Pela complexidade

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Ontem, estourou uma bombinha no twitter: uma irritação feminista contra um texto publicado no blog do Luiz Nassif que citava a palavra feminazi para caracterizar certo gênero de feminismo. É claro que o mau gosto é evidente e que a analogia entre feminismo e nazismo é infelicíssima, até porque, até onde sei, só existe um tipo de nazismo e este é terrível.

A briga no twitter e nos posts levam todos a posições exageradas e falsas. As feministas passam a demonstrar ojeriza e incompreensão para com o jornalista. Ele, dias atrás tão legal, avançado e “de esquerda”, transformou-se num monstro. Em resposta, ele e seus defensores tiram sarro, adotando pontos de vista cada vez mais machistas. Os dois grupos correm para os extremos, empurrados pelas figurinhas carimbadas de sempre. Não penso que nenhum dos dois grupos seja tão enlouquecidamente equivocado. Mas tornaram-se nas últimas horas. É claro que “os machistas” não têm razão, digamos, primária na questão — pois nem eles acreditam que a expressão discutida seja justa — , mas foram levados a defender-se em função dos ataques.

Casualmente, estou deliciando-me com Um teto todo seu, de Virginia Woolf. OK, não é um livro feminista tal como entendemos a palavra hoje, apesar de ser um texto que deixa muito claras as injustas posições da mulher na sociedade das primeiras décadas do século XX — seu tema, na verdade, é “As Mulheres e a Literatura”. Mas a lição de equilíbrio e a noção de que há camadas e mais camadas de complexidades sob o tema fica desnudada no livrinho de VW (138 páginas, na edição que leio). Isso é tudo o que não acontece na briga de bugios (*) ora observada. É notável como os grandes autores que permanecem como referência maiores, são aqueles que não têm soluções ou palavras definitivas. Dostoiévski mostra todos os lados das questões sem escolher nenhum; Tchékhov dá uma sucinta aula cada vez que demonstra que há paixão e motivos profundos até num passar da faca na manteiga; Virginia é mais explícita e parte para o intimismo a cada linha, expondo uma confusão que chega ao ponto de ser gloriosa; Freud é humilde e costumava retificar-se e dar a cara ao tapa a cada duas páginas… E há mais exemplos, muitos mais. Mas os contendores de ontem têm certezas absolutas.

O importante é ofender, é amassar o adversário. Não deixa de ser curioso.

(*) Diz-se da briga ou discussão acalorada entre duas ou mais pessoas, onde o xingamento, o palavrão e as ofensas mais pesadas são usadas contra o outro. Os bugios, quando brigam, usam a própria bosta para atingir o adversário.

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29 comments / Add your comment below

  1. Lembro-me de uma polêmica acerca da polenesa e de um trocadilho infeliz que redundou no mesmo debate de bestas feras, “feministas” de um lado e “machos” do outro. A partir do momento que você comete um erro, não adianta, está devidamente fichado e catalogado, declarado inimigo da “causa”, seja de um grupelho ou doutro. Sou totalmente adverso em separar contendores, de um lado, a feminazi, de outro, o machonazi; homens e mulheres são da mesma espécie humana, possuem divergências naturais e necessárias da biologia, mas nasceram e deveriam viver como iguais; somente a dominação política e ideológica os separou como se fossem duas criaturas de mundos distintos, uns de Marte outras de Vênus, para fazer valer o folhetim de autoajuda. Ninguém supera ou desconstrói essa história ruim da divisão entre os sexos com esse complexo de barricadas; é necessário é compreender que, nas relações humanas, as regras e leis vão ao infinito em exceções, distorções, erros patentes, equívocos provocados por sinais trocados, erros de leitura, incapacidade de ver, tudo envolvido em nossa estupidez constitutiva capaz de transformar sentimentos inefáveis em símbolos de bandeiras absolutistas. Fora o problema de não conseguir transformar uma luta contra a opressão sexual em outra mais relevante, contra o sistema que impõe os valores a partir da lógica monetária que, operando por exclusão, articula bodes expiatórias em sequência.

    Hoje, para piorar as coisas, aliás, publicam essa pérola da “escritora” Vera Fischer:

    “Eu não sei escrever pra gente pobre. Eu detesto. A vida dos ricos é mais interessante. Cada livro” – ela publicará 10 – “tem pelo menos uma viagem ao exterior.”

    O primeiro tem por título “Serena”. Proponho para o segundo volume o título “Sabrina”. E assim por diante.

  2. Somos todos seres humanos, mas não recebemos o mesmo tratamento. Um pouquinho de leitura que nem precisa ser feminista, podem ser algumas estatisticas msm vão mostrar isso. Mas essa discussão é infinita e no fim vão me classificar de feminazi. Acredito que o maior problema, o que mais nos entristeceu foi ver alguém que se diz e é visto como progressista permitir que um post com idéias equivocadas tenha sido publicado. E quando questionado sobre isso tudo que ele fez foi dar respostas irônicas e agressivas sem dar as mulheres um direito de resposta ao texto do André. O que apareceu no twitter chegou inclusive a contradizer respostas individuais que ele deu a algumas das meninas. Eu não comprei essa briga porque nem twitter tenho mais. Ver alguém que se propõe a discutir não fazê-lo foi, para todas nós mulheres, sejamos feminazis (sic) ou feministas, o maior dos problemas

    1. Não recebem o mesmo tratamento os pobres em geral, os pretos, amarelos ou mestiços, os gordos, os feios, os velhos, os doentes, etc. Discriminação e preconceito tem para todo lado, é que nem mato. Penso que se colocar na defesa de um gênero ou condição consegue uma façanha: particulariza uma generalização, fugindo da questão da totalidade, sendo esta mais importante para encarar, quer dizer, penso que devemos partir do todo para atingir todas as partes, pois quando defendemos nosso segmento e conseguimos algum êxito, corremos o risco de nos acomodar no colchão macio do sucesso individual e deixar todos os demais pastando sozinhos.

      1. Não. discordo marcos.
        As mulheres das vilas possuem uma vida que nenhum homem possui.
        São verdadeiros burros de cargo, arrimos e exploradas pelos explorados.
        Branco

  3. Ainda não entendi essa discussão, mas a primeira vez que li o termo feminazi foi no Perdedor Mais Foda do Mundo: http://silviokoerich.blogspot.com

    Um blog machista, cheio de anti-feminismo, conservador anti-mulher caricato. E o pior é que as vezes eu concordo com ele… não sei se por, no fundo, pensar igual ou por simplesmente contestar essa (hiper)mudernidádi.

  4. Marcos, me fez reativar da memória, num assim, como direi, “insight”, um personagem que tinha dado por morto de um romance da Margaret Atwood. O romance é o excepcional “Madame Oráculo”, e o personagem é um senhor intelectual( que tem um caso com a personagem do título), com ideias sofisticadas e conhecimento idem, mas que ganha a vida escrevendo romances femininos açucarados aos quais assina com vários pseudônimos femininos. Você sempre nos traz as últimas desse mercado editorial excêntrico para alguem de seu naipe, coisas da madame alazão, e agora da senhora fischer. Por acaso Marcos Nunes é autor de “Primavera da Libido em Mônaco”, de Henrietta Solenca, ou o clássico de estilo tardio dos salões de encontro das socialites fluminense “Meu Bucaneiro Veneziano”, da hoje cult Jéssica H. S. Bürgionte?

  5. Ok. *suspiro*

    Como alguns aqui sabem e inclusive já leram, minha dissertação de mestrado foi sobre cegueira. Todos os meus entrevistados ficaram cegos depois da adolescencia e me relatavam como e o que aconteceu na vida deles com isso. Espontaneamente, todos falaram o importante papel que suas mães tiveram no processo, pelo menos no início. Elas ficavam com eles plantadas em hospital, elas se sentiam culpadas pelos filhos cegos e teve até caso de um homem, com carreira e filhos já grandes, que voltou a morar com a mãe depois que ficou cego. Fiz um capítulo inteiro falando do papel de “cuidadora”, da forma como isso foi historicamente construído, da psicologia, das implicações, da maneira como isso se reflete na relação homem-mulher, etc. Acredito ter feito um bom trabalho e apelei para autores que minha próprias professoras feministas me fizeram ler durante a faculdade.

    Quando a dissertação estava quase pronta (qualifiquei poucos dias depois disso tudo), fui para um congresso feminista internacional apresentar esses dados num grupo de discussão. Apresentei. Imaginem: mais de vinte trabalhos a serem discutidos, professoras-doutoras-especialistas-feministas de várias partes do Brasil e quando a discussão foi aberta, a única coisa que se falou foi do meu trabalho. Mal. Elas passaram o tempo todo tentando desqualificar minha pesquisa. Eu contra todas elas. Um massacre sem sangue.

    Primeiro eu fui acusada de ser machista, de querer perpetuar a submissão feminina. Eu disse que não era verdade e que não poderia fazer nada se os dados apontavam para a persistência da visão tradicional de maternidade. (Justo eu, que sou olhada torto e considerada cruel quando digo que não quero ter filhos, sou acusada de querer perpetuar a maternidade.) Aí elas tentaram desqualificar as minhas entrevistadas. Primeiro disseram que eu só entrevistei mulheres ricas, que não precisavam trabalhar e podiam passar o dia inteiro com os filhos. Ou então era o contrário, que eu só tinha entrevistado mulheres pobres que não tinha carreira, ambição ou projetos pessoais (olha o preconceito de classe). Disse que não era verdade, pra nenhum dos lados – as mães dos meus entrevistados tinham vários perfis, vários níveis de renda e, apesar disso, todas elas agiam da mesma forma – cuidavam integralmente do filho assim que ele se tornava cego.

    Quando, por fim, elas começaram a falar que aquilo tudo não era verdade porque a mulher de hoje em dia não sofre QUALQUER TIPO DE PRESSÃO para ser mãe, que ela é independente, faz o que quer e que uma mulher NORMAL, nas circunstâncias que eu descrevi “contrataria uma enfermeira para cuidar do filho cego e ia cuidar das suas ambições”, eu vi que não tinha o que argumentar. Porque era muito fora da realidade. Tive vontade de perguntar em que mundo elas viviam. Eu mal casei já comecei a ter que responder quando a prole viria. O que dizer das discussões em torno do aborto, das mãe-solteiras, das mulheres que abandonam recém-nascidos? Era óbvio que elas queriam ganhar e não pensar sobre o assunto. Quando chega um certo nível de insanidade, não dá pra falar qualquer coisa.

    O engraçado é que até esse congresso eu me considerava feminista, gostava das discussões, pensava em quem sabe um dia pesquisar nessa linha. Agora não sou mais, somente porque disse algo que elas não gostaram de ouvir – que ainda existe muita coisa pra se avançar. Desde então, me acostumei a ser chamada de machista por causa da minha pesquisa. Elas odeiam aquele capítulo e ponto. Ninguém tinha me avisado que era pra repreender os entrevistados porque eles não lêem Beauvoir e cia…

    1. Eu li a sua dissertação e vejo esse seu testemunho com pasmo. Jamais me passaria pela cabeça que um trabalho (realmente ótimo) cujo tema foi tão evidenciado na composição, poderia ser atacado por um outro lado do prisma da discriminação feminista. Não há nada nele que insinua a necessidade de posicionamento de gênero. Por isso, em alguns de meus posts e em vários comentários que deixei aqui, evidencio o grande repúdio que sinto pela classe acadêmica brasileira. A maioria aqui sabe que purguei vários anos na universidade, e não é figura de retórica ou musicalidade herdada quando digo que a universidade, cujo único benefício é a burocracia do diploma, não me trouxe nada de útil. Na veterinária, só aprendi mesmo a fazer cirurgias e a atuar no meu campo, o de controle de alimentos, quase por mim mesmo, na prática e estudos auto-didatas pós-formatura. Na História, só saí do círculo restrito de autores inúteis, que atendem às exigências partidárias de professores obsoletos, quando aprendi a ler o que é importante no campo das ideias, e, por isso, me pûs bem à frente desses professores. (Qualquer um que leia Said, Hobsbawn e Arendt _ acrescentando por luxo próprio o Adorno _ já fica em vantagem com essa classe.)

      É até surrealista esse seu relato _ não me passou desapercebido o caráter “internacional” apontado. A universidade poda a ousadia, o brilhantismo, a erudição exorbitada, a originalidade. Parte do princípio que todos são idiotas e desconcertantemente virgens, e os professores seus cicerones proteinizados. Meu mestrado em veterinária é o resultado de três anos de auto-contenção e disciplina contra o sono. Sou “mestre” em forragicultura. Não sabem o que é isso. Trocando em miúdos, por três primaveras fiquei com a cara atolada na escrita de 200 páginas sobre…capim. Por mais que o tempo tenha me distanciado daquelas facções sagradas do saber, ainda é com um automatismo giroscópico que, ao andar pelo campo, posso dizer como um boneco de ventríloco: esse é capim gordura, esse o capim elefante, eficientíssimo na fixação de CO2, esse outro o capim estrela, ou Rynchospora speciosa, e assim vai. Vocês não sabem o que existe de abnegação em ter de deixar de ler Faulkner,, Tolstói ou mesmo Sydney Sheldon para ter que ler manuais seriíssimos sobre o que vai fazer o boi atingir em tempo recorde o peso específico para chegar à nossas mesas tendo rendido o máximo à indústria frigorífica e ao mercado de cotação do boi gordo.

      Por implicância, na minha monografia de História, defendi um tema subliminar de que García Márquez era o escritor hispano americano menos político. Na minha banca, três acirrados professores petistas. Como havia lido tudo do Márquez e do Naipaul ( o título era “As Encarnações Imprevistas, A América Subdesenvolvida nas Obras de GGM e VS Naipaul”), eles ficaram num mato sem cachorro, pois desde adolescente eu dominava o assunto.

        1. Matheus, fico envaidecido, mas, por uma crise de autocrítica, destruí os registros digitais, e eu mesmo só tenho uma cópia encadernada. Recebi uma proposta, à epoca, da editora universitária, para publicação. Vai parecer esnobismo (nunca me escapa essa paranóia do que podem pensar de mim quando falo do que mais gosto: ler e escrever), mas recusei, até porque acho esse trabalho acima da média das monografias que conheço, mas abaixo da média para uma publicação séria. Quando a escrevi tive o intuito apenas de cumprir uma obrigação acadêmica, o que isentei de revisões e correções. Dá para perceber que tenho um amor próprio sólido, não auto depreciativo para cumprir coquetismos da simpatia alheia, mas esse trabalho não vinga da forma certa.Como, por exemplo, o livro pronto e acabado da Fernanda (Caminhante).

    2. Nesse congresso feminista internacional (jura que isso aconteceu?) não havia sequer uma ou duas mulheres que tentaram compreender os dados pelo que eles valiam e não pelo que refutavam suas doces teorias? Custo a crer. Aliás, não custo. Isso acontece em congressos partidários. razão pela qual, se você abandonou o “movimento” feminista (embora não o feminino, com toda a carga de machismo pérfido da expressão), também abandonei o político-partidário. Penso que o feminismo, ao menos agora, no século XXI, deveria combater todas as formas de discriminação e preconceito, as raízes de todas esses males setorizados por um outro movimento, sistêmico, que aprendeu, desde muito, a lição que se deve dividir para governar. Porque fica mais fácil enquadrar um movimento feminista do que um capaz de agregar todas as lutas contra todos os preconceitos e discriminações, inclusive para postergar, negacear, fazer concessões mínimas, acomodar…

      Mas o livro – O Terceiro Sexo – de da Simone de Beauvoir é legal, considerando-se, sobretudo, a necessidade de alicerçar teoricamente um combate que é justo; dar elementos a um começo de discussão em um padrão mais alto. Mesmo porque Beauvoir insere o feminismo num contexto de luta contra a opressão global, sem descurar que, como disse outra figura, Yoko Ono, a mulher é o negro do mundo.

      1. Marcos, no dia seguinte, andando pelo campus, algumas pessoas que estavam presentes disseram que o meu trabalho era interessante, que pensaram bastante sobre o que eu disse, etc. Mas quase como uma confidência. Na hora do vamuvê, ninguém me defendeu. Nem a amiga que estava comigo.

        Eu li autores feministas fantásticas durante a faculdade (não vou saber citar o nome delas agora) e estava acostumada a pensar o feminismo dentro de um movimento de valorização das minorias, de revisão histórica, aproveitando muito os dados da antropologia. Um dos meus textos preferidos, durante todo curso de ciências sociais, era um que falava do uso de metáforas na ciência, que gradualmente se tornavam verdades e demostrava o quanto a própria ciência alimentou o preconceito racial, pela valorização apenas de dados que confirmassem o senso comum da época. Um feminismo de primeira, em resumo.

        Aí vou pra um congresso internacional e pff, tudo isso se desfaz. Uma das pesquisadoras daquela mesa redonda apresentou um trabalho que era: “uma conversa franca com mulheres acima dos 40 anos, separadas, independentes, falando das suas expectativas com a carreira e decepções amorosas(….) A conclusão do trabalho mostra que as mulheres estão cada vez mais fortes, mais donas das suas vidas e que os homens não estão prontos para lidar com suas vitórias”. Ou seja, ela saiu pra tomar cerveja com as amigas e transformou aquilo em trabalho. Depois quem faz algo inconsistente sou eu!

        1. O que me deixa pasmo é que se conduziu a crítica para uma sujeição aos estereótipos da maternidade, e não se cogitou a questão da simples solidariedade humana, além do que as feministas presentes, ao que parece todas de classe média ou classe média-alta, senão alta mesma, revelaram completa insensibilidade com relação à grande opressão que se dá sobretudo contra as mulheres mais pobres, e preferiram, pelo que parece, refutar suas provas tendo por contrafação, como você disse, àquelas produzidas por um tribunal de bar mergulhado em uma discursalha nada feminista, mas na verdade yuppie. Barbaridade, tchê!

      1. Caminhante… sou considerada a feminista da família pelo fato de desejar não dominação, mas direitos e respeito. Desde muito nova tento me desvencilhar do ambiente machista que fui criada. E não faz muito tempo ouvi de uma amiga: ‘Ro, você criou (e bem) sua filha sem a presença do pai, fez faculdade e é bonita e inteligente, agora falta você viver um grande amor.’ Meu pai ouviu a conversa e disse: ‘Mas para isso ela precisa parar de ler tanto, pois homem não gosta de mulher muito inteligente, não.’ 🙂 …
        E Caminhante quando minha filha na infância teve um problema grave respiratório eu não pensei duas vezes e larguei o trabalho e passei 3 anos cumprindo a recomendação médica: todos os dias deixar a casa limpíssima, dar pelo menos 3 banhos por dia e todas as vezes (mesmo que a roupa não estivesse suja) trocar e lavar e o quintal tinha que ser lavado todos os dias e se for preciso paro tudo e vou cuidar dela.
        Ah! Imagino como deve ser um saco essa cobrança sobre quando terá seu filho… Eu cansei de responder por que não me casei e para não ouvir mais fui radical e respondia: ‘Porque prefiro ser amante’ ou dependendo ‘Para não ser infeliz como você’… Um tempo atrás respondi numa entrevista de emprego ‘Porque não encontrei alguém que merecesse minha liberdade’ … as respostas variavam de acordo com freguês… Divirto-me com a cara de espanto que recebo do inquiridor 🙂

        1. Então, Ro, esse é o tipo de coisa que eu vi e vejo – não importa o resto, cuidar da saúde dos filhos se torna prioridade nessas emergências. Não julgo se isso é certo ou errado, quem sou eu pra falar sobre a maternidade. Não acho que seja falta de ambição ou burrice. Pela maneira como a feminilidade foi construída, as mulheres conseguem fazer isso sem sofrerem as sanções sociais pesadas relativa a desemprego igual aos homens e, mais ainda, conseguem se manter financeiramente com empregos tradicionais (costura, cozinha, artesanato, etc) que permitam que elas fiquem em casa. Num mundo melhor, mais igualitário, quem sabe fosse possível contar que homens e mulheres se sacrificassem de maneira proporcional pelos filhos. Mas não acontece e não vai ser fechando os olhos pra isso é que conseguiremos fazer com que aconteça.

          Sobre essa de não querer ter filhos, até acostumei. As pessoas ficam sem saber direito o que pensar, porque associam uma mulher não querer ter filhos à crueldade e pessoalmente não tenho nada de cruel. Ou à frustração, e não sou frustrada. Mas com algumas pessoas essa idéia é tão arraigada que acaba gerando um afastamento mesmo.

  6. Nesse caso, deixo a Beauvoir de lado e vou de Sacha Baron Cohen, quando Borat, numa reunião com quatro feministas geométricamente desprovidas de humor, diz para a mais masculina delas: “vamos lá cachorrona, me dê um sorriso!”.

  7. Porra, mas “feminazi” é mesmo uma bosta indefensável.

    Tem horas que o cara tem simplesmente que dizer: “Aí, foi mal, caguei no tapete mas isso não acontece sempre. Desculp’aí.”

    1. Sabe que você tem razão outro Edson?! Bastava um reconhecimento de que embora seja Introdutor do jornalismo de serviços e do jornalismo eletrônico no país. Vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se em 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria. Prêmio iBest de Melhor Blog de Política, em eleição popular e da Academia iBest… humn: ‘feminazi’? É! A bosta é mesmo indefensável!

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