Sugestões para os clássicos dela?

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— Pai, quem é o responsável pela minha educação?

— Acho que eu sou o responsável. Tu tem 16 anos e mora comigo. Mas, pera aí, como a guarda é compartilhada, acho que a tua mãe está junto nessa.

— Tu é quem me enche o saco para estudar, essas coisas. Então é tu o responsável.

— Tá bom, sou, quero ser. E daí?

— É que eu quero saber aquilo que tu sabe e a gente poderia começar pelo cinema.

— Como?

— Tu me mostraria todos os melhores filmes, os clássicos. Aquilo que a gente não pode parar em pé sem conhecer.

E assim, há três semanas, começamos nosso Projeto Clássicos aqui em casa. Um filme canônico por semana. Iniciamos por Cidadão Kane, de Orson Welles; depois veio A Bela da Tarde, de Luis Buñuel, e, aproveitando que estava em cartaz nos cinemas aqui de Porto Alegre, Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola. Estou gostando muitode fazer esta revisão cinematográfica. Não reclamo nem um pouco, pois é uma grande chance de rever filmes queridos (ou detestados, também — afinal, haverá Pasolini).

Kane fez enorme sucesso junto a minha filha. Ela gostou de Um dia e A Bela, apesar de ela ter adorado o filme, causou-lhe grande surpresa, simplesmente porque o filme não era 100% compreensível e ela está acostumada a ver motivos para tudo. Afinal, o cinema moderno, negando a própria vida, adora explicar. Por exemplo, a caixinha do chinês de A Bela, da qual saía aquele barulho de mosca…

— Pai, o que é aquilo? E o que são aquelas cenas meio malucas que interrompem a narrativa a qualquer momento? Algumas parecem sonho ou imaginação, outras não.

Como é que eu explico que a gente não precisa entender tudo? Falo sobre o surrealismo de Buñuel? Ou deixo rolar?

Bem, meu sete leitores: vocês têm sugestões para os próximos filmes? Estava pensando em voltar ao cinema americano dos anos 50 ou ir para um clássico político. Bergman, o ataque à Tarkovsky ou à nouvelle vague eu deixaria para depois. Mas alguns de vocês terão excelentes sugestões, sei disso. Ah, não esquecer de meu amado Altman.

Voltando ao Buñuel…

Todos nos bastidores sabiam que Séverine era apenas uma personagem de A Bela da Tarde. Entretanto, quando o roteiro pediu que fosse jogado excremento nela, ninguém quis fazê-lo, e Buñuel teve que assumir a tarefa. Todos sabiam que se tratava de iogurte de chocolate, mas a atriz vestida com aquela personagem era Catherine Deneuve.

KROHN, Bill; DUNCAN, Paul (ed.) Luis Buñuel. Filmografia Completa. Köln: Taschen, 2005. P. 152.

Engraçado, eu também fiquei pensando: “Porra, estão jogando cocô na Catherine Deneuve, a mulher que estreou o Porque Hoje é Sábado”!!!

As cenas paralelas à narrativa: um pouco de excremento para Deneuve em A Bela da Tarde
OK, digam-me JÁ o que tem na caixinha?

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59 comments / Add your comment below

      1. Absolutamente necessário. Aliás, Billy Wider tem contribuições importantíssimas em todos os gêneros. Nem vou falar de “Quanto mais quente melhor”, que foi eleita a melhor comédia do século, mas eu acho o estranho “Irma La Douce” também imperdível. E, por favor, não há educação cinematográfica sem “Testemunha de Acusação”, com a tua deusa Marlene.
        Western vale? Minha sugestão é “Rastros de Ódio”. John Ford e John Wayne no auge da forma. A última cena é uma aula de cinema e psicologia dos personagens.

    1. Quase peguei Jules e Jim em vez do Buñuel. Será um dos próximos. A Morte em Venaza deixarei para depois, ela vai achar que quero ouvir Mahler…

    1. Não, nada disso. A trilogia do Coppola já está programada. Ela viu só o terceiro filme.

      Star Wars e Star Trek… Bom, eu não gosto.

      E. AGORA VOU SURPREENDER, o melhor filme de Coppola chama-se “A Conversação”. Pegue o DVD, veja, e confira.

      1. Amo Poderoso Chefão, é filme de cabeceira…eu não sou chique nada, voltei pra sugerir Rastros de Ódio, Matar ou Morrer e O Homem que Matou o Facínora.

        Ah, mais recente: O Franco Atirador, a cena da sinuca é impagável.

  1. Clássicos?
    Amarcord
    Morangos silvestres
    Kaos
    Andrei Roublev (Sacrifício poderia matar a menina!)
    Sonhos
    2001
    Laranja mecânica
    Bom dia, Babilônia
    Henrique V de Lawrence Olivier
    Roma de Fellini
    Satyricon de Fellini

    Os intocáveis

    1. Opa, não vi Henrique V…

      Laranja mecânica talvez tenha sido o motivo de ela ter pedido essa coisa de clássicos. Ela ama tudo o que é de Kubrick. Tem bom gosto.

  2. Peço licença para mudar ligeiramente de assunto. 🙂

    Pergunta: ela tem a mesma curiosidade pelos clássicos da música que pelos clássicos do cinema?

    É porque já me cansei de ver o pessoal movendo mundos para assistir a clássicos, ler clássicos, apreciar clássicos… e esforço zero para *ouvir* clássicos.

    Parece que, de duas uma: a música é algo mais íntimo, mais intrusivo, mais difícil de admitir; ou a diferença entre as linguagens “clássicas” e “pop” de artes como cinema ou literatura não é tão chocante a ponto de inviabilizar a entrada.

    Taí um assunto que me fascina: por que tanta gente toma de barato que música não faz parte dessa “educação global” a que aspiram?

    1. Bem, eu acho a tua questão de fundamental importância e até me proponho a pensar e escrever sobre ela. Mas não cabe à Bárbara.

      Ela ouve música clássica o dia inteiro. Não que goste, ouve porque eu ouço.

    2. Excelente insight, Adriano. Vou ficar tb encucado com tua pergunta.

      Milton, da safra pós-60s, pensei em Taxi Driver, Annie Hall, The Graduate, Blow Up. Além dos Kubricks e Bergmans que vc tem na estante 🙂 Mais antigos, pensei em Janela Indiscreta, Sindicato de Ladrões, A Malvada… E Casablanca é sempre divertido.

      Tem um livro recente que é meio assim, não? Educação via cinema, ou algo parecido. Gostei, boa sorte na empreitada!

  3. …mas me fez perceber a responsabilide de se saber quais filmes passar para a formação de uma filha adolescente. Se ela viu Laranja Mecânica, mostra que se pode transitar mais livremente pelo campo da interpretação sexual.

    Colocaria aí o Amarcord e O Leopardo.

  4. Eu sugiro O Grande Momento, de Roberto Santos, e Non, a Vã Glória de Mandar, do Manoel de Oliveira, além d’Os Companheiros, de Mario Monicelli, A Viagem do Capitão Tornado, de Ettore Scola, Tess, de Roman Polanski, e Nada É Sagrado, de William A. Wellman, entre muitos outros – alguns devem ter sido citados, com certeza.

  5. Milton, sua história é uma daquelas arquetípicas, a jornada que iniciada pela jovem para ganhar alguma habilidade necessária para sua formação e você encarna o ‘velho’, o ‘sábio’, o ‘eremita’, capaz de guiar nos meandros da vida os menos experientes.

    Um palpite sobre algo que me é caro, não a deixe pensar que cinema é apenas o ocidente que sabe fazer. Mostre a ela as belezas do cinema japonês, sul-coreano, chinês – diria outros, mas esses três são os que mais gosto.

    Para começar mostre “Ugetsu Monogatari”. Puta filme irado!

  6. Gostei muito do texto e também da situação que ele conta.
    Eu estava escrevendo aqui uma longa lista de sugestões, mas não quero ser chato e me limito a duas: primeiro, acho que vale ir às origens do cinema: os curtas do Méliès são divertidos e servem para pensar nisso (em como o cinema surgiu e pra que), e por fim, o mais importante: A Estrada, do Fellini. Dispensa comentários.

  7. Minha sugestão de clássicos gira mais em torno dos 60/70s aos 80s, embora apareçam alguns dos 50s e talvez até dos 90s. Vou deixar de fora vários diretores italianos e franceses e o Bergman, obviamente, pois eles já estão na sua lista. Não estão em ordem, coloco em função do que me vem à cabeça agora:

    – “Cría Cuervos” e “Ana e os Lobos”, do Saura;
    – “O Tambor”, do Volker Schlöndorff;
    – alguns Kurosawa mais antigos (ou menos novos) como “Ralé”, “Dodeskaden”, “Dersu Uzala” (o Yasujiro Ozu deixaria pra depois, numa segunda fase);
    – do Wajda, “Danton – O processo da revolução”, mais acessível do que “Sem Anestesia” ou “O Homem de Mármore” e “O Homem de Ferro”;
    – “A comilança”, do Ferreri;
    – “Fitzcarraldo”, do Herzog (dele há outros melhores, mas começar por esse facilita);
    – “Novecento”, um menos badalado do Bertolucci
    – “O Casamento de Maria Braun”, meu primeiro filme do Reiner Fassbinder
    – “O Espírito da Colmeia”, um clássico do Víctor Erice, estreia da menina Ana Torrent, que explodiria em “Cría Cuervos”
    – “A batalha de Argel”, do Pontecorvo;
    – Um grego, “Paisagem na Neblina”, do Theo Angelopoulos
    – Do também grego Costa-Gavras, os mais antigos: “Z” e “Estado de Sítio”;
    – “Johnny vai à Guerra”, do Trumbo;
    – “O sopro no coração” e “Adeus, meninos”, de fases diferentes do Louis Malle;
    – “O inquilino” e “Repulsa ao sexo”, do Polanski;
    – “Vícios privados, virtudes públicas”, do Miklós Jancsó;
    – “Uma Mulher Sob influência”, do Cassavetes;
    – “Bob e Carol & Ted e Alice”, do Paul Mazursky;
    – “M*A*S*H”, do Altman;
    – “Era uma vez na América”. do Leone, meu filme de gângster predileto

    Vou parar por aqui, porque a memória está trazendo mais e mais filmes e se continuar assim nunca vou poder clicar no botão “enviar”…

    1. Muito boa lista a lista, Ricardo. Várias boas lembranças, como Maria Braun e o Victor Erice. Adoro El Espiritu de la Colmena.

  8. Olha, eu colocaria aí:
    “Blow Up”, de Antonioni;
    “Psicose” e “Vertigo” (IMPORTANTÍSSIMOS), do Hitchcock;
    “O Homem que virou suco”, de João Baptista de Andrade;
    “Blade Runner”, de Ridley Scott;
    “Fahrenheit 451”, do Truffaut (ótimo filme de introdução ao Truffaut);
    “Annie Hall” e “Hannah e suas irmãs”, de Woody Allen;
    “Chinatown”, do Polanski;
    “Um Estranho no Ninho” e “Amadeus”, de Milos Forman;
    “Os Bons Companheiros” e “Taxi Driver”, do Scorsese;
    “Cães de Aluguel”, do Tarantino;
    “Crepúsculo dos Deuses” e “Quanto mais quente melhor”, do Billy Wilder;
    “O Grande Ditador” e “Tempos Modernos”, do Chaplin;
    “A Trilogia das Cores”, do Kieslowski;
    “8¹/²”, do Fellini e, por último:
    “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, do saudoso Glauber Rocha.

    Devo ter esquecido muita coisa, mas acho que a maioria dos principais estão aí.

    1. Vicente, tua lista é a mais agradável… parabéns por ter colocado filmes brasileiros. Eu colocaria O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, premiado com Palma de Ouro em Canes; Rio 40 graus, de Nelsomn Pereira dos Santos; Cabra marcado para morrer, que Eduardo Coutinho começou nos anos 60, foi censurado e só acabou nos anos 80.

  9. Caro Milton,

    aqui vão algumas dicas

    A Trilogia da Terra do Glauber (Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e o Dragao da Maldade contra o Santo Guerreiro)
    O Desafio, do Sarraceni
    Jardins de Guerra, do Neville de Almeida
    (Esses dois podem ser vistos em uma sequencia com Terra em Transe do Glauber, para uma discussão sobre as alegorias do golpe de 64)
    Limite, do Mario Peixoto junto com O Atalante, do Vigo (influencias e confluências da vanguarda anos 30)
    Vidas Secas e Memorias do Carcere, do Nelson junto com Sao Bernardo. do Hirzman (discussão sobre adaptação livro-filme, acho que ela já deve ter lido Graciliano)

    Por enquanto…

    Um abraco

    Gustavo Lisboa
    Belo Horizonte – MG

  10. Com alguns a mais que tua filha eu fui iniciado por meu pai no cinema de Hitchcock, um intensivo. Foi bacana, está longe de ser um dos meus favoritos, mas é um cinema impecável e precisa ser lembrado, como o fez o Vicente ali em cima. Um Corpo que Cai? Psicose? Os Pássaros?

    Bem, é claro que se ela ainda não viu Tempos Modernos, já é hora.

    Mas se a guria já gosta do Kubrick, logo logo ela é quem vai te indicar os filmes imperdíveis.

  11. Acabei de postar no Carpinejar; aqui, com uma pequeníssima mundança (Ah, quem é a deusa da literatura, que me deixa quase louco?…)

    SOBRE O SOBE-DESCE
    by Ramiro Conceição

    Tudo sobe, desce, sobe, desce… Às vezes, por um longo período, sobe-se fácil. Em outras, se desce terivelmente… Contudo, não ter medo, pois tudo sobe e desce. Com amor ou amizade é sempre sadio – o tal do sobe-desce. Por dinheiro, pela solidão, por qualquer um – é melhor não tê-lo; nestas condições, sinceramente, não fazê-lo, pois assim errar-se-á menos… Não temer a solidão, por maior que seja, porque ela ensinará, se for amada, como será melhor quando sê-lo; não se envergonhar ou se desprezar por tê-lo que o fazer às vezes, ou muitas vezes, com as próprias mãos: nunca se envergonhar das mãos!: antes ensinar-se, descobrir-se, preparar-se, mantendo-as limpas com carícias terrestres e estelares para aqueles que, com meigos risos inocentes, se aproximarão para brincar novamente, com fé, com a dádiva que é viver com o amor… esse sobe-desce.

  12. Muitos do que eu ia sugerir já estão aí. Mas recomendaria “Tetro”, do Coppola.

    “Peraí, esse filme saiu agora.”

    É, eu sei, mas achei-o suficientemente fodástico para classificá-lo como clássico instantâneo. Ademais, se não me engano, o Coppola estava com o roteiro na gaveta há décadas.

    Bom, além disso, recomendo uma “submostra” dentro do seu roteiro: mostrar os filmes “originais” que foram apagados pelos remakes, (Perfume de Mulher, Thomas Crown, o próprio Sunset Boulevard, O Conde de Monte Cristo, A Importância de ser Honesto, O Dia do Chacal, A Pequena Loja de Horrores) junto com as respectivas novas montagens. Tem gente que nem sabe que, por exemplo, a Pequena Loja de Horrores é um remake (excepcionalmente bom) de um filme lá dos anos 50 (em que Jack Nicholson, então com 20 aninhos, faz uma ponta como o paciente masoquista). Assim, você deixa sua filha descobrir por conta própria o lixo que são. 😀

    Tá, brincadeiras à parte, acho que serviria muito bem para mostrar a diferença de linguagens e até mesmo de valores do cinema. Por exemplo, achei O Dia do Chacal muito, muuuuuito mais tenso do que o remake, e tem muuuuuuito menos sangue. Foca bem mais na esperteza do personagem do que no uso de um arsenal sanguinolento.

    Ah, e Vicente: Excelente lembrança dO Homem que Virou Suco!!! Sensacional!

  13. Rashomon, Por uns dólares a mais (Clint é demais, mas Lee Van Cleef é que é O cara), Guerra do Fogo, Réquiem para um sonho (para deprimir) e Cantando na Chuva (para ter alguma esperança), Chinatown e/ou O Falcão Maltês.

  14. não posso indicar clássicos, mas se ela querer uma trégua entre um e outro sugiro os contemporâneos O QUE FAZER EM CASO DE INCÊNDIO? e O CORTE, do Costa-Gravas.

  15. Filme clássico B também vale? “Eles vivem”, do John Carpenter.

    Alguém aí falou de originais X cópias, então… A Pantera Cor de Rosa, do Edwards.

    …O Grande Ditador, do Chaplin.

  16. Eu fiquei mais impressionada com a pergunta e as possíveis respostas: Quem é responsável? Eu… ou tua mãe…. Bem, eu descobri que seria muito simples se fosse assim. Dividir em dois. Porém, o mundo me mostrou que a responsabilidade se divide em um número muito maior. A começar pelos produtores de cinema, aqui, no caso, música, escola, mundo, internet, namorados e namoradas. Todos são responsáveis. Que perigo!

  17. A lista é infindável! A minha sugestão é que, após ocuparem o lugar de espectador, abras a porta para ela ser a protagonista do melhor filme de todos: A Vida Dela, que com certeza será um clássico com outro ritmo – provavelmente diferente de nossa miopia.

  18. Tem tantos que nem sei o que sugeriram.
    Vou citar alguns que eu mesmo não considero dos maiores pois estes já tens no rol, mas vale a pena .
    Intolerância, a do Griffith, claro. Este filme mudo mostra o que é o cinema por dentro, semm mostra-lo. è pura arte de montagem e dá prá ver que a imagem pode prescindir da fala (tá é exagero, senão não haveria aquelas legendinhas ou sei lá o nome). O racista O nascimento de uma Nação é bem feito, mas deve-se ver com espírito bem crítico. prefiro o primeiro, que não é canalha.
    Crepúsculo dos Deuses (Sunset bolevard) alguém deve ter falado, bem como A noite Americana, este não pode faltar.
    Dois italianos bem diferentes sobre a II guerra:O jardim dos Finzi-Contini (não sei se é assim que se escreve), que pra mim enfoca o lance de família e Roma, Cidade Aberta (este pra mim é genial).
    Eu mostrei pra minhas filhas alguns filmes da Atlandida (chancadas, mas não porno) e algumas séries do Vigilante Rodoviário e coisas assim. Isto nos dá uma idéia de como era a duiversão comum naquela época, mesmo que não sejam bons.

  19. Pois é, a definição de clássico me parece que não é unânime, então me arrisco a alguns palpites.
    Se o tema for política, tudo do Costa Gavras e também recomendo dois argentinos (vale?): “Un Buda” e “Um Lugar no Mundo”. Não lmbro os diretores, mas foram filmes que nunca esqueci.

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