No dia 8, Dilma Rousseff brindou-nos com um belo discurso no Dia Internacional da Mulher. Foi um discurso feminista e interessante sob todos os aspectos. E, falemos sério, era autêntico. Hoje ela está em Roma a fim de depositar seu ósculo na mão do novo Papa. Acho lamentável que ela se submeta a um Papa tão conservador e que já deu sinais bastante antifeministas, mas o travesseiro de Dilma deve ter-lhe dito coisas terríveis nos últimos dias… Há um grande eleitorado que se diz católico, Dilminha… O Papa é populista e será pop… Ele fala em opção pelos pobres, tu também… É um hermanito e, indo lá, tu fazes alguns pontos com eles… A mídia virá de graça até no Jornal Nacional — que vai te dar 4 preciosos segundos…
Maldito travesseiro! Resultado, ela foi, está lá, já beijou e tirou as tais fotografias.
Hoje, a Agência Brasil diz que, antes de falar com o Bergoglio, ela elogiou a iniciativa do papa de dar atenção aos pobres. “É claro que o mundo pede hoje, além disso [da preocupação com os pobres], que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam respeitadas”, acrescentou. Será que ela vai dizer isto a ele? Se disser, sobe no meu conceito. Mas nem teve tempo, claro, foi um encontro em pé, rapidinho, ao lado do padre-sexy Georg Gänswein. Só espero que ela não diga que, dã, “Nunca um papa tinha me beijado”, como disse Cristina Kirchner tentando embarcar na onda do papa pop. (Me deu um enjoo agora, sei lá).
Porque a Dilma morre de medo da migração dos votos dos religiosos, dos evangélicos e também da grande imprensa — financiada pelo governo para bater no governo. Tanto que 70% da verba federal para a publicidade vai para os dez maiores veículos de informação, justamente os mais conservadores e direitistas, que consideram satanistas quem olha os indicadores e aprova o governo do ex-presidente Lula e o da atual presidente.
Mas acordei mal humorado. Sei que desde sempre a política foi e seguirá sendo algo tortuoso e não devo esperar que um governante siga meu ideário sem fazer pit stops em prostíbulos. OK, Dilma, beije a mão do homem, mas, já que estás na Europa, dê uma olhada nos jornais. Alô, travesseiro da Dilma?, aconselhe-a a dar uma olhada na mídia. Aí, do ladinho, existem opções à direita e à esquerda. Os canhotos também recebem publicidade pública (e privada) que lhes permitem manter uma boa qualidade, competindo com os PIGs deles. Pergunta aí na Itália, Dilma, como vai la stampa suini. Verás que ela não é tão hegemônica quanto é aqui. Pergunta se a Miei cari amici daí demitiu seus jornalistas, pergunta!
E mais não digo porque o trabalho me aguarda.
Dá um desconto Milton!
Pelo menos ela não estava de redinha preta no cabelo, pelo contrário: estava com o cabelo em pé…
E quem é doido de perder tanta publicidade de graça?
Assim que o Ratz morrer ele deverá por o nome dele nalguma avenida em Brasília, tal qual a Suply fez com o tal Marinho em São Paulo. No mais, esse governo é pra deixar a gente puto mesmo. Ver em:
http://rachelsnunes.blogspot.com.br/2013/03/como-as-coisas-nao-funcionam.html
http://rachelsnunes.blogspot.com.br/2013/03/vender-antes-de-fabricar-e-nao-entregar.html
Posicionamento do nosso presidente (quando o RGS for anexado…)
http://br.noticias.yahoo.com/presidente-do-uruguai-n%C3%A3o-vai-ao-vaticano–por-ser-ateu–201043722.html
Mujica, meu ÍDOLO !!!
Boa, Milton.
Dizem que num primeiro momento a Dilma falou que não iria ao beija-mão. Mas foi aconselhada pelos seus marqueteiros a não perder a oportunidade de ter alguns segundos no JN e fazer média com os católicos. Como temos eleição no ano que vem e o PIG está lançando agora o governador de Pernambuco como grande candidato porque parece que o Aécio não vai pegar, então, ela tem que aproveitar todas as boquinhas.
Mas ela beijou a mão do Papa ou só o cumprimentou com o aperto de mão???
Milton: Tu o disseste:
” desde sempre a política foi e seguirá sendo algo tortuoso e não devo esperar que um governante siga meu ideário sem fazer pit stops em prostíbulos.”
Lá pela Itália existiu tb um certo MACHIAVELLO, que deu os primeiros passos para a divisáo da ética entre duas morais que a contemporaneidade só fez , com Marx, Max Weber e vários outros respeitáveis Senhores do Tempo, reiterar.
Desde então, perfilhei-me à Dostoievski: “A arte salvará o mundo”.
Náo é uma rima, nem uma solução.
E daí…?