A cantora Maria Bethânia conseguiu autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 1,3 milhão a fim de criar um blog. A proposta é de que O Mundo Precisa de Poesia seja atualizado diariamente por um ano. O blog apresentaria, a cada dia, um vídeo da cantora interpretando grandes obras.
A direção dos 365 vídeos seria de Andrucha Waddington. Há três anos, Bethânia se envolveu numa polêmica ao ter um pedido de captação, de R$ 1,8 milhão para uma turnê, rejeitado pela área técnica do ministério.
Bem, captação de recursos é dinheiro nosso que, em vez de irem para o país na forma de impostos, beneficia a cultura. Maria Bethânia é uma artista bastante rica, como sua sobrinha @belovelloso confirmou no twitter. Ela irá se promover com o site, sem dúvida. Por que ela precisa captar?
Acho que a matéria é MUITO polêmica e duvidosa.
Achei esse link bem elucidativo
http://www.yabu.com.br/blog/2011/03/16/explicando-o-maria-bethania-gate/
Caminhante, na minha opinião esse link aí só faz um parêntese – bem-vindo, mas só um parêntese. não deixa de ser dinheiro público.
Sim. Os 4% são uma renúncia prevista na lei. Por que para a Bethânia, uma artista conhecida e endinheirada. A Ana de Hollanda está pedindo uma reforma ministerial…
Pi-ca-re-tra-gem! Sou totalmente contra que “artista, parente de artista, mulher de artista, irmã de artista, amante de artista, ou qualquer coisa de artista, ocupe cargo de ministro da cultura. Será que não haveria destino mais interessante – e de amplidão democrática – para os 1,3 mi?
Haveria, claro!
Vocês não acham que é a Lei é que tem que ser reformulada e aprimorada? E não os artistas (famosos ou não, não importa) de deixarem de preitia-la por ter dinheiro ou não. Ou isto que vivemos não é uma democracia?
Milton, como assim que não há investimento de dinheiro público? São 4% do imposto empresarial que o Estado deixa de arrecadar para ser investido numa merda dessas. Os compositores brasileiros deveriam zelar melhor pela perpetuidade de suas carreiras. Ter a irmã do energúmeno do Chico no Ministério da Curtura, e agora a irmã do Caetano como depositária de um milionário “favor” federal. A panelinha de nossos intelequituais ortodoxos que não servem para nada. Vê se o Miles Davis, o Cole Porter e o Charles Mingus iriam compactuar com uma sujeira dessas! O Frank Zappa lamentava que o Duke, no final de sua carreira, tinha que mendigar à porta da gravadora atrás de dez dólares, agora como o Zappa veria seu ídolo encabidado num esqueminha medíocre de recebimento de verbas federais. É mais um retrato da cultura enfadonha, atrasada, corrupta e canhestra que vcs tem nesse paizinho atolado. Por isso que eu reafirmo: saudades do Tião Carreiro!
Devo ter formulado mal alguma coisa. É óbvio que é dinheiro público!
É porque no Sul 21 foi dito que não era “diretamente” dinheiro público.
Cultura e iniciativa privada não combinam neste país, os produtores da “cultura” quando pensam num projeto sempre querem usar o meu dinheiro para implementar, Maria Bethânia faz sucesso a 40 anos, está rica e não precisa de dinheiro do governo para criar um blog.
Vemos no teatro acontecer a mesma coisa, a Petrobras financia uma peça com o meu dinheiro e se por acaso eu me interessar em ver o espetáculo tenho de pagar 150 reais, o povo paga a produção e mesmo assim os ingressos são caríssimos. Só respeito artista que anda com as próprias pernas, estas prostitutas tipo “Embrafilme” não tem meu respeito.
Pô esse pessoal tá há um meio século em evidência. É natural que, agora nas rédeas da coisa, enviem a fatura… Por mais que seja bacana, seja a Betânia, soa a sacanagem e cumpadrio…
Não sobraria uma “beirinha” pra manter o pqpbach??
Milton, tive acesso a uma edição impressa da partitura full orchestra do bailado, mais conhecido como suite, “A Salamanca do Jarau”, do gaúcho Luiz Cosme. Como acho que esse tipo de coisa deve ser divulgada, gostaria de saber se tens algum interesse. Caso positivo te mando ou uma cópia escaneada ou transcrevo pro sibelius. O que achas melhor para divulgar?
Um abraço!
Se Jorge Furtado, “que é o Jorge Furtado”, deu aquela declaração, o que sobra para o resto? Dizer que o dinheiro não é público (renúncia fiscal feita pelo povo!) e que a feiósa vai se humilhar perante os empresários (não havendo garantias) é dose! Furtado deveria ser preso numa ilha. Sem direito à flores.
Eis algumas pérolas do “projeto”. Jóia, jóia, magrão! O último item é especial. Outra: o projeto prevê remuneração ao captador do recurso. Pode? Claro que pode! Obs: deve ser uma dificuldasde imensa para a feiósa captar o recurso! Aliás, já está captado (o projeto veio depois!). Conheço essa manhas.
Orçamento Solicitado (Alguns ítens; custo/ano)
Telefone – 5.000,00
Assistente administrativo – 30.000,00
Material de consumo – 5.000,00
Assessoria Jurídica – 30.000,00
Motoboy – 5.000,00
Contador – 30.000,00
Coordenação Administrativo-Financeiro – 60.000,00
Remuneração para captação de recursos – 100.000,00
Pesquisa – 36.000,00
Consultores – 30.000,00
Assistente de produção – 36.000,00
Sítio de Internet Manutenção/Atualização – 8.400,00
Produtor – 24.000,00
Coordenador do Projeto – 120.000,00
Coordenação Editorial – 120.000,00
Webdesigner – Projeto – 6.000,00
Programação visual – 12.000,00
Diretor Artístico (a própria Bethania) – 600.000,00
Por muito menos eu prenderia todo mundo…
Por causa dessas coisas que a cada dia fico mais anti-estado, mais livre-mercadista, e, ao mesmo tempo, mais desesperançoso com o Brasil – pois ser anti-estado e pró livre-mercado é como se fosse um monstro.
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Eles podem meter um pouco, foder mais um pouco todo mundo que não faz parte da gangue governamental – seja ela PT, PSDB OU QUALQUER OUTRO PARTIDO de esquerda ou centro.
Não precisamos de ministro nenhum, senador, deputado, nada. Mas é até difícil de “sumir” com essa gente toda, pois é mui custoso arranjar armas e mesmo quando são usadas para defesa, o cidadão vira criminoso, como o praticante de tiro que mandou bala em assaltantes que invadiram a sua casa e foi preso porque, MEU DEUS DO CÉU, ELE MATOU POBRES LADRÕES. O cidadão fica sem proteção alguma, nem a sua própria. Direitos Humanos, outra coisa inútil.
Desvirtuei-me. Opa.
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Quantos blogs são financiados, ou melhor, tem patrocínios do país/estado/cidade? Quantos músicos esquerdinhas já ganharam boquinha, mamata?
E reacionário é a mãe! hehe
A lógica é essa: quem mais capta recursos, públicos ou privados, é quem menos precisa. Parei por aqui.
enquanto as grandes decisões políticas não levarem em consideração a “verdadeira cultura” jamais seremos um país valorizado e importante no cenário internacional.
http://pensamentosduneto.blogspot.com/
A Bethania pedir eu até entendo … O MinC ceder é que é duro de aceitar. Num país onde os recursos públicos – para todos os destinos – são parcos, dói assistir uma benesse como essa.
Estava pensando em pedir patrocínio estatal para manutenção de meu site empresarial. Será que consigo?
Sugestão: Já que ela vai tomar o troco, mesmo, que tal reservar uns 100 paus para a troca de guarda-roupa. Feiósa e se veste mal, pacas! OBS: Desde 2006, MB já solicitou, via projeto, 10 milhões. Não se sabe quanto, desse montante, foi amealhado por suas magras e espertas mãos. E ainda dizem que baiano é lento!
Carcarás
Como se sabe, a cultura brasileira sobrevive de incentivo fiscal. Com autorização do governo federal, as empresas podem direcionar parte do dinheiro destinado a tributos para os projetos de sua preferência. Todo mundo usa esse instrumento há anos. Todo mundo mesmo: de filmes com atores globais a livros de fotografia, de circos famosos a shows de estrelas sertanejas.
Mas então por que de repente surgiram reclamações contra o projeto de Maria Bethania e Andrucha Waddington?
Primeiro porque boa parte da blogosfera dita “progressista” continua se deixando pautar pela imprensa corporativa. Em vez de questionar certas incongruências do noticiário cultural, tão afeito a lobbies e mistificações, esses comentaristas não apenas engolem suas besteiras mas, pior, ecoam-nas como se tivessem nascido de espírito investigativo desapegado e imparcial.
Em segundo lugar porque existe uma campanha midiática para derrubar a ministra Ana de Hollanda. E não é razoável supor que certa intelectualidade de esquerda, tão sagaz em identificar e denunciar seus inimigos, desconheça os interesses aos quais se alinha nesse tipo chinfrim de polêmica.
Não se trata, portanto, de uma discussão sobre a Lei Rouanet (que, aliás, precisa ser redimensionada urgentemente), mas de uma disputa política do pior tipo: aquele que usa bodes expiatórios para dissimular suas verdadeiras motivações.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com/
MERDA, POESIA!
by Ramiro Conceição
Até onde compreendi, a cantora baiana está autorizada somente a batalhar no mercado recursos que, se obtidos, fomentarão concretamente, durante um ano, vídeos diários sobre poesia (não estou a par do conteúdo proposto para tais vídeos), mas acredito que, por toda a obra artística de Bethânia, tal iniciativa não tenha qualquer característica de amadorismo.
Até onde compreendi também, as empresas que endossarem livremente tal projeto terão a sua marca associada ao empreendimento cultural bem como um incentivo fiscal, um desconto, em seu imposto de renda.
Até onde compreendi também, tudo se dará sob a total transparência da lei. Até o momento, não percebi, em tudo que li, qualquer falcatrua porventura escondida na decisão do MinC.
Bem, se não há nada ilegal, então resta analisar se houve, ou há, alguma falta ética no acontecido, ou seja, qual a falta ética de Bethânia ou do MinC no episódio em questão?
Até onde compreendo, haveria uma falta ética se, e somente se, algum outro projeto de caráter semelhante não tivesse sido autorizado antes ou tivesse sido indeferido por favorecimento claro ao aprovado agora pelo MinC. E, por outro lado, se Bethânia tivesse claramente se utilizado de tráfico de influência em detrimento de outro projeto superior ao seu.
Vive-se no Brasil um regime democrático, portanto, que os injustiçados apareçam, se pronunciem competentemente!
Mas, por favor, não me venham com argumentos do tipo: “Ah, Bethânia é rica” ou “Ah, 50.000 por mês, que absurdo!” ou “Ah, eu faria o mesmo ‘di gratis’” ou “Filha da puta da Bethânia” ou “Tal grana poderia ser destinada à educação”.
Não, o buraco é muito, muito, mais em baixo e, minhas senhoras e senhores, não se trata aqui de nenhuma baixeza.
Minhas companheiras e companheiros de história, gostaria de lembrá-los de um fato. Amyr Klink, quando do seu projeto de hibernação na Antártica, a duras penas, conseguiu o patrocínio à construção de seu barco por meio da “AÇOS VILLARES”, à época importantíssima empresa brasileira do setor SIDERÚGICO, isto é, da metalurgia do FERRO!!!!. Detalhe, importantíssimo, seu barco foi construído totalmente em ALUMÍNIO!!!!!!
Por que a AÇOS VILLARES não poderia ter obtido qualquer benefício fiscal – como não obteve!!!! – ao financiar tal empreendimento histórico?! Com terrível angústia, Amyr descreve em seu livro de relatos que, sem a VILLARES, seu projeto não teria existido. Outro detalhe: Amyr fora o único ser humano a atravessar a remo o Atlântico Sul.
Diante disso, brota em mim, infelizmente, a seguinte constatação histórica:
o padecer crônico do Brasil não se constitui essencialmente de seus milhões de miseráveis, mas, ao contrário, de sua maligna, insignificante elite miserável!
Diante disso, só posso clamar à Maria Bethânia:
MERDA, POESIA!
(À merda, hipocrisia)!
Eu ficaria muito feliz se recebesse R$ 13 mil (CEM vezes menos que a Maria Bethânia) por ano para postar diariamente no Cão…