O PHES tem se caracterizado cada vez mais
pela ignorância do autor a respeito de suas retratadas.
Isto não chega a ser tão ruim
se eu refletir que elas nunca saberão nada a meu respeito.
Nunca saberão nada da flor de pessoa que sou
nunca saberão que, na verdade e no fundo, precisam de mim.
Imaginem a tristeza de Adriana Lima:
modelo linda, baiana e talentosa, ganhando oito milhões de dólares ao ano,
sem saber em quem investir, sem nunca ter a oportunidade
de exercer uma mecenato inteligente e produtivo!
É claro que todas as realizações viriam, ao fim e ao cabo,
em meu benefício, mas também, e principalmente, no da coletividade.
Pois uma pessoa tão linda e endinheirada
deveria comprar quadros,
apoiar artistas — desculpem por mentir: não eu, não eu —
e instituições que tornassem a vida
menos… menos… menos… JECA, por assim dizer.
Mas o que sei eu de Adriana?
Talvez seja uma injustiça tomá-la por uma neo representante de nossa elite,
como a formada pelos filhos de vendedores de carros usados na Assis Brasil,
formada em maus colégios particulares (todos os são),
incapaz de gastar seu dinheiro em nada que não seja para si,
deslumbradas a própria vaidade e com tudo o que é temporal e perecível.
Eu sei algo sobre ela: é modelo de lingerie. Da Victoria Secret.
Belas fotos, e bela moça, com certeza. Recentemente foi mãe, segundo a imprensa. Ah, foi namorada do Lenny Kravitz (???)
Vamos dar uma mão pra ela, merece!
“Mas o que sei eu de Adriana?”
Eu só sei que tenho um espaço perfeito em casa para essa Abaporu.