Post publicado em 18 de abril de 2009 e revisado agora. As fotos tinham sumido na passagem do blog.
Compreensivelmente, ela foi um dos mitos da geração anterior à minha.
E fez setenta anos na última quarta-feira. Filha de sicilianos, nasceu em Túnis com o nome de Claude Josephine Rose Cardinale.
Artisticamente, teve muito mais sorte que todas as outras belas atrizes italianas.
Pois participou de grandíssimos filmes: fez O Leopardo, Rocco e seus Irmãos e Vagas Estrelas da Ursa Maior, todos de Visconti; …
… fez 8½, de Fellini; Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone; foi a viúva de La Storia, de Luigi Comencini; e fez até o curioso (e excelente) Fitzcarraldo de Herzog.
Era excelente atriz e, simpaticamente, é uma mulher de esquerda envolvida com algumas importantes causas, como a dos homossexuais.
Deve ser ateia, claro. E deve detestar Berlusca, óbvio.
Conheci-a muitos anos atrás em O Leopardo. Nossa!
(Nem imagino quem é a figura acima que mereceu a análise muscular de la Cardinale).
Entendi o que dizia meu pai sobre a Cardinale, sempre citada com olhar sonhador.
Ah, o sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas, eu vou…
E, repito, gosto das mulheres que deixam-se envelhecer sem se esconder.
Demonstram o respeito que têm consigo. O que é raro entre as muito belas.
Como esquecê-la, por exemplo, em “O belo Antônio”? Ou em “Vagas estrelas da Ursa”? Jamais…
A Cardinale faz parte indelével de minha iconografia da adolescência. Boa lembrança!
Meu pai nunca confessou, mas tenho a sensação de que meu nome se deve a ela… hehehehehe…
Como o Moacy, e o Claudio ela faz parte da minha memória iconográfica juvenil.
Milton, porque hoje é sábado você lembra de mim. Cá, porque sou fã de carteirinha desses seus posts, lá, para saber se continuo vivo….hahaha!
Bom Domingo e feriado amanhã!
Forte abraço,
~C;-S
Porque hoje é sábado à Cardinale
mas principalmente aos 4 cardiais,
então…
GARGALHADA
by Ramiro Conceição
A gargalhada é o estampido,
o tiro d’alma a matar o tédio
da bípede súplica a Deus
– pra privatizar as graças,
socializando as desgraças.
TRÊS ANOS
by Ramiro Conceição
Quando o meu filho me leva,
me levanta em seus ombros
de três anos, creio em Deus.
Isso: “…socializando as desgraças.”
Grato, FM. Esse “isso” que você ressaltou é aquele famoso “ópio” que Marx já alertara, ou seja, a coisificação de tudo ou numa única palavra: alienação!
Sim, ela soube envelhecer com dignidade e aparece raramente, ao contrário da Loren. Mas a lembrança dela jovem é ainda muito presente. Bela revisão.
🙂
A atriz, linda. O texto, como sempre, ótimo. Um único senão: Fitzcarraldo é bem mais que um filme curioso.
Ok, concordo. Mancada minha.
Sul, Norte, Oeste, Leste, Claudia.
Eu vou. Por que não?
No século XXI vivemos o século XX
Por inteiro.
Tudo virou documento, tudo
Virou história.
O encanto propiciado pela beleza
É peça de museu
O próprio encanto, entende, é sentimento
Datado
A própria data, entende, é evento digno
De um Pelé
E o corpo é uma sutil lembrança de uma
Deusa Cardinale
Por que não?, me pergunta o amigo virtual
Ao que respondo:
Eu vou.