isso.

    Nada disso, é claro, concorre a favor do ato de violência sofrido por ela e pelo pobre ciclista que acha que pode unir duas paixões excludentes: bicicletas (em meio à multidão pedestre a lotar uma feira) e livros. Deixa a bicicleta em casa, sô! O mesmo para Telma: deixa os livros em casa, sô! Repense seu projeto de carreira literária. Procure conjugá-lo com uma atividade que possa sustentar seu projeto paralelo. Coisas assim. Quanto à força policial: distância dos escritores, fracassados ou nãos, performáticos ou não, bicicleteiros ou não, e também do MST, professores em greve, trabalhadores em manifestação… Polícia para quem precisa: para ninguém.

    Unindo hoje com ontem, tô pensando numa performance para uma bienal dessas: colocar-me à mesa, diante de alguns exemplares de meus livros, e uma taça vazia ao lado de um cartaz: “Troco um livro por um Malbec”. Sabe como é: estou querendo parar de beber.

    1. Para mim valem dois exemplos que guardo desde moleque: a do Rilke e a do Miguel Torga. Rilke me dissuadiu de continuar com o curso de jornalismo, e me deu o esclarecimento de procurar uma profissão que me garantisse um meio de vida para não me desesperar com a escrita e fazê-la como prazer. Torga me ensinou a só pensar em publicar quando a coisa estivesse pronta, não me importando uma vírgula se haveria alguem do outro lado do processo para ler, e fazê-lo assumindo eu mesmo os custos da publicação (ainda não o fiz). Escritora protestar em público que está passando fome e não é lida é ridículo, equivale a um candidato a concurso público se algemar diante o congresso revoltado por não conseguir passar em nenhum deles. Só por aí pode-se depreender que não há muita coisa em suas ideias para atrair atenção. Não participo de concursos literários, não leio autores nacionais, não vou a eventos culturais e feiras de livros. O esnobismo e a noção de valor pessoal do escritor devem ser guardados para elemesmo, assim só haverá um comprometido com a história para arcar com o fracasso ou o acerto.

      1. Charlles, eu acho que se a Telma desejar protestar contra os editores e o mundo numa Feira do Livro está no local correto — entre editores, livrarias e leitores. Eu não faria este gênero de protesto em razão de minha baixa autoeestima, mas deveria tê-lo feito bem na frente do Tribunal de Justiça que me sacaneou duas vezes. Tenho absoluta certeza de que não leram meu processo. Sério! Só isso explica os acontecimentos. Não fiz nada contra eles, sou um cidadão bovino, mas deveria ter feito, sobretudo ao juiz que cabeceou de sono durante a fala de meu advogado. É. Pura verdade!

        Sobre a pobreza e as contas não pagas: já passei por períodos bem complicados (os motivos têm relação com a Justiça acima) e, olha meu amigo, a gente fica MUITO desesperado. Eu compreendo a Telma.

        Agora, também acho que ela deveria buscar um bom e digno EMPREGO. E logo.

        1. Como disse o Marcos, a Telma JÀ TEM um livro publicado. Ela tá querendo achar um nicho beneficente de marquetim e boa editora para colocá-la em listas de vestibular (assim como o Galera?, tá querendo uma aposentadoria gorda por ter militado no passado (assim o Cony)?, tá querendo arranjos para ter uma coluna na Veja e ser a porta voz das mulheres da alta sociedade (assim como a Luft)? Se fosse Shakespeare protestando por não conseguir publicar, ou Camões (há um texto assim do Saramago, não?), ou Pessoa, aí sim veríamos uma injustiça contra o gênio. Mas o escritor querendo uma transformação milagrosa de seu potencial genético às custas da misericórdia condecendente de empresas e públicos…Ela deveria aprender com o Paulo Coelho, então. Vai participar de sessões de magia, use véus da Madame Blavástki, começa a propalar para os quatro ventos que sabe os segredos da arte da levitação e da transubstanciação do espírito, matricule num desses cursos de direito de 300 reais a mensalidade e use um tubinho vermelho para ser achincalhada em público. Daria valor nela, se fosse assim.

          Nem todos podem ser como Walt Whitman, que publicou Folhas da Relva, e disparou as vendas quando um crítico de jornal fez um elogio de reconhecimento memorável à obra. Detalhe: descobriu-se depois, o crítico talentoso e de visão espetacular era…o próprio Whitman, sob pseudônimo.

    2. O chato com os exemplos do Rilke e do Torga é que eles, afinal, tiveram reconhecimento em vida. Pega aí os milhares que fizeram como eles, cujos normes se perderam na história, e as migalhas que leitores que tiveram, apesar do talento que possuíam mas ficaram no buraco negro… Tenho certeza da existência desses caras, e de como, no final da vida, diante dos originais cobrindo as paredes, à morte, pensaram na inutilidade não apenas do reconhecimento e da fama, mas da própria escrita, ou mesmo da própria vida… Puta merda, é foda.

      Não esqueçamos que os escritores agora estão dando (com trocadilho, por favor) para isso; a Paula Parisot fez performance semelhante à Telma, dentro de uma caixa de vidro numa livraria (ou feira, sei lá), para ver se vendia os livrinhos dela. Saco isso do escritor, como disse o Lobo Antunes, ter que se fazer de mascate pelo mundo afora, coordenados por editores a acenar com cheques nominais…

      Logo, a Telma fez lá a tentativa dela. Mas, como disse o Milton, ô, filha, arranja um emprego, vai dar aula (ela tem mestrado em Literatura, se não me engano), e faça como eu (só que eu faço através da minha esposa), seja canalha: venda seus livros para os alunos, faça-os matéria de prova, monografia, dissertação… Afinal, bosta por bosta…

      No mais, de vez em quando leio um escritor brasileiro contemporâneo. Tem uns caras legais. Não sei por que eles seriam piores que o Pynchon, por exemplo. Com uma maquininha por trás, mesmo que autoinventada (cfe. Whitman), e toda uma política cultural no bojo de um projeto imperialista, fica mais fácil. Senão, o que seria de Hemingway?

      1. Faço aqui paráfrase do Grijó, editor do blog aí do lado “ipsis litteris”, ele disse que a música norteamericana é bem melhor que a brasileira, e eu digo idem quanto à literatura. Concordo quanto ao Hemingway. Se ele não fosse bonitão e tão alardeador de seus cojones, provavelmente não teria sido o escritor mais vendido até meados do século passado. Eu testei essa tua teoria, lendo um conto pra lá de bom do Paulo Lins (o autor do Cidade de Deus, é esse o nome?), saído numa edição da Caros Amigos dedicada à literatura marginal, e o contrapûs a um conto de Hemingway, “Os Assassinos”. O do Hemingway é melhor. Primeiro, o americano nunca se deixou se associar à marginália intelectual ou ao periférico. Em suas crônicas ele deixou bem claro inúmeras vezes que nasceu só para ser escritor, e se não conseguisse, meteria um balaço na cabeça ( o fez muito mais tarde, quando a escrita já não lhe devia nada). Ele se achava o maior. Ficou puto quando a academia de Estocolmo preteriu ele em favor de Faukner. Elogiava os amigos dizendo “vou imortalizá-lo num conto”.

        Melhor que Pynchon, pode ser, mas há mercado literário nacional para malucos talentosos no Brasil? O recém lançado título de Pynchon pela Cia. das Letras (vai ser lançado amanhã, para ser exato) “Vício Inerente” (já o tenho, por esses milagres que a Livraria Cultura faz aos que forçam as encomendas antes do tempo), trata sobre a ressaca dos anos 60. O que um escritor nacional poderia produzir com base no lixo cultural estigmatizado do Brasil? O quanto foi bom usar biquine em Copacabana só para ver o Janio Quadros trançar as pernas? Não temos nem literatura de relevância sobre o período ditatorial, quiçá sobre investigações da alma pela ótica do consumo industrial.

        Prometi ao Milton uma resenha para o Sul21 sobre o volume de ensaios o Orhan Pamuk, “Outras Cores”. Pamuk não me convence. Li todos os quatro ou cinco romances dele traduzidos por aqui. Neve é um tédio. O Livro Negro é obliquo e esquecível ( sobre o que trata mesmo?). Meu nome é vermelho, interessante. O único realmente bom é Istambul. Mas vou pelejar para não escrever essas coisas. Seus ensaios são ralos como sorvete da rodoviária saído dos tubos de vidro cheios de sucos coloridos. E o cara faz uma excelente propaganda de si mesmo. Cada palavra que escreve é guardada como uma pedra de valor incalculável. Lembra-me um autor nacional: Josué Montelo. Já apareceu diretor europeu querendo filmar os Tambores de São Luiz. Quem não assegurará que só isso, essa acirrada virtude do desengano quanto a si mesmo, não será o bastante para tornar Pamuk e Montelo (ainda há tempo para esse último) realmente imortais?

        1. Questão de referência e teimosia. Comparar essas coisas é meio foda. Será rock’n’roll melhor que samba? Dizzy Gillespie melhor que Pinxinguinha? William Faulkner melhor que Graciliano Ramos? Teorias, critérios, idiossincrasias. Por razões arranjadas, Pamuk pode ser um puta escritor, ou um escritor que não passa de uma puta.

  3. É sempre difícil separar personagens dos acontecimentos. Evidente que um não existe sem os outros. Mas… mas acho que o post denuncia a truculência, o nonsense, o legalismo, o burocratismo, o exercício do poder a qualquer preço, etc. Isto é o cerne da questão. Se a Telma é boa escritora ou não, se deve arranjar emprego ou não, se bicicleta atrapalha ou não são outros quinhentos réis. Réis? Ah, isso não vale nada mais…

    1. Não é melhor por brasileiro oum pior porque outro; nem tudo que vem do país dos idiotas é ruim por vir de lá, nem tudo por nascer sob o sol é mais belo só porque pegou um bronzeado. Pinxinguinha, por exemplo, é melhor que Dizzy porque suas frases são mais límpidas, suas influências eruditas não geraram cacofonias, ele não quis impressionar e não estava tão interessado assim em um nicho de mercado (pelo menos não tento quanto beber uísque e cachaça, coisa que ele fazia muito e bem). Ouvir as peças dum e doutro é como mergulhar no mar (Pinxinguinha) ou numa piscina (Dizzy). Bêbado não gosta de piscina: bate sempre com a cabeça nas paredes. No mar, as ondas estão no rutmo do porre.

  4. Ah, Marcos! Há algum tempo estava para lhe dizer (ai!!! as falsidades do lusitanismo), já lestes Javier Marías? Li o Coração Tão Branco e, sinceramente, me veio o seu romance em mente. Não sei te explicar direito, mas acho que o conhecimento desses espanhol te acrescentaria em muito. Estilos semelhantes.

    1. Ih, zimisqueciseme: já conheço o Javier. Considero-o muito assim, como diria, reticente. Esperto demais. Talvez por isso você ache que ele parece comigo: nós dois queremos ser mais espertos do que somos. Ele tá na boa (ou tava; já não morreu não?; ou foi outro?). E, pô, samba é mais elegante do que rock’n’roll, mesmo porque o primeiro é música para adultos, e o segundo para a juvenília (por isso ouvimos até hoje, pois juvenis somos para sempre).

  5. Eu passei aqui pra entender como é que uma feira lá em POA gerou tantos comentários… Agora entendi.

    Também me identifico com ela, assim como me identifico com todos os fracassados, todas as promessas que não vingaram, com todos os Salieris e todos os que pretendem muito mais do que são como artistas. Nem preciso explicar. Não sei se essa escritora é crédula por achar que um gesto dramático a faria ter reconhecimento ou se entendeu que os mecanismos estranhos que levam alguns livros a serem lidos não têm a ver necessariamente com literatura – penso aqui no futuro livro sobre sexo da Angela Bismark que certamente será um sucesso por causa dos tweets bizarros que tem gerado.

    Eu também a aconselharia a procurar um emprego. De algum lugar deve vir o dinheiro para pagar antidepressivos.

  6. Oi Milton
    falando em literatura, minha professora indicou a Revista Blau, mas pelo que pesquisei a revista nem existe mais, correto? Você conhece a Blau ou sabe de alguma boa publicação do gênero para me indicar?
    Obrigada,
    Nadia

  7. Paz e bem!

    Recordo que muitos anos atrás
    quando participei
    da UFRGS na Feira do Livro,
    certa feita ví o “homem do gato”
    fazendo usa atuação em plena feira
    e não foi enxotado,
    o máximo que ví
    foi o Xerife La Porta
    dando um toque
    para que ele moderasse,
    pois o “homem do gato”
    realmente chegava perto do abuso
    com quem nem queria saber dele.

    Mas ressalto não foi enxotado.

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