Entradas da semana no Facebook: nem tão idiotas quanto poderiam ser

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5 de abril:

Gostava do Wilker.

6 de abril:

O Centro Peruano é um dos lugares mais finos da cidade. Mas, do ponto de vista material, não há nada de especial lá. Não é um lugar que rescenda ao chique gerado pelo dinheiro, de modo algum. Quando digo fino, falo sobre o tratamento que o Dr. Carlos Nevado e sua família dispensa aos clientes, assim como sobre a qualidade do que se come lá. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, só que tal impressão fica mais consistente quando se entra num tal “Armazém”, em plena Padre Chagas, e nos chega às narinas um invencível e anti-higiênico fedor.

Ah, nesta semana batemos nosso recorde. Fomos 3 vezes comer cebiche…

 

Dica da semana:

“Antes de sair de casa, revise se está com as chaves. Esquecê-las dentro das calças que você recém tirou não é inteligente e causa problemas.

Pior ainda se o esquecimento ocorrer num domingo à noite e se estiver na companhia de alguém que confia em você”.

Fica a dica.

7 de abril:

Espero que o Luigi não seja pusilânime e confirme o Gre-Nal de domingo para o novo Beira-Rio. Se tem medo de quebra-quebra, retire as cadeiras e aumente o número de seguranças, ora. Ou ele ignora que quebramos lá também?

 

Um dos fenômenos mais interessantes é de que a ignorância não gera dúvidas, mas certezas. Outra coisa interessante é a criatividade do ódio. Há pessoas que, ao odiarem, criam personagens muito diversos do odiado. O odiado é um mutante, ou uma valise na qual cabe toda sorte de más qualidades. Mas seguimos.

 

Um beijo procê, George Orwell:

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.”

8 de abril:

Há pessoas que repetem e repetem os mesmos padrões, errando sempre. Mas nem lhes passa pela cabeça de que os errados são eles.

 

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

E então eu cheguei em casa às 19h carregando um cansaço maior que eu e Elena me sugeriu dormir por uma hora. E eu sonhei que estava em Londres na casa de Virginia Woolf e que traduzia para o português o Between tha Acts. Eu viajara para que ela me explicasse algumas passagens. Depois dos esclarecimentos, ela me fez um chá e sentamos à mesa. E então eu, com a maior intimidade, perguntei sobre suas crises de depressão. E Virginia olhou para mim, deu um meio sorriso, começou a falar e eu acordei.

Coisa sem graça.

10 de abril:

A gente dorme com uma loira e acorda com outra de cabelos castanho-claros.

Ficou bonito, Elena.

 

Já imaginaram o que deve doer um beijo no coração? Além do mais, é pouco asséptico.

11 de abril:

Acerta o TJD da Federação Gaúcha de Futebol ao rebaixar o Esportivo para a Segunda Divisão em razão das ofensas racistas sofridas pelo árbitro Márcio Chagas em Bento Gonçalves. Racismo não é caso para relativizar e tergiversar, é caso para se extirpar. Por isso, lamento que a votação pela punição tenha tido o resultado apertado de 5 x 3, o que comprova que nossa sociedade não tem lá muita segurança se deve punir tais casos de hedionda boçalidade.

O árbitro Márcio Chagas
O árbitro Márcio Chagas

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