Primeiro foi Christopher Hitchens, depois Cesária Évora, Sérgio Britto, o Santos, Joãosinho Trinta, Václav Havel e agora Kim Jong-il. É muita morte.
Ia escrever sobre o Santos, o futebol brasileiro e o Barcelona. Mas o Juca Kfouri e o Tostão disseram tudo o que eu diria. Até o Mano Menezes disse. O futebol brasileiro e sul-americano pararam no tempo. Culpa de dirigentes e treinadores, certamente. O Barcelona escolheu uma direção e foi. Isso vem desde Rinus Michels, passando por vários holandeses como Cruyff, Louis van Gaal, Frank Rijkaard, além de jogadores daquele país que foram moldando um esquema de jogo sob os olhos indiferentes de quase todos. Hoje, o catalão Guardiola faz milagres. Merito seu e dos que vieram antes. Nada de chutões, nada de explorar muito as bolas paradas, nada de “esperar o adversário”. A obsessão é ter a bola — parece que sem ela o adversário fica sem ação — e, quando esta é perdida, a busca da recuperação ocorre em qualquer lugar do campo, sem a maldita recomposição defensiva. O time joga junto com os jogadores próximos uns dos outros.
Uma vez, ouvi o Andrade, que não é nada trouxa, dizer a respeito do Barcelona: “Quando você não tem a bola, o cansaço é duplo”. Pois o Barça fica com ela 70% do tempo, esgotando a paciência e o físico do adversário. É claro que há o dinheiro e as contratações, mas há muito, muito além disso.
Para fazermosalgo semelhante no Brasil, há que ter uma direções com políticas claras e grande estabilidade de treinadores e comissão técnica. Sem isso, podemos esquecer.
O resultado todos viram, não preciso falar a respeito. Aprenderemos?
Adicione aí alguns egos inflados pela nossa mídia global e teremos um time mediano que pensa que é o Manchester United a enfrentar o Barcelona…
Faltou humildade ao Santos.
Estamos diante de um fenômeno, o melhor time de todos os tempos.
Me surpreendeu a morte de Kim Jong-il. Pensei que ele fosse imortal. Mais uma ilusão perdida…
Ele é imortal no coração dos norte-coreanos…
Como Enver Hoxha para os albaneses?
Um exemplo da grandeza norte-coreana em:
http://institutofuturista.blogspot.com/2008/02/o-edifcio-mais-feio-do-mundo.html
Lindo!
Obtuário antecipado do Neymar, do futebol supervalorizado do Muricy Ramalho, da ingenuity do futebol brasileiro?
Obituário.
Com certeza, lindão. Parece inspirado na Babel de Metropolis.
Acho que o Juca também falou isso, mas a sensação é que o Barcelona estava jogando Futsal; a bola fica rolando de pé em pé, até que se consegue uma penetração na área ou um arremate a média distância.
A Coreia do Norte é uma monarquia?
Depois da arquitetura norte-coreana, efetivamente, os faraós sobreviveram à história…
Temos também um exemplo típico em Brasília: a pirâmide de Paiva Netto II, o exegeta-mor do apocalípse do bolso dos otários…
Mas nada é perfeito: o goleiro do Barça, é muito ruim.
Quando sai do gol, lembra o Clemer.
Talvez sua ruindade seja causada pelo ócio, afinal de contas deve ser um saco não poder, lá de longe, enxergar o que acontece do outro lado…
1- Fernando, pior que o goleiro do Barça, só o reserva. Aliás, além de ruim, o indivíduo se chama Pinto. Muito apropriado para um goleiro…
2- Morreu também a vida política do Serra.
Pois aqui na Catalunya a vitória do Barça foi amplamente festejada,e nas ruas ainda é assunto, ontem em Barcelona estava a maior festa pelas Ramblas de Sant Josep.Visca el Barça!!!
Até agora estou a matutar aqui comigo: o marasmo do time do Santos foi devido ao futebol absolutamente envolvente do Barça, que o deixou sem ação, ou foi falta de espírito de luta e de vontade de jogar, como muitos estão reclamando? Acho que foi falta de vontade de jogar, devido ao que estavam vendo em campo. Perderam a vontade.
Não entendi, até agora, o “alvoroço” e prontidão dos vizinhos da Coréia do Norte, depois da morte do “chefão” Kim. Seria devido ao seu sucessor, o filho predileto? Se sim, pode-se dizer que “nada está tão ruim que não se possa piorar”. Ou então é uma demonstração de que a lição passada à prole foi tão bem aprendida que o temor, agora, é ainda maior. E aí me lembro do genial Belchior e dos dizeres de sua música “Como Nossos Pais”.