Sobre Abel Braga e o novo avião do Grêmio

Após a repetição da vitória de duas semanas atrás e a consequente conquista do Campeonato Gaúcho, Abel Braga demonstrou surpreendente falta de entusiasmo, mantendo uma lucidez inesperada para aquele momento. Na entrevista após o jogo, ele não fez qualquer alusão ao título, mirando apenas o futuro. Tem toda a razão. O Gauchão não representa nada, sua importância limita-se às duas vitórias consistentes sobre o time do Grêmio e nada mais. OK, a conquista posiciona melhor o ego e altera e sala de troféus, mas é só isso. Pior que ganhar o Gaúcho é perdê-lo, certamente.

Sobre o Gre-Nal: já tinha externado com muita clareza minha opinião sobre nossa superioridade, mas é óbvio que os 4 x 1 devem ter assustado os inquilinos da Arena, ainda mais pela forma como aconteceu. Fizemos uso de certa indulgência, não? O Grêmio até jogou melhor no primeiro tempo, mas volume de jogo não é quase nada quando seu adversário tem jogadores de melhor qualidade. Um time mais ou menos cria quatro oportunidades e faz uma, um melhor cria duas e marca. É da vida. Nos anos 80 e 90, eu via isso acontecer todo dia no Beira-Rio. Quando o Inter massacrou o São Paulo — e perdeu o jogo por 4 x 1 — comecei a pensar que bom mesmo era contra-atacar com Kaká, Júlio Baptista e Luís Fabiano e ser feliz.

Agora, o óbvio: o Brasileiro será disputado em poucas datas. É uma disputa para um grupo grande de jogadores. Haverá lesões e cartões pra todo o lado, além de adversários muito melhores. Então, não sei se temos que contratar — não conheço detalhadamente o banco do meu time –, mas certamente o clube com mais material de reposição sofrerá menos. Mais: acho que não há nenhum paulista ou carioca de assustar. O perigo, como no ano passado, está novamente em BH. E, olha, faz 35 anos que não levantamos o Brasileiro. Já passou da hora. Vamos lá, gente.

Ah, abaixo, o novo avião do Grêmio.

Novo avião tricolor foi entregue ontem no aeroporto de Caxias
Novo avião tricolor foi entregue ontem no aeroporto de Caxias

3 comments / Add your comment below

  1. Sou mineiro. E se o perigo residir aqui em BH, fica imaginando que tipo de futebol os clubes do outros estados andam praticando. Galo possui um time que, embora esteja jogando junto há dois anos, não demonstrou nada ainda este ano. Fraco.

    Quando ao time azul, tem se mostrado inconstante demais quando joga com times mais expressivos, tanto que ontem não conseguiu fazer nenhum um gol no time do Galo, a despeito do apoio da torcida e a ausência de alguns titulares do outro lado.

    Há, ainda, um detalhe: os dois de minas estão na libertadores. Tudo leva a crer, pelos anos pretéritos, que dificilmente conseguirão disputar a competição nacional no mesmo nível, pois nenhum clube brasileiro possui elenco suficiente para isso, especialmente se levarmos em conta que o tempo este ano será comprimido pela Copa do Mundo.

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