Manhã

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É muito bom dormir carinhosamente, acordar cedo, lavar o rosto, sentar na cozinha, observar o gato circular e pedir comida, enquanto se toma café sem leite na cozinha, ouvindo Arthur Grumiaux tocar as sonatas para violino solo de Bach e se vê pela janela que, provavelmente, em algum momento, choverá hoje. Depois de mais carinhos, chegamos ao trabalho, acertamos as primeiras colunas e manchetes do dia, repassamos e cumprimos algumas ordem recebidas e concluímos que ainda nada aconteceu de maior que a cólica da estagiária. Mas que há de se recuperar.

Voltando no tempo, lembro que faço questão de lavar a louça do café, assim como não dou a menor importância à arrumação da cama. Uma cama desarrumada me é mais convidativa que uma toda lisa e abotoada. Até me irrita ver uma cama com tudo no lugar, parece que o cheiro de dormir vai embora assim que se estendem os lençóis.

No trabalho, entro no Facebook e curto a página de Mario Benedetti. Então, o robô do Facebook me propõe curtir a de Jean-Claude van Damme. Isto me tira das brumas matinais.

Claro, a Feira do Livro de Porto Alegre será a mesmice de sempre, porém, dentre as presenças internacionais, haverá duas para as quais me curvo sem restrições. São as do português Francisco José Viegas e do alemão Ingo Schulze. A nominata dos outros estrangeiros não me impressionou. Espero que fechem logo a programação nacional para que eu possa me agendar com antecedência.

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