A situação perde, a oposição não vence, abaixo os sócios e viva o Conselho!

Compartilhe este texto:

Minha leitura da eleição do Conselho do Inter é bem simples. A situação perdeu muitas cadeiras, a maior parte delas para uma oposição de mentirinha — a de Píffero, Lopes e de uma série de pessoas que ainda anteontem estavam ligadas à situação — e a verdadeira oposição teve um modesto incremento, passando de 32 a 48 cadeiras da metade renovada do Conselho. Vocês dirão que 50% não é um “modesto incremento”, mas, se considerarmos o ganho de cadeiras da chapa de Píffero, a Convergência perdeu uma grande oportunidade.

Píffero e seus aliados fizeram uma campanha inteligente e oportunista. Em política não é feio ser oportunista. Sem biografia ou algo em comum que unisse aquela salada de frutas de todas as estações, chamaram sua de chapa de “Diretas Sempre”, em clara referência a um escandaloso fato recém ocorrido: a negativa do Conselho em dar um segundo turno aos sócios, ou, sendo mais claro, a absurda reeleição de um presidente derrotado em campo, sem ser referendado pelos sócios.

Muitos sócios ficaram indignados com a eleição e votaram simplesmente em “diretas sempre”. Já o grupo da Convergência — ao qual pertenço — teve pudor para se utilizar desta estratégia, mas, como já dizia José Dirceu e Raskolnikov, há que se agachar e pegar o poder onde ele normalmente está, na lama. A biografia coerente do grupo o impediu de usar casuísmos. Cometeu um grave equívoco.

Por falar em sócios, que decepção. Dos quase 60 mil habilitados, votaram 11 mil. Ou seja, são pessoas que estão ou cagando para o clube ou ressentidos com a politica interna do mesmo. Bem, por isso é que há democracia e oposição. Ou só pensam no futebol de campo, como se este fosse consequência dos deuses do futebol. Acho que, se tivéssemos 30 mil votantes, Luigi sairia muito, mas muito pior da eleição de ontem.

Desta forma, o fato esportivo do fim de semana não foi a eleição do Inter, mas a transparente entrevista concedida por Fábio Koff para a Zero Hora. Ele disse coisas das quais se tinha informação — que a Arena era um péssimo negócio para o Grêmio — e outras das quais nem se desconfiava sobre a situação financeira do clube. O Conselho do Inter — essa coisa para a qual os sócios cagam — salvou o Inter de um mau negócio. O contrato com a AG foi examinado e cheirado em seus mínimos detalhes e o resultado é muito melhor. O próprio Koff disse em sua entrevista que o Inter agregou patrimônio enquanto o Grêmio o cedeu. Viva o Conselho do Internacional!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

7 comments / Add your comment below

  1. Ia até votar na tua Convergência, mas quando me deparei com Onyx Lorenzoni e Nereu D´Ávila na chapa, resolvi mudar meu voto. Nomes como estes que acho que infelizmente, acho (ao menos o primeiro com certeza), acabaram sendo eleitos não serve para abrilantar qualquer colegiado, muito pelo contrário.

    1. Isso é foda, mas há a necessidade de “grandes nomes” para chamar os sócios. Porém, a política de um clube de futebol é muito diversa da dos partidos. Na dos clubes, a ideologia fica em segundo plano em relação às formas de gestão e, infelizmente, às amizades. Tem muito do “voto nesta chapa pq é onde estão os meus amigos”. É foda.

  2. Tentei me habilitar para votar, duas vezes, o site do clube deu pau nas duas. Depois, encerrou-se o prazo. Sem dúvida, não era uma das minhas prioridades, mas estou longe de estar “cagando” para o clube.

  3. Como costumeiramente – nada a ver!…

    CAPETA CADUCO
    by Ramiro Conceição
    .
    Comunicar-se
    é muito fácil.
    Interagir?
    Muito difícil.
    .
    A música de surdos é vasta
    e o diálogo de mudos prolixo.
    Nunca tanto nada sobre tudo.
    Nunca tanto tudo sobre nada.

    De fato, o novo lixo
    é um capeta caduco.

Deixe um comentário