Eu e Elena somamos cem anos. Eu tenho 83; ela uns 17, claro, quem imaginaria outra coisa? Então, são cem anos, um século. Acho que já somei números maiores, mas, desta vez, iniciamos nossa história de maneira centenária. Minha mãe dizia que, na sua época, os homens dependuravam as chuteiras entre os 40 e os 50 anos. Hoje, eu e meus companheiros desbravadores não queremos nem saber — ainda estamos ainda marcando, armando e buscando o jogo, desafiando o técnico e o tempo. Como o Índio. Se há motivos para sê-lo, este é um dos motivos pelo qual não sou apocalíptico — se é certo que o homem destrói o mundo, também é certo que ele é extremamente egoísta e se trata.
Não reclamo da vida, tenho muita sorte, na verdade. E penso diariamente na morte. Todos os dias. E me acalmo. Ignoro se a idade me deixou mais sábio ou se pensar na morte revela sapiência, medo ou desespero, o que sei é que estou em período de gostar da vida e até de seus problemas. Quando me separei, meses atrás, a Elena me aconselhou cultivar a tranquilidade. Faço isso todo o dia. Eventualmente a coisa escapa, porém, até o momento, não houve o dia em que ambos se encontravam nervosos ou, pelo menos, sempre um de nós estava pronto para puxar o outro a um patamar mais acima.
Sorte, certamente. Bem, foi o que me ocorreu escrever neste tablet emprestado que não sei mexer. O problema agora é passar o textinho para o blog. Qual o trabalho que terei até esta coisa improvisada chegar a meus sete leitores é o que verei agora.
Bom te ver assim
Olha só, o Milton namorando com uma garota de 30 anos!
Meu lado consolador: preocupa não, um dia você vai deixar de pensar na morte.
17, Charlles…
🙂
Antigamente, lá na rua do bairro, a gurizada diria: – ah o que faz uma … nova!
“o que sei é que estou em período de gostar da vida e até de seus problemas”…
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Milton, é isso!
E mais…: tal processo, ainda que inconsciente, está a começar no Brasil. Resultado: a direita está apavorada, pois percebe que, paulatinamente, se aproxima de seu destino, isto é, o LIXO DA HISTÓRIA!
Em tempo ainda: para eles, que não conseguem ganhar nas urnas sob um limpo processo democrático, só há uma alternativa – um golpe!!!!
Em tempo ainda: não tenho qualquer sintoma de paranoia…
Terrivelmente doente são as reportagens da Globo que, a qualquer custo, tentam provar alguma culpa do Zé Dirceu associada ao Hotel de Brasília que o contratou legalmente. Mas se calam diante de todas as tramoias de mercado, que possibilitaram a ela, Rede Globo, o papel hegemônico das comunicações no Brasil.
Escrevi ontem, 05/12, um desabafo guiado por minha indignação e intuição. Hoje, 06/12, encontro isso na rede (vale a leitura):
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http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/12/06/cafezinho-e-tijolaco-acham-a-globo-no-panama/
Aonde você mora, querido, em Burkina Faso? Isto que você falou está acontecendo aonde mesmo??? “Tramoias do mercado”??? Wow, se eu tivesse uma imaginação fervilhante como a sua eu seria o novo Azimov!
É tão difícil concordar que a esquerda é, organicamente, ladra, mentirosa, tendenciosa, autoritária, em suma, fascista? A esquerda, principalmente a PTelhista é uma pequena religião. Para mim PT é uma religião, daquelas bem encardidas na linha pentecostal. Para quem é de esquerda a fé – um artigo tão combatido pelos companheiros dialetas – é essencial, não é mesmo?!
Eu moro em nós e, portanto, também em Burkina Faso. Aliás, walner, você tem alguma coisa contra negros?
Tem muitas coisas contra a esquerda.
GAIA
by Ramiro Conceição
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No imaginário Norte: brancos cabelos à sorte.
No imaginário Sul: silêncios brancos do azul.
Entre os pés e a cabeça: sonhos e florestas
de flores amarelas, vermelhas e tão azuis.
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Entre Norte — Sul o abominável sucedeu:
conquistas; rapinagens em nome de deus.
Entre o céu e a terra uma história nasceu:
aquela em que os deuses são filhos, seus.
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A dançarina azul, num flutuar celeste,
gira o ocidente ao oriente ao ocidente
com dois corações castanhos em si…
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Aquele à direita – é a África bendita!
Violentada pela ganância branca e vil.
O indígena à esquerda ferido – é o Brasil!