A pianista, arranjadora, compositora, big band leader e genial Carla Bley (1936) diverte-se com o marido, o não menos e baixista Steve Swallow (1940). Prestem atenção à letra engraçadíssima. Presente enviado pelo twitter por Maurício Machado (@Mr_Machado). Espetáculo gravado em 2005.
E ora, ora meus amigos, aqui está uma daquelas montagens que alguém faz no YouTube, só que esta respeita o ateísmo e anticlericalismo de Bley. Ocorre que um dos concertos mais memoráveis de sua Big Band foi no Festival de Jazz da Umbria. Quando soube que teria de tocar numa igreja, Carla enlouqueceu. Compôs uma série de novos temas para fazer uso da acústica do local, que já conhecia. O resultado foi o habitual.
http://youtu.be/F9EXwR5XZX8
E aqui, a mesma música, Setting Calvin’s Waltz, só que em registro ao vivo, em Berlim, 1995.
http://youtu.be/ruCAzT1rUeQ
E já que é domingo, mais uma: Who Will Rescue You?
http://youtu.be/ntZ01QaKfUA
milton, procure pelo cd de carla &steve chamado “Go Together”, só duetos, e uma beleza!!!
Milton,
nunca falei aqui sobre a terra capixaba, onde vivo faz quase 6 anos. Então, por favor, é quase carnaval (aqui já é carnaval)…
AZUL, BRANCO E COR-DE-ROSA
by Ramiro Conceição
O brasileiro terceiro-mundo do sudeste é tricolor: azul, branco e cor-de-rosa que “Tabalha e Confia” faz séculos!
O Espírito Santo não existe. É Minas, São Paulo, Rio…. e Bahia. O domingo de carnaval capixaba acontece uma semana antes do calendário, mas o protesto estudantil acontece sempre depois do acontecido no primeiro mundo paulista ou, com malandragem, depois do balanço na Zona Sul carioca.
É bom lembrar que o primeiro mundo que existia aqui, na baia de Camburi, foi estraçalhado pela tucana quadrilha paulistana, faz quase duas décadas!: a Vale, que dava lucro!, foi aniquilada por uma farândula de privatas depravados que, hoje, biliardários, tentam voltar à Brasília.
É bom lembrar que o futebol capixaba não existe, é o futebol americano campeão brasileiro! É bom lembrar que o jornalismo capixaba é uma gargalhada de mau gosto: caquéticos-herdeiros-analfabetos têm ainda espaço nas diárias páginas sob os pés do Mestre Álvaro. É um puxa-saquismo que beira ao mais mórbido do mórbido sadomasoquismo. É um jornalismo para crentes, de todos os matizes, mas não para críticos.
É bom lembrar que a academia capixaba é anacrônica, está repleta de bípedes criados nos calabouços da ditadura: por exemplo, a dita-cuja não consegue identificar, faz anos, o pó que contamina a baia de Vitória: só dando gargalhadas (o trabalho científico necessário para dirimir tal dúvida é efetivamente de, no máximo!, um mês). Mas já se passaram anos e anos e até agora, nada! Concluirão, certamente, que o pó preto que contamina as praias de Vitória, de Vila-Velha e das redondezas é um milagre do santo espírito das propinas milionárias.
E a politicalha e o judiciário capixaba? Ora, resumem-se numa única interjeição: cadeia, neles!
Queres entender efetivamente o Espírito Santo? É fácil. Percorra, tranquilamente, num domingo ensolarado, a Ilha do Frade, a Ilha do Boi e todo o litoral capixaba e procure os acessos ao mar que, pela Constituição Brasileira, deveriam pertencer ao Estado, ou melhor dizendo, ao Povo brasileiro.
Está explicado, ou se precisa ser mais didático?
PS: lamentavelmente, esqueci no texto que aqui é terra de Rubem Braga, Roberto (antes do pastiche) e Nara Leão.
Milton, tá no Face que hoje é o dia do orgulho ateu.
errata: não é “queres” (estava muito perto de tu, gaúcho, dono desse blog), o correto, o que queria dizer, no fundo, é “quer”.
Genial, genial! De acordo! Que beleza!
MESTRE ÁLVARO
by Ramiro Conceição
Sobre o Mestre Álvaro de Vitória,
sem glória, feito uma nuvem fria,
uma senhora estranha se acomoda
com seu vestido chumbo da moda.
Ao mangue, então clamo com medo:
“Quem é aquela senhora que namora
com o monte mais bonito de Vitória?”
E os lamacentos caranguejos e siris
junto aos camburis, de pronto, respondem-me:
“Aquela não é daqui; e nem ama os bem-te-vis.”
Então, junto ao mar, grito à Iemanjá:
“Quem é aquela que se mostra
ao monte mais faceiro de Vitória?”
E todas as musas abissais
junto às garças magistrais,
prontamente, respondem-me:
“Aquela senhora – não é daqui.”
Na fonte de um tormento,
reclamo na terceira ponte
à Senhora do convento:
“Quem é aquela que mora
no monte altivo de Vitória?”
E a Senhora daquela História,
prontamente, me responde:
“Aquela, outra, não é daqui.”
Então pergunto a Oxalá:
“Quem é ela, que agora aqui está?”
E, das distâncias distantes do Orun
de Olorun…, Alguém me responde:
“Ela é o avesso da continuidade da vida.
Aquela senhora – é a violência maldita!”
Na Grande Vitória, o pó da CST/Vale não é o que mais me “aperreia”: perto, por exemplo, da “garoa” paulistana é fichinha; da “nuvem de fumaça” de Contagem (MG), é incenso. “Qualquer coisa”, dou um mergulho nas águas da Praia da Costa, que tem andado cristalinas e sem poluição.
O que me “aperreia” mesmo é “aquela senhora – a violência maldita”, calcada na impunidade latente: primeiro lugar nacional em assassinato de mulheres; segundo, em assassinato de jovens até 25 anos. Isso, sim, é uma “aperreação” só!
Aqui, tem sido bom prá se treinar a boa convivência, a tolerância das diferenças, sem abdicação da cidadania (Isso, não!), mas sabendo exercê-la com maior equilíbrio, porque, senão ……!
Milton:
A Carla Bley é mesmo genial! Ela e o Steve Swallow são, além de grandes músicos, duas pessoas maravilhosas, gente finíssima! Viva a música deles!
Abraço.
Caro, Armando, que bom tê-lo aqui. Por favor, procura-me… Sou professor do Ifes, do campus de Vitória, da Coordenadoria do Propemm, Programa de Pós-graduação em Metalurgia e Materiais, em Jucutuquara.